Teste do Jeep Renegade – De um jeito ou de outro

Jeep Renegade Longitude 2.0 turbodiesel automático tenta equilibrar agilidade urbana com habilidades no off-road

  • Data: 19/05/2021 11:05
  • Alterado: 19/05/2021 11:05
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Luiz Humberto Monteiro Pereira/AutoMotrix
Teste do Jeep Renegade – De um jeito ou de outro

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Desde que começou a ser produzido no Complexo Industrial da FCA de Goiana, em Pernambuco, em 2015, o Renegade mudou a cara do segmento de utilitários esportivos no Brasil. Superou a responsabilidade de ser o primeiro Jeep “made in Brazil” e logo assumiu a liderança nacional entre os SUVs. No ano passado, foi ultrapassado apenas pelo Volkswagen T-Cross, mas em 2021 se mantém como líder do segmento, além de ser o quarto automóvel mais vendido no Brasil no primeiro quadrimestre, com média mensal de 6.436 unidades emplacadas. Posicionada entre a versão de entrada da linha a diesel Moab e a topo de gama Trailhawk, a configuração intermediária Longitude 2.0 AT9 turbodiesel compartilha com ambas o motor 2.0 Multijet II de 170 cavalos a 3.750 rotações por minuto e 35,7 kgfm de torque a 1.750 giros, que trabalha acoplado à transmissão automática de 9 marchas e dispõe de um sistema de tração com opções 4×2, 4×4 e 4×4 com reduzida. Como é usual nas configurações intermediárias, a Longitude busca oferecer um equilíbrio entre uma quantidade de equipamentos atraente e uma relação custo/benefício competitiva.

Com seus 4,23 metros de comprimento, 1,80 metro de largura, 1,71 metro de altura, 2,57 metros de distância de entre-eixos, o Renegade pouco se diferencia do modelo apresentado em 2015. No final de 2018, a linha recebeu retoques no para-choque, na grade e nos faróis de neblina. Os principais de leds substituíram os de xenônio nas versões Trailhawk e Limited e os de neblina também receberam leds. O modelo incorporou ainda luzes de condução diurna (DRL) e lanternas redesenhadas. Na versão Longitude, as maçanetas e os retrovisores são na cor da carroceria e as rodas de liga leve de 18 polegadas levam pneus 225/55.

Dentro do Renegade Longitude, o motorista tem um razoável nível de “mordomias”, que incluem chave canivete com telecomando, tapetes de borracha, ar-condicionado automático digital de duas zonas, banco traseiro bipartido e do passageiro da frente rebatíveis, direção com assistência elétrica, piloto automático, vidros, travas e retrovisores elétricos e sensor de estacionamento traseiro. O painel de instrumentos tem tela TFT de 3,5 polegadas e o sistema multimídia Uconnect tem tela de 8,4 polegadas, com espelhamento de celulares via Android Auto e Apple CarPlay.

Segurança é um atributo cada vez mais valorizado no segmento de SUVs e a configuração Longitude do Renegade não deixa a desejar nesse aspecto. Vem com seis airbags (frontais, laterais, de cortina e para joelhos do motorista), freios ABS, alarme antifurto, encosto de cabeça e cinto de três pontos para os cinco ocupantes, Isofix para fixação de cadeirinhas de criança, controle eletrônico de tração, de estabilidade e anticapotamento, freio de estacionamento eletrônico, controle de velocidade em descidas, assistente de partida em rampa, ganchos de fixação de carga no porta-malas, limitador de velocidade e Panic Break Assist (assistência para frenagens de emergência).

O preço do Jeep Renegade Longitude AT 2.0 turbodiesel 4×4 parte de R$ 160.590 – no Estado de São Paulo, onde o ICMS é mais elevado, começa em R$ 166.002. No entanto, o preço inicial vale somente para a cor sólida Verde Recon. A sólida Branco Ambiente encarece em R$ 780, enquanto as metálicas (inclusive o Cinza Antique do modelo testado) acrescentam R$ 1.700 e a perolizada Branco Polar agrega R$ 2.380 à fatura. Os novos motores flex turbo fabricados em Betim (MG) serão a novidade da linha 2022 do Renegade, porém, o propulsor a diesel permanecerá o mesmo apresentado em 2015.

EXPERIÊNCIA A BORDO

Ponto de equilíbrio

Nem tão despojado quanto o da versão Moab, nem tão requintado quanto o da Trailhawke –, o interior do Renegade Longitude atende às expectativas. Ao sentar, o motorista tem facilidade de achar uma boa posição para dirigir graças às funcionais regulagens de seu banco e do volante multifuncional revestido em couro, que é ajustável em altura e profundidade. Os bancos, bastante ergonômicos, são parcialmente revestidos em couro com costura cinza. Há fartura de porta-objetos, incluindo uma bolsa atrás do banco do motorista, porta-óculos, porta-celular e apoia-braço central dianteiro com porta-objetos.

Encontrar a bordo os indefectíveis “eastern eggs” – os detalhes divertidos de decoração que são habituais nos modelos recentes da Jeep – sempre rende sorrisos a quem entra pela primeira vez no Renegade. Em termos de tecnologias de entretenimento e informação, o Renegade Longitude conta com computador de bordo, painel de instrumentos com tela TFT de 3,5 polegadas, sistema multimídia Uconnect com tela de 8,4 polegadas que exibe as imagens da câmera de ré e se espelha com smartphones por meio dos aplicativos Android Auto e Apple CarPlay, comandos de voz, conexão Bluetooth, entrada USB e seis alto-falantes.

IMPRESSÕES AO DIRIGIR

Diferentes caminhos
Apesar de não ser nenhum “estado de arte” em termos de modernidade, o motor 2.0 turbodiesel do Renegade trabalha em boa sintonia com o câmbio automático de 9 marchas, que conta com opção de trocas sequenciais por meio de “paddles shifts” localizados atrás do volante. Nas acelerações, não surgem “buracos” entre as marchas e o nível de vibração é reduzido para uma motorização a diesel. O robusto torque, disponível já em 1.750 rpm, viabiliza retomadas decididas. O elevado torque máximo de 35,7 kgfm permite ao veículo de 1.641 quilos fazer de zero a 100 km/h em 9,9 segundos, e a potência de 170 cavalos ajuda a levá-lo à velocidade final de 190 km/h.  Na cidade e nas estradas asfaltadas, em velocidades mais elevadas, a carroceria rola pouco nas curvas, apesar do 1,72 metro de altura do SUV. A direção com assistência elétrica é bastante eficiente – leve nas manobras lentas (como nos apertados estacionamentos dos shopping centers) e progressivamente precisa conforme aumenta a velocidade nas estradas.

Mas nem só de trechos urbanos ou pistas asfaltadas se faz a rotina de um Jeep. O Renegade Longitude está habilitado a frequentar estradas vicinais e até lamaçais e dunas de areia – é prudente evitar trilhas extremamente radicais. Mesmo sendo o mais urbano modelo da Jeep, o Renegade com motor a diesel mostram desenvoltura em caminhos maltratados. A suspensão independente nas quatro rodas absorve as irregularidades com eficiência e os controles de estabilidade e de tração ajudam o motorista a manter o veículo “sob controle”. O bom ângulo de entrada possibilita ao SUV superar obstáculos, com a parceria dos pneus de uso misto Pirelli Scorpion ATR na medida 225/55 aro 18. A tração com reduzida e a utilização dos diferentes modos oferecidos pelo lúdico Jeep Active Control – neve, areia, lama ou pedra – dão ao pequeno SUV recursos de transpor trechos esburacados, arenosos, pedregosos ou enlameados. Lamentavelmente, nem é preciso sair das grandes cidades brasileiras para encontrar esse tipo de piso.

FICHA TÉCNICA

Teste do Jeep Renegade Longitude 2.0 turbodiesel 4×4 automático
Utilitário esportivo em monobloco com 4,23 metros de comprimento, 1,80 metro de largura (sem espelhos), 1,72 metro de altura e 2,57 metros de entre-eixos
Motor: a diesel, 1.956 cm³, 4 cilindros em linha, 16 válvulas, dianteiro transversal, turbo, injeção direta de combustível
Taxa de compressão: 16,5:1
Tração: 4×4 com reduzida e bloqueio do diferencial
Potência: 170 cavalos a 3.750 rpm
Torque: 35,7 kgfm a 1.750 rpm
Transmissão: automática de 9 marchas com acionamento manual por “paddles shifts” no volante
Freios: discos ventilado na frente e sólidos atrás
Direção: elétrica
Suspensão: dianteira independente do tipo MacPherson, braços oscilantes inferiores com geometria triangular e barra estabilizadora, amortecedores hidráulicos e pressurizados e molas helicoidais. Traseira independente do tipo MacPherson, links transversais/laterais, barra estabilizadora, amortecedores hidráulicos e pressurizados e molas helicoidais. Oferece controle de estabilidade
Rodas: liga leve escurecidas de 18 polegadas
Pneus: 225/55
Porta-malas: 320 litros
Tanque: 60 litros
Peso: 1.641 quilos
Preço: parte de R$ 160.590 – no Estado de São Paulo, onde o ICMS é mais elevado, começa em R$ 166.002

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