Secretário diz que estuda usar inteligência artificial em mais tarefas escolares de SP

Em evento, Renato Feder afirma que ferramenta ajuda no aprendizado e que tecnologia é uma tendência na educação

  • Data: 24/04/2024 19:04
  • Alterado: 24/04/2024 19:04
  • Autor: Redação
  • Fonte: Isabela Palhares/Folhapress
Secretário diz que estuda usar inteligência artificial em mais tarefas escolares de SP

Secretário de Educação de SP, Renato Feder

Crédito:Divulgação/Alesp

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O secretário de Educação do governo Tarcísio Freitas (Republicanos), Renato Feder, disse que estuda novas formas de usar a inteligência artificial nos processos escolares. Ele disse que a ferramenta ajuda no aprendizado.

Feder participou nesta quarta-feira (24) de palestra na Bett Brasil, feira que promove o uso de tecnologia na educação. O secretário afirmou que vai continuar “gradativamente” a inserir a inteligência artificial nas escolas. Segundo ele, a próxima etapa seria usar essas ferramentas para corrigir a lição de casa dos alunos, que hoje já precisam ser feitas em um aplicativo.

O jornal Folha de S.Paulo mostrou que o secretário decidiu usar o ChatGPT para produzir aulas digitais no lugar de professores curriculistas. O governo também passou a cobrar que as escolas usem ferramentas de inteligência artificial para corrigir redações e testar a leitura dos estudantes.

“A gente tem por semana aproximadamente 40 milhões de exercícios feitos pelos alunos da rede. São 3 milhões de alunos fazendo um volume de lição de casa muito grande com a ajuda da inteligência artificial. A gente agora está estudando usar a inteligência artificial para ajudar, inclusive, na correção dessas tarefas porque é um volume hercúleo. Então a inteligência está sempre ajudando nós humanos na educação”, disse Feder, após a palestra.

Questionado se a decisão de usar as ferramentas de inteligência foi embasada em algum estudo que avalie o impacto delas na educação, Feder respondeu apenas que se trata de uma “tendência”.

“A gente percebe que é uma tendência muito