Sesc, Museu Afro Brasil e Quilombo São Pedro promovem a exposição ‘Roça é Vida’

A mostra, que chega ao Sesc Registro em setembro, contribui com a preservação e a extroversão do patrimônio, da memória e da cultura dos quilombos paulistas

  • Data: 04/09/2024 16:09
  • Alterado: 04/09/2024 16:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: Sesc-SP
Sesc, Museu Afro Brasil e Quilombo São Pedro promovem a exposição ‘Roça é Vida’

Crédito:Divulgação

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No dia 21 de setembro, o Sesc São Paulo, Museu Afro Brasil Emanoel Araújo e o Quilombo São Pedro abrem a exposição “Roça é Vida”, no espaço expositivo do Sesc Registro. Trata-se do resultado de um processo de curadoria compartilhada com a Associação dos Remanescentes de Quilombo de São Pedro que, partindo do Sistema Agrícola Tradicional Quilombola, apresenta características da vida dos quilombolas da comunidade Quilombo São Pedro, do município de Eldorado – SP, localizado no Vale do Ribeira, região considerada Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO.

A vinda da Roça é Vida para Registro oportuniza ao público visitante o contato mais próximo e o conhecimento histórico de uma importante comunidade tradicional dessa região – o Quilombo de São Pedro, A exposição não só contribui com o fortalecimento da valorização da população local, mas também com o aprendizado referente aos conhecimentos, saberes e tecnologias ancestrais pertencentes às comunidades quilombolas.

As ações da exposição culminaram na curadoria compartilhada que reúne os originais e reproduções das ilustrações em aquarela e trechos dos livros Roça é Vida, de Viviane Marinho, e Na companhia da produção do Dona Fartura: uma história sobre cultura alimentar quilombola, de Laudessandro Marinho. Ambos os títulos são escritos e ilustrados por pesquisadores e educadores quilombolas e aquilombados do território. Compõem ainda o acervo, fotografias, objetos de trabalho (utensílios, ferramentas, artesanatos), de uso cotidiano e do acervo do quilombo, poesia, sementes crioulas e o vídeo documentário Quilombo São Pedro: Modo de ser e viver, elaborado especialmente para a mostra.

Ressalta-se o Sistema Agrícola Tradicional Quilombola, que tem como base a roça de coivara, que por sua vez agrega um conjunto de saberes e técnicas de manejo da floresta, e são passados de geração em geração, para alimentar as famílias quilombolas. Em 2018, o Sistema Agrícola Tradicional dos Quilombos do Vale do Ribeira foi reconhecido como patrimônio imaterial brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.

A exposição esteve em cartaz no Museu Afro Brasil Emanoel Araújo, em São Paulo, durante o ano de 2023 e em 2024. Iniciada em 2016, a parceria entre a Associação Museu Afro Brasil e a Associação dos Remanescentes de Quilombo de São Pedro integrou as ações do Programa Conexões Museus SP, do Sistema Estadual de Museus de São Paulo – SISEM-SP, que visa contribuir com a preservação e a extroversão do patrimônio, da memória e da cultura dos quilombos paulistas.

Sobre o Museu Afro Brasil Emanoel Araújo

Instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, administrado pela Associação Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura.

Localizado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, dentro do mais famoso Parque de São Paulo, o Parque Ibirapuera, o Museu conserva, em 11 mil m2 um acervo com mais de 8 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XVIII e os dias de hoje. O acervo abarca diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a escravidão, entre outros temas ao registrar a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira.

O Museu exibe parte do seu Acervo na Exposição de Longa Duração, realiza Exposições Temporárias e dispõe de um Auditório e de uma Biblioteca especializada que complementam sua Programação Cultural ao longo do ano.

