Senado Federal e Cristo Redentor recebem iluminação especial sobre Dia Mundial da Trombose
Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia chama atenção para o cenário de casos de trombose no Brasil, que passa a contar com registros oficiais
- Data: 12/10/2023 21:10
- Alterado: 12/10/2023 21:10
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Assessoria
Crédito:Divulgação
De acordo com Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia – SBTH, a cada ano quase 300 mil brasileiros são acometidos por algum fenômeno trombótico e muitos desses eventos poderiam ser evitados (com ações como prática frequente de exercícios, ingestão regular de água, controle de peso, não fumar, entre outras, e, quando necessário, o uso de anticoagulantes recomendados pelo médico). A embolia pulmonar é uma complicação grave e fatal em 30% dos casos. Entre maio de 2021 e abril de 2022, estima-se que houve quase 78 mil internações de pacientes nos serviços públicos em decorrência da trombose ou embolia pulmonar.
O Dia Mundial da Trombose – 13 de outubro – foi criado em 2014 como uma iniciativa da Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH) com o objetivo de chamar atenção para a educação e a prevenção, por meio de ações, eventos, campanhas de mídia e fóruns educacionais. Muitos monumentos no mundo inteiro, como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e prédios como a cúpula do Senado Federal, em Brasília, recebem iluminação especial nas cores azul e vermelho (simbolizando o sangue arterial e o venoso). Sob o lema “A Vida Deve Fluir”, ressaltando a importância dos quadros de trombose no Brasil, a SBTH realizará seu segundo jantar beneficente, em novembro de 2023, no hotel Rosewood, em São Paulo, com a participação de importantes instituições, especialistas e artistas.
Um importante marco no trabalho da SBTH foi a inauguração do Centro de Doenças Tromboembólicas (CDT) do Hemocentro da Unicamp, em Campinas (SP). A iniciativa, aprovada pelo Programa de Centros de Desenvolvimento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), vai contar com recursos da ordem de R$ 2 milhões, decorrente de uma emenda parlamentar ao orçamento estadual, de iniciativa do deputado Edmir Chedid. A verba será destinada à aquisição de equipamentos, na logística de transporte das amostras e no desenvolvimento de um programa educacional na área de trombose e hemostasia para profissionais da área da saúde e a população geral. “Contar com esses recursos tem uma extrema importância para o conhecimento na área, voltado especificamente para a realidade brasileira, para que nossa população cada vez mais possa ser beneficiada e ter mais acesso à informação, item indispensável para o tratamento efetivo dos casos de trombose”, afirma a médica hematologista Joyce M. Annichino, professora, coordenadora da área clínica e laboratorial de Doenças Tromboembólicas do Hemocentro da Unicamp e presidente da Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia – SBTH.
A trombose venosa é uma doença caracterizada pela formação de trombos (coágulos) nas veias de qualquer parte do corpo, mas principalmente nas veias das pernas, e que pode evoluir para uma embolia pulmonar caso o trombo se movimente pela corrente sanguínea. É a terceira causa de óbito entre as enfermidades cardiovasculares e pode ser evitada na grande maioria dos casos. No Brasil, ainda não existem dados robustos sobre a sua ocorrência na população. Como consequência, as estratégias públicas para mitigação da doença são baseadas em estudos divulgados por outros países, que possuem perfis étnicos e socioeconômicos diferentes do brasileiro.
O trabalho da equipe do Centro de Doenças Tromboembólicas em estabelecer registros oficiais de trombose venosa, inicialmente em centros do estado de São Paulo, é fundamental para a mais correta implementação de soluções para o diagnóstico e os tratamentos efetivos e mais modernos para os casos de trombose. A análise científica dos dados coletados é feita em parceria com a Faculdade de Engenharia Química da Unicamp, utilizando recursos de inteligência artificial de modo a produzir escores de predição e aplicativos para melhorar o atendimento no SUS. Entre as inúmeras variáveis mapeadas, incluem-se tratamentos, causas e consequências da trombose, inclusive em pacientes com câncer e crianças.
O CDT conta com uma rede de 13 centros hospitalares de seis municípios do Estado de São Paulo: o Hospital de Clínicas, o Hemocentro e o CAISM – todos da Unicamp; o Hospital da PUC e o Hospital Dr. Domingos Boldrini, em Campinas; o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu; o Hospital de Base da Fundação da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto; o Hospital do Amor de Barretos; o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto; e, na capital paulista, o Hospital Municipal M’Boi Mirim, o Hospital Municipal Vila Santa Catarina e o Hospital Santa Marcelina de Itaquera.