Sesc Santo André recebe exposição “Selenograma Lua Tempo Design”
Com curadoria da designer Mari Pini, mostra apresenta ao público diversos olhares sobre o único satélite natural da Terra
- Data: 14/07/2019 10:07
- Alterado: 14/07/2019 10:07
- Autor: Redação
- Fonte: Sesc Santo André
Crédito:Divulgação
No dia 19 de julho de 2019, véspera da data que marca o 50º aniversário da primeira vez que o homem andou sobre a Lua, o Sesc Santo André inaugura a exposição Selenograma Lua Tempo Design, com curadoria da designer Mari Pini. A mostra, que ocupa a Galeria da unidade até novembro, se divide em diversas frentes e reflete sobre as influências lunares nos mais diferentes campos do conhecimento. Durante todo o período de visitação, a exposição também conta com visitas mediadas e agendamentos de grupos.
Selenograma Lua Tempo Design nos leva para uma viagem gráfica por calendários lunares minimalistas editados anualmente por Mari Pini desde 1977, trabalho que captou 15.340 luas em suas trajetórias ao longo de sucessivas noites até os dias atuais. Além da ocupação na Galeria, o Gramado do Sesc Santo André recebe A Grande Lua, intervenção iluminada que representará as diferentes fases da Lua ao longo dos próximos meses.
No dia da abertura, às 19h, Lorena Pipa realiza a performance A Chegada à Lua, desenhos luminosos que surgem das movimentações da artista e ilustram as diferentes fases da lua, uma dinâmica entre luz, corpo e o espaço. Durante o final de semana, o Sesc Santo André promove a oficina Moda e estilo: Qual o seu estilo?, com Wellington Mendes, e apresenta a contação de histórias Lua, luar, me ensina a te olhar, com Cia. Clara Rosa.
O Almanaque da Lua, preparado por Mari Pini, imerge o público nas mais variadas temáticas que envolvem o único satélite natural da Terra: dos conceitos científicos aos simbolismos; dos fenômenos terrestres e calendários às conquistas do território lunar; das teorias e mistérios às obras de ficção científica.
Para a curadora, a mostra elenca “a Lua como objeto de multiplicidade de projeções do homem, observação, contemplação, estudos, inspiração, imaginação, desejo, conquista. Recria o universo lunar através de um ambiente cenográfico com percurso multifacetado com abordagem científica, astronáutica, poética e simbólica, apoiado no trabalho visual e de ampla pesquisa”.
A cosmologia, ciência responsável pelo estudo do cosmos, propõe diversas teorias para o surgimento da Lua. Que idade tem a Lua? De onde ela surgiu? São questões que levantam uma série de hipóteses: Terra e Lua poderiam ser formações contemporâneas; ou que nosso satélite natural já tenha sido outro planeta, raptado agora pelo campo gravitacional terrestre; ou que, devido à rotação acelerada da Terra, a Lua tenha se formado a partir de uma grande porção de terra que se desprendeu da superfície e passou a orbitar a atmosfera. Ou ainda, a teoria mais aceita, a Lua tenha se formado após uma colisão de grandes proporções entre planetas.
Independente de sua origem, o fato é que a Lua sempre esteve presente nas culturas dos povos na Terra. Desde as mais antigas sociedades e povos não civilizados às civilizações clássicas e principais religiões da humanidade, os ciclos lunares propiciaram diversos saberes e emoções, além de funcionarem como unidades de medidas para o plantio, a caça, as bodas, os partos e até mesmo as guerras. Sejam nas manifestações de divindades, rituais, representações simbólicas, conhecimentos astrológicos ou esotéricos, os movimentos cinéticos da Lua em constante renovação foram interpretados de modo a estabelecer conexões entre o homem, o cosmos e sua própria existência.
No painel expositivo Antigos Artefatos do Tempo, a exposição traz uma série de calendários produzidos ao longo dos milênios, com destaque para os diferentes diagramas do tempo baseados em cálculos matemáticos e astrológicos que se apoiam nos ciclos da Lua. Cada cultura representou a medida do tempo apoiada em suas crenças e de acordo com os movimentos dos astros no céu.
