Sem fugir à luta

Iris Tang Sing briga por vaga nas Olimpíadas de 2016 e ensina taekwondo a crianças carentes de Itaboraí

  • Data: 15/12/2014 09:12
  • Alterado: 15/12/2014 09:12
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Jogos Cariocas
Sem fugir à luta

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A carioca Iris Tang Sing é uma lutadora – e no sentido mais amplo da palavra. Como terceiro sargento do Exército, serve no Forte São João, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Como atleta de taekwondo, nos últimos tempos disputou torneios na Ucrânia, Sérvia, Croácia, Inglaterra, Colômbia, Austrália, Cazaquistão e México. O objetivo é terminar o ano em sexto no ranking olímpico para garantir vaga nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. “No momento, sou quarta colocada no ranking mundial e nona no ranking olímpico. Sou a melhor brasileira de todas as categorias nos dois rankings. E estarei em todos os campeonatos que aparecerem pela frente”, avisa.

Entre a vida militar, as viagens para disputar torneios e o intenso ritmo de treinamentos, Iris ainda encontra tempo para tocar um projeto social em Porto das Caixas, distrito do município fluminense de Itaboraí, onde mora. A prefeitura local contratou seu treinador, Diego Guimarães, e mais dois outros professores da academia Diego Taekwondo Team, onde ela treina, para dar aulas da luta de origem coreana às crianças da rede municipal de ensino. Quando está em Itaboraí, a lutadora também auxilia nas aulas. “Os pais precisam colocar na cabeça o quanto o esporte é importante na vida das crianças”, acredita.

Aos 24 anos e contemplada pela Bolsa Pódio do Ministério do Esporte, a carioca de sobrenome chinês – herdado do bisavô – compete em duas categorias: a finweight, para mulheres até 46 kg, e a peso mosca, para as atletas abaixo dos 49 kg. Na finweight, conquistou o ouro no Panamericano de Taekwondo no México, em setembro. Mas ainda precisa somar pontos para o ranking da categoria mosca – que estará nos jogos Rio 2016. Lutar em duas categorias distintas exige um rigoroso controle do peso, que precisa estar adequado às diferentes disputas. “No Grand Prix do México, fui convocada em cima da hora para participar. Fiquei dois dias sem comer e tive de cortar até o cabelo para atingir a pesagem necessária”, relembra enquanto ajeita o “dobok” – traje usado pelos lutadores de taekwondo – para a seção de fotos.

JOGOS CARIOCAS Como descobriu o taekwondo?
IRIS SING Uma amiga de escola me chamou. Na época, eu fazia ballet e natação. Treino taekwondo há 11 anos, desde que eu tinha 13. Mas só percebi que poderia ser uma atleta de ponta aos 18 anos. Um pouco tarde, devido à pouca visibilidade e divulgação das modalidades olímpicas no Brasil.

JOGOS CARIOCAS Qual é a coisa legal de ser uma lutadora? E a parte chata?
IRIS SING O legal de ser atleta é poder representar o Brasil, representar o Exército Brasileiro, do qual faço parte, e também representar minha equipe, a Diego Taekwondo Team, e cidade de Itaboraí. As coisas chatas são ter que fazer uma dieta rigorosa o tempo todo e viver com lesões.

JOGOS CARIOCAS Qual foi seu momento mais emocionante, dentro do esporte?
IRIS SING Posso destacar o Panamericano desse ano, que foi realizado no México, onde tive que enfrentar a pressão da torcida para vencer a mexicana na semifinal e a canadense n° 1 do mundo na minha categoria na final. Foi bom, mas está longe do que eu espero para mim, pois já venci competições mais difíceis na Europa. E sei que ainda tenho muitas outras pela frente…

JOGOS CARIOCAS O que espera das Olimpíadas de 2016?
IRIS SING Espero estar no Rio em 2016, mas não para participar e sim para ser medalhista. Já competi com várias atletas campeãs europeias, medalhistas olímpicas e mundiais, e sei que posso vencê-las. Com mais um ano de trabalho e treinamento, vou chegar ao meu nível máximo de performance.

JOGOS CARIOCAS Como avalia a ação do poder público no apoio aos atletas brasileiros para as Olimpíadas de 2016?
IRIS SING Tenho recebido um suporte muito grande do Exército Brasileiro, da Confederação Brasileira de Taekwondo e seus patrocinadores e do Ministério dos Esportes, que me ajudaram muito a estar entre as melhores do mundo na categoria. Seria bom que o Rio de Janeiro criasse uma bolsa atleta estadual. Outros estados, com muito menos recursos, investem mais no esporte e apoiam seus atletas. E estão tendo resultados bem expressivos.

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Crédito:Luiza Kreitlon/Jogos Cariocas Iris Tang Sing

  • Data: 15/12/2014 09:12
  • Alterado:15/12/2014 09:12
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Jogos Cariocas









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