Sesc apresenta o primeiro museu digital de cestaria do Brasil

Projeto colaborativo entre o Polo Sociocultural Sesc Paraty e três comunidades da região da Costa Verde, no Rio de Janeiro, busca preservar o saber popular e aproximar artistas do público

  • Data: 09/05/2022 09:05
  • Alterado: 17/08/2023 04:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: SESC
Sesc apresenta o primeiro museu digital de cestaria do Brasil

Sesc apresenta o primeiro museu digital de cestaria do Brasil

Crédito:Divulgação

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O Polo Sociocultural Sesc Paraty e três comunidades tradicionais da região da Costa Verde, no Rio de Janeiro, iniciaram  um processo colaborativo de pesquisa, em 2021, e o resultado dele é apresentado agora: nasce o ‘Museu Digital Tramas Daqui’. O espaço virtual permanente vai além de imagens de cestos, luminárias, peneiras e balaios. Ele também retrata atividades cotidianas como a pesca e a agricultura, que ajudam a contar as histórias dessas comunidades. Entre maio e julho, o Sesc Paraty também estará com uma exposição física com 34 peças para celebrar a concepção do Museu Digital Tramas Daqui.

Para a analista de Patrimônio Cultural do Polo Cultural, Jaqueline Silva, a concepção do museu está alinhada a uma tendência mundial das áreas de antropologia e de museologia. “Museus já não são mais apenas espaços físicos onde objetos são depositados para serem comtemplados por sua raridade ou excepcionalidade. Com a experiência do museu digital, nosso intuito é ampliar a trama formada pela criação plástica e territórios, para evidenciar os processos criativos e facilitar o encontro entre criadores e pessoas interessadas em seus trabalhos”, explica.

Da Comunidade Caiçara de São Gonçalo, por exemplo, vem o ensinamento sobre a colheita sustentável: não se deve retirar a matéria-prima do mesmo lugar com frequência. Nas cestarias Guarani, da Aldeia Itaxi Mirim, os desenhos feitos a partir das costuras da casca do imbé – espécie rara de cipó – representam caminhos e trilhas. As ilustrações simbolizam mar, rios, cobras e encruzilhadas – elementos que fizeram parte da jornada de quem criou a peça. Já no Quilombo do Campinho da Independência, o artesanato é modo de vida e sustento desde os tempos de Tia Marcelina, Vovó Tonica e Tia Maria Luzia, primeiras moradoras do lugar.

O ‘Museu Digital Tramas Daqui’ contempla trabalhos realizados por mulheres e homens que remetem a saberes ancestrais. São registros do conhecimento acumulado ao longo dos anos sobre materiais e técnicas, já que em seus emaranhados – as tramas – guardam as sutilezas presentes na relação respeitosa entre as pessoas, a terra e o tempo. “A comunicação fluida e a visualização em 360 graus possibilitam a interação com as peças virtualizadas, como um primeiro passo de uma ação de Educação Patrimonial. As principais etapas de desenvolvimento do museu foram realizadas em conjunto com as comunidades, desde o processo de pesquisa nos territórios até a escolha dos trabalhos que compõem o acervo”, complementa Jaqueline Silva.

Exposição física do Museu Digital Tramas Daqui

A exposição física apresenta criações de artesãs e artesãos do território de Paraty (RJ), além de registros do processo de pesquisa, do processo de criação das peças e informações sobre as comunidades e matérias-primas. As 34 peças foram selecionadas por meio de um processo de curadoria colaborativa, ressaltando as mais representativas de cada local no momento em que o estudo foi realizado. A exibição estará aberta ao público até o dia 24 de julho, no Polo Sociocultural Sesc Paraty – Rua Dona Geralda, 20, Centro Histórico Paraty (RJ), com acesso gratuito.

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