SP acompanha ações de recuperação ambiental na Vila Sahy, em São Sebastião

Ações envolvem o uso de drones e inteligência artificial na restauração da área afetada por deslizamentos no ano passado

  • Data: 08/11/2024 16:11
  • Alterado: 08/11/2024 16:11
  • Autor: Redação
  • Fonte: Agência SP
SP acompanha ações de recuperação ambiental na Vila Sahy, em São Sebastião

Tecnologia de ponta utiliza drones para lançar biocápsulas com sementes de espécies nativas da Mata Atlântica

Crédito:Governo de SP

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A secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil), Natália Resende, e a diretora do Departamento de Prevenção e Proteção da Defesa Civil, coronel Cláudia Bemi, visitaram nesta sexta-feira (8) as ações de recuperação ambiental na Vila Sahy, bairro mais afetado de São Sebastião pelos deslizamentos de 2023. A visita faz parte do acompanhamento do processo de restauração ecológica e proteção da área, com foco na recuperação das cicatrizes das encostas e da Mata Atlântica devastada.

Além das obras de infraestrutura realizadas pela prefeitura com o apoio técnico da CDHU, a Fundação Florestal fez a hidrossemeadura das encostas que desabaram. Atualmente, a cobertura vegetal tem ajudado a garantir maior estabilidade das encostas e evitado o carreamento de lama para a comunidade.

Nas demais áreas da Serra do Mar, foram realizadas ações de restauração em projeto desenvolvido de forma conjunta entre o Governo de São Paulo, a Fundação Florestal, a Cetesb, o Instituto Conservação Costeira (ICC), a concessionária Tamoios e a empresa de gestão ambiental Ambipar. Esse trabalho pretende trazer estabilidade aos terrenos e o desenvolvimento da vegetação nativa perdida com as chuvas. Desde o ano passado, mais de 200 hectares estão sendo restaurados por meio de tecnologias inovadoras, com o uso de drones agrícolas que realizam a dispersão aérea de sementes nativas em biocápsulas biodegradáveis.

“Este projeto não só visa recuperar as áreas degradadas, mas também envolver a comunidade local, gerando um impacto positivo tanto no meio ambiente quanto na sociedade”, afirma a secretária Natália Resende. “Estamos utilizando soluções inovadoras e sustentáveis para garantir que a população da Vila Sahy esteja mais segura e com a natureza em processo de recuperação”, completa.

Drones que lançam biocápsulas

O destaque da visita foi a tecnologia de ponta usada na dispersão aérea, que utiliza drones para lançar biocápsulas com sementes de espécies nativas da Mata Atlântica. Essa abordagem otimiza a germinação e alcança áreas de difícil acesso, como as encostas íngremes.

Desde o início do projeto, em janeiro de 2024, foram aproximadamente 350 kg de sementes dispersadas nas regiões atingidas pelos deslizamentos, o que equivale a quase 1 milhão de sementes. As espécies pioneiras, como guapuruvu, embaúba e crindiúva, foram priorizadas, pois são adaptadas ao ecossistema local e contribuem para a rápida regeneração da vegetação. A expectativa é que, até 2026, 70% da área afetada pelos deslizamentos esteja recoberta por vegetação nativa.

Rodrigo Levkovicz, diretor-executivo da Fundação Florestal, destacou a importância da colaboração entre as diferentes entidades: “A atuação conjunta tem sido fundamental para que este processo de recuperação seja bem-sucedido. A dispersão aérea de sementes é uma solução eficiente para recuperar grandes áreas de forma sustentável e de baixo impacto”, explicou.

Além da recuperação ecológica, o projeto inclui ações de educação ambiental nas escolas da costa sul de São Sebastião e na comunidade local. As atividades visam conscientizar sobre os riscos de desastres naturais e as melhores práticas para prevenir acidentes.

“A recuperação não é apenas ambiental, mas também social. Estamos promovendo a conscientização e capacitação da população para lidar com os riscos, e isso fortalece ainda mais a resiliência da comunidade”, diz a coronel Cláudia Bemi, da Defesa Civil.

Parcerias estratégicas

O projeto de restauração conta com o patrocínio da concessionária Tamoios e de uma rede de patrocinadores privados, além do apoio de órgãos como o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e a Prefeitura de São Sebastião.

O investimento da Fundação Florestal no processo de recuperação e estabilização do solo na região do Sahy foi de R$ 908 mil, com a implantação de biomantas e hidrossemeadura.

O coordenador de meio ambiente da Concessionária Tamoios, Gabriel Siqueira, explica que a empresa investiu quase R$ 3,5 milhões. “É um projeto inovador que utiliza tecnologia de ponta, como drones e inteligência artificial, com participação de instituições pública, privada e ONG, com padrão internacional, alinhado com os nossos valores. A Tamoios está contente em financiar o projeto desenvolvido pelo Instituto de Conservação Costeira (ICC) e que tem gerado impacto positivo para a comunidade da Vila do Sahy e para o meio ambiente.”

Projetos complementares e futuras iniciativas

O Governo de São Paulo também tem incentivado a adoção de práticas sustentáveis na região, como a Terra Indígena Guarani do Ribeirão Silveira, com o programa Guardiões das Florestas, que incentiva a preservação ambiental e o fortalecimento da cultura indígena. O programa, que envolve o pagamento por serviços ambientais (PSA), capacita agentes ambientais indígenas para atuar na restauração florestal e monitoramento da biodiversidade.

“Ao fortalecer as comunidades indígenas, estamos criando um modelo de preservação que é tanto ambiental quanto cultural. Esse é um passo importante para garantir um futuro mais sustentável e justo para todos.”, explicou Rodrigo Levkovicz.

Instituto de Pesquisas Ambientais

O Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) também realiza papel fundamental nas ações de resposta e recuperação após os deslizamentos que afetaram São Sebastião em 2023. O IPA colabora com a Defesa Civil no processo de análise de risco e recuperação das áreas impactadas, além de fornecer suporte técnico na identificação de áreas de risco e proposição de soluções técnicas que visem à estabilização do solo.

O IPA tem registrado as informações sobre as áreas de riscos geológicos na Plataforma de Gestão de Riscos de Desastres Naturais e as informações relacionadas as condições das marés e ressacas no Sistema de Aviso de Ressacas e Inundações Costeiras de São Paulo (Saric), ferramentas capazes de fornecer subsídios para a antecipação de alertas.

Participação da população

Além das ações de recuperação ambiental, a visita também destacou o Plano Estadual de Adaptação e Resiliência Climática (Pearc), disponibilizado recentemente para consulta pública pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo, que tem como objetivo orientar e organizar as medidas de adaptação às mudanças climáticas no estado. O Pearc busca promover a justiça climática e fortalecer a resiliência de territórios e infraestruturas vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas.

Como parte desse processo, uma visita foi realizada nesta sexta-feira (8) na Terra Indígena Rio Silveiras, localizada entre os municípios de Bertioga e São Sebastião, no litoral paulista. A visita reuniu membros da comunidade indígena para ouvir suas experiências sobre os recentes eventos climáticos extremos e para levantar estratégias de adaptação. Esses encontros fazem parte de uma série de ações previstas para garantir que as populações mais expostas aos impactos climáticos possam contribuir com suas percepções e sugestões, enriquecendo o processo de elaboração do plano.

“Essa é uma oportunidade para ouvir as comunidades e criar soluções de adaptação climática que realmente atendam às necessidades. A participação ativa das lideranças locais, especialmente dos povos indígenas, é fundamental para um futuro mais resiliente e sustentável para todos”, completa Natália Resende.

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  • Data: 08/11/2024 04:11
  • Alterado:08/11/2024 16:11
  • Autor: Redação
  • Fonte: Agência SP









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