Sobre o Quilombo São Pedro

O Quilombo São Pedro compreende uma área de 4.692 hectares do município de Eldorado, no Vale do Ribeira, região paulista que possui a maior concentração de mata atlântica do Brasil e que desde 1999 é considerada Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO. O território abriga 56 famílias e, para além da biodiversidade, possui residências em alvenaria, sede da Associação Quilombo São Pedro, roças de coivara, horta comunitária, rios e nascentes, casas de taipa, casa de farinha em taipa, campo de futebol de várzea, capela, bar e coleção de objetos. Avizinha-se aos quilombos Ivaporunduva, Galvão, Pedro Cubas, Pedro Cubas de Cima e ao Parque Estadual Intervales.

Para além da preservação do Sistema Agrícola Tradicional Quilombola – SATQ, reconhecido em 2018 como Patrimônio Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, os quilombolas organizam festividades, rodas de memórias sobre as lutas e a conquista do direito às terras, se destacam pela formação universitária, de seus jovens e adultos, e pelo engajamento em instituições, movimentos, projetos e eventos como o Coletivo Mulheres Quilombolas na Luta, a Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos – CONAQ, a Cooperativa dos Agricultores Quilombolas do Vale do Ribeira – Cooperquivale, a Equipe de Articulação e Assessoria às Comunidades Negras – EAACONE, o Fórum dos Povos e Comunidades Tradicionais do Vale do Ribeira, o Grupo Cultural Puxirão Bernardo Furquim, o Movimento dos Ameaçados por Barragem – MOAB, o GT da Roça, a Feira de Troca de Sementes e Mudas Tradicionais das Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira, no município de Eldorado – SP, e o projeto “Do quilombo para a favela” que, no período de isolamento da covid-19, foi alternativa para o escoamento dos produtos agrícolas orgânicos objetivando menor impacto na economia das comunidades quilombolas do Vale do Ribeira, diante o fim da venda dos produtos para o Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE, do Ministério da Educação.

Sesc Registro

Inaugurado em julho de 2016, o Sesc Registro é a primeira unidade no Vale do Ribeira e ocupa o histórico Complexo K.K.K.K. Construído em 1919, o conjunto arquitetônico abrigou por muito tempo a Companhia Ultramarina de Desenvolvimento Kagai Kogyo Kabushiki Kaisha e, posteriormente, o Memorial da Imigração Japonesa.

A construção foi tombada pelo Condephaat em 1987 e restaurada no início dos anos 2000 pelo escritório Brasil Arquitetura, levando em conta a participação da comunidade, a relação com o ambiente urbano e o resgate e a permanência da memória local.

Localizado no centro de Registro (SP), às margens do rio Ribeira, o espaço é composto por quatro armazéns – que somam mais de dois mil metros quadrados. A programação inclui atividades nas áreas de esporte, cultura, cidadania e arte e atende a população de toda a região do Vale.

Sobre o Sesc São Paulo

Com mais de 77 anos de atuação, o Sesc – Serviço Social do Comércio conta com uma rede de 42 unidades operacionais no estado de São Paulo e desenvolve ações para promover bem-estar e qualidade de vida aos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo, além de toda a sociedade. Mantido por empresas do setor, o Sesc é uma entidade privada que atende cerca de 30 milhões de pessoas por ano. Hoje, aproximadamente 50 organizações nacionais e internacionais do campo das artes, esportes, cultura, saúde, meio ambiente, turismo, serviço social e direitos humanos contam com representantes do Sesc São Paulo em suas instâncias consultivas e deliberativas.

Saiba mais em: sescsp.org.br

Serviço

Exposição “Roça é Vida”

Abertura: 21 de setembro de 2024, às 10h30.

Visitação: De 21 de setembro de 2024 a 02 de fevereiro de 2025.

De terça a sexta, das 13h às 21h30; sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h.

Local – Sesc Registro: Avenida Prefeito Jonas Banks Leite 57 Prédio KKKK – Centro, Registro – SP. CEP 11900-000.

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  • Data: 04/09/2024 04:09
  • Alterado:04/09/2024 16:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: Sesc-SP









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