Apesar de ser chamada única e popularmente de “Lua”, nosso satélite natural tem nome próprio: Selene. O nome dado pelos gregos faz homenagem ao culto da deusa iluminada, que representa feminilidade, fecundidade, fertilidade e tudo que é ligado ao feminino. Sua permanência transitória lhe afere o papel de guardiã das noites, aquela que ilumina a escuridão, penetra no subconsciente dos sonhos, evoca o psiquismo e a intuição, se liga à forma afetiva de se relacionar. Não à toa, o período das fases da Lua (29 dias) se assemelha ao ciclo menstrual da mulher.
As influências da Lua, além dos movimentos das marés, também se estendem ao comportamento dos animais, que manifestam percepção aguçada dos instintos. Tal condição impõe à Lua o arquétipo da transformação emocional, característica que representa a mutabilidade de nossos sentimentos, muitas vezes analisadas no mapa astral de cada indivíduo. A disposição e alinhamento dos planetas em relação ao Sol e à Lua – somados ao momento exato da hora do nascimento – configura, para alguns, um mapeamento que pode definir aspectos de nossa personalidade. Desta forma, Sol e Lua formam o dueto fundamental para compor razão e emoção.
No lado da razão e da ciência, a Lua é único corpo celeste já alcançado pela presença da humanidade. O astro, que está a meros 380.400 km de distância da Terra, se tornou o emblema da disputa entre EUA e a antiga URSS durante a Guerra Fria. Do lado russo, o Sputnik, primeiro satélite artificial, lançado em 1958, e a viagem de Iuri Gagarin, primeiro homem a viajar pelo espaço, em 1962, impulsionaram forte investimento financeiro e tecnológico dos americanos. Após as novidades dos russos, o ex-presidente John F. Kennedy lançou o desafio de “enviar homens à Lua e retorná-los a salvo até o fim da década”. Como resultado, as missões do Programa Apollo levaram Neil Armstrong e Edwin Aldrin a serem os primeiros homens a pisarem em solo lunar, em 1969. Depois deles, mais dez homens pisariam na Lua até hoje.
A partir de sua pesquisa, Mari Pini nos convida a refletir sobre o que esses feitos nos referenciam atualmente: como a conquista do território lunar nos aproximou do objeto? Como a ciência avançou em seus propósitos? Quais conhecimentos se renovaram em relação ao nosso satélite natural? Com essas e outras questões, Selenograma Lua Tempo Design aproxima o público de medidas do tempo, as fases da Lua e sua relação com homem, a percepção dos fenômenos lunares e um mergulho no imaginário simbólico evocado pela Lua durante toda a história da humanidade.
SERVIÇO
SELENOGRAMA LUA TEMPO DESIGN
Curadoria: Mari Pini
Abertura: 19/07
Horário: às 19h
Data da exposição: 20/07 a 17/11
Visitação: Terça a sexta, das 10h às 22h
Sábado, domingo e feriados, das 10h às 19h.
Entrada gratuita
A CHEGADA À LUA
Data: 19/07
Horário: 19h
Saída do eclipse lunar, Lunik aterrissa no jardim. Seu corpo luminoso forma desenhos no espaço à medida que se movimenta. Se encontra com uma roda composta por 28 luas, que representam o tempo cíclico lunar. Ali, interage com uma esfera vermelha, criando uma dinâmica de corpo e luz no espaço.
MODA E ASTROLOGIA: QUAL O SEU ESTILO?
Data: 20/07
Horário: 14h30
Entrada gratuita com inscrições no local 30 minutos antes do evento
A oficina tem como intuito explorar relações de cultura e comportamento de moda e beleza sob a influência dos astros, levando cada participante a um momento de auto percepção e consequente potencialidade da composição visual no dia a dia.
LUA, LUAR ME ENSINA A TE OLHAR
Data: 20/07
Horário: 17h
Entrada gratuita
A Lua, anciã da natureza, acompanha o imaginário do ser humano e dela deriva um universo de histórias. Desde as antigas tradições, ensinamos as crianças a observar a Lua. Porém, este propõe o estímulo para o olhar infantil da observação com importância, que exalta a admiração pelos luares e seus mistérios.