Tacada dos sonhos
Líder do ranking nacional, o golfista Daniel Stapff briga para estar nas Olimpíadas do Rio
- Data: 25/05/2015 12:05
- Alterado: 25/05/2015 12:05
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Jogos Cariocas
Aos 24 anos, Daniel Stapff é o primeiro colocado do ranking profissional brasileiro. O golfista paranaense encara atualmente uma maratona de torneios. Em maio, já competiu no México e nos Estados Unidos. De 28 a 31 de maio, disputa o Aberto de Honduras. Na semana seguinte, estará no Aberto da República Dominicana. Tudo para acumular pontos no ranking mundial da categoria, que definirá os classificados para a volta do golfe às Olimpíadas em 2016, após 112 anos. “Participar dos Jogos do Rio é um dos meus objetivos. Se não puder, a carreira de um golfista é longa e terei oportunidades de jogar outras Olimpíadas no futuro”, pondera Daniel.
O jovem atleta esteve na equipe de golfe da Barry University, em Miami, onde estudou de 2008 a 2012 e formou-se em Finanças. Atualmente defende a equipe YKP/Azeite 1492, criada no ano passado em São Paulo e que tem como um dos objetivos classificar seus jogadores para os Jogos do Rio. No início de maio, começou a postar vídeos no Facebook, onde relata sua luta pela vaga olímpica. “Queria ter uma conexão maior com a galera que torce por mim aí no Brasil”, explica Daniel, que mora na Flórida, nos Estados Unidos.
Jogos Cariocas – Como se aproximou do golfe?
Daniel Stapff – Foi por acaso. Eu tinha 11 anos e nenhuma pessoa da minha família fazia parte do esporte. Até que um dia estava com meus pais em um hotel que tinha campo de golfe. Decidimos ver qual era. Meu pai logo se apaixonou e me levou junto. No início, eu não levava muito a sério, era só diversão. Mas, quando tinha 14 anos, me classifiquei para o Sul-Americano Pré Juvenil, na Colômbia. A partir daí, me apaixonei pelo golfe competitivo, pelas viagens e pelos torneios. E decidi que era isso que queria fazer para o resto da minha vida.
Jogos Cariocas – Quais são seus pontos fortes no golfe? E quais fundamentos precisa aprimorar?
Daniel Stapff – Acredito que meu ponto forte é o que chamam de “ball striking”. Sou muito preciso com meus tiros de “full swing” e possuo um ótimo controle de distância e direção. Também me considero um bom jogador da banca. Comparando com os melhores jogadores do mundo, ainda preciso melhorar meu “putt” e meu “pitching shot” – tacadas de 20 a 60 jardas. Um golfista de ponta precisa saber controlar muito bem suas emoções. Com o tempo, aprendi diversas técnicas de relaxamento e concentração.
Jogos Cariocas – O que há de melhor em ser um golfista? E qual a parte chata?
Daniel Stapff – O golfe é um esporte encantador. É quase impossível encontrar um ex-golfista. Acho que é o esporte com mais emoção e desafios para o jogador. Tanto que diversos atletas aposentados de outras modalidades adotam o golfe. É um pouco chato o fato do golfe ser extremamente limitado no Brasil. Pouquíssimas pessoas jogam e quase ninguém conhece realmente o que é o esporte. Meu sonho seria que o golfe se popularizasse e os brasileiros dessem mais atenção a esse esporte maravilhoso.
Jogos Cariocas – Como é a sua rotina, num dia comum?
Daniel Stapff – Acordo às 7h, treino das 8:30 às 12:30 h, almoço, depois treino das 13:30 às 16 h. Volto pra casa e vou à academia das 17:30 às 19 h. Aí só tenho energia pra voltar pra casa, ter uma boa janta e descansar para o dia seguinte. Nos tempos livres, faço muitos alongamentos e leio livros específicos de golfe. Muitos deles da parte mental do esporte, que é muito importante.
Jogos Cariocas – Qual foi seu momento mais emocionante, dentro do golfe?
Daniel Stapff – O primeiro foi quando ganhei o sul-americano por equipes no Rio de Janeiro, em 2011. O time era composto de quatro grandes amigos e eu. Fazia 11 anos que o Brasil não ganhava esse título. O torneio foi inesquecível! Outro momento especial foi quando ganhei meu primeiro título profissional no ano passado, no CBG Pro Tour de Itu. Minha namorada estava lá assistindo e eu joguei um golfe de altíssimo nível. Essa vitória me colocou como o “número 1” do Brasil.
Jogos Cariocas – O que espera das próximas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro?
Daniel Stapff – Espero um evento incrível. Qualquer Olimpíada é algo grandioso, e quando ela é jogada no seu próprio país se torna ainda mais especial. Por sorte, vai ser a primeira vez em mais de 100 anos que o golfe é jogado nas Olimpíadas. Espero que os responsáveis pelo Esporte no Brasil se superem e façam um bom trabalho de organização do evento.