Setor de serviços recua 0,9% em novembro, influenciado por transporte
IBGE acredita que 2024 terminará como 4º ano seguido de crescimento
- Data: 15/01/2025 12:01
- Alterado: 15/01/2025 12:01
- Autor: Redação
- Fonte: Agência Brasil
ônibus
Crédito:Agência Brasil
O setor de serviços, que desempenha um papel crucial na economia brasileira e abrange atividades como transporte, alimentação, imobiliárias e turismo, apresentou uma redução de 0,9% entre outubro e novembro de 2024. Este resultado vem após um pico histórico alcançado em outubro, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que monitora o setor desde janeiro de 2011.
No acumulado dos primeiros 11 meses de 2024, o setor ainda registra um crescimento de 3,2%. Comparando-se os últimos 12 meses, a alta é de 2,9%. Quando analisado em relação a novembro de 2023, houve um avanço de 2,9%.
De acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada pelo IBGE no dia 15, o setor se encontra 16,9% acima do nível registrado antes da pandemia, em fevereiro de 2020.
A queda de 0,9% é considerada a mais significativa desde abril de 2023, quando o setor havia registrado uma diminuição de 1,8%. O IBGE ajusta as informações para sazonalidade, permitindo comparações adequadas entre diferentes meses.
Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa, enfatiza que o desempenho negativo em novembro não indica uma inversão da tendência de crescimento. Ele acredita que mesmo que não ocorra crescimento em dezembro deste ano comparado ao mesmo mês do ano anterior — algo que ele considera improvável — o setor deve encerrar o ano com um aumento total de 2,9%, mantendo assim a trajetória ascendente por quatro anos consecutivos.
Lobo observa que as principais contribuições para a queda foram observadas em duas das cinco atividades analisadas: transportes (-2,7%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (-2,6%). Ele destaca que essas quedas se seguiram a dois meses consecutivos de aumento e representam uma correção natural após os ganhos recentes.
O segmento de transportes tem um peso significativo na pesquisa, representando 36,4% do total. A desaceleração observada nesse setor pode ser atribuída à diminuição no transporte rodoviário de cargas, influenciada pela redução da produção agrícola.
Além disso, as elevações nos preços das passagens aéreas também impactaram negativamente o transporte aéreo de passageiros e o transporte rodoviário coletivo.
Em contrapartida, três segmentos apresentaram crescimento: informação e comunicação (1%), outros serviços (1,8%) e serviços prestados às famílias (1,7%).
No contexto acumulado do ano até novembro de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior, houve uma expansão geral de 3,2%, com quatro das cinco categorias apresentando resultados positivos. O índice de difusão — que mede a porcentagem de tipos de serviço que tiveram crescimento — alcançou 61,4% dos 166 itens analisados.
Quanto ao turismo, os dados do IBGE indicam uma queda de 1,8% nas atividades turísticas entre outubro e novembro. Apesar disso, esse segmento permanece 11,1% acima dos níveis pré-pandemia. Rodrigo Lobo apontou que a alta nos preços das passagens aéreas em novembro foi um fator crucial que pressionou negativamente as receitas das companhias aéreas e afetou o desempenho do turismo no mês. Na comparação anual com novembro de 2023, as atividades turísticas no Brasil cresceram 9,2%, marcando assim o sexto mês consecutivo de alta.