Soldado israelense relata fuga do Brasil após acusações de crimes de guerra

Soldado israelense revela que saída forçada do Brasil foi 'como levar um tiro no coração' após acusações de crimes de guerra.

  • Data: 09/01/2025 00:01
  • Alterado: 09/01/2025 00:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress
Soldado israelense relata fuga do Brasil após acusações de crimes de guerra

Guerra

Crédito:Reprodução

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O soldado israelense Yuval Vagdani, que se tornou alvo da Justiça brasileira devido a alegações de crimes de guerra, compartilhou nesta quarta-feira (8) com a mídia local que sua saída forçada do Brasil ¨foi “como levar um tiro no coração”.

Reprodução/ Instagram

Vagdani chegou a Israel após deixar o Brasil, atravessando a Argentina com o auxílio do Ministério das Relações Exteriores de Israel. De acordo com informações da emissora Channel 12, ele posteriormente voou para Miami antes de retornar a Jerusalém.

A fuga do militar ocorreu após a Justiça Federal em Brasília determinar a abertura de um inquérito pela Polícia Federal contra ele. A presença de Vagdani no Brasil foi revelada pelo grupo pró-Palestina Hind Rajab.

Conforme a organização, o soldado teria documentado atos que poderiam ser classificados como crimes de guerra na Faixa de Gaza através de postagens em redes sociais durante o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

Uma das publicações atribuídas a Vagdani exalta uma continuação na destruição das áreas ocupadas em Gaza, declarando: “continuar destruindo e esmagando este lugar imundo sem pausa, até os seus alicerces”, acompanhada de imagens supostamente capturadas por ele na região.

No aeroporto internacional Ben Gurion, Vagdani descreveu sua reação ao tomar conhecimento das acusações. Ele relatou ter acordado e encontrado várias chamadas perdidas de familiares e do Ministério das Relações Exteriores, o que indicou que algo estava errado.

No documento apresentado à Justiça brasileira, Vagdani é acusado pela Hind Rajab de práticas como “destruição e apropriação ilegal de bens” e “ataques deliberados à população civil ou civis não envolvidos nas hostilidades”.

Nesta quarta-feira, em um desenvolvimento relacionado ao caso, o Exército israelense atualizou suas diretrizes sobre a censura à imprensa em relação à cobertura do conflito, agora exigindo que veículos ocultem a identidade de soldados com patentes abaixo da de general de brigada.

A imprensa israelense está sujeita à censura militar rigorosa; jornalistas que se opuserem a essa prática podem perder o direito de atuar profissionalmente no país. Anteriormente, os veículos já eram obrigados a borrar rostos e ocultar nomes dos soldados atuando em Gaza. Com as novas regras, essas obrigações se estendem também às entrevistas diretas com militares.

A imprensa não poderá informar se os soldados entrevistados participaram de operações específicas na guerra. Apesar dessas novas diretrizes, as Forças Armadas israelenses ainda enfrentam desafios para controlar o uso das redes sociais por seus militares. Muitas vezes, essas postagens revelam comportamentos considerados degradantes em relação aos palestinos ou documentam destruição de propriedades, sendo essas informações utilizadas por grupos como a Hind Rajab para identificar supostos criminosos de guerra.

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  • Data: 09/01/2025 12:01
  • Alterado:09/01/2025 00:01
  • Autor: redação
  • Fonte: Folhapress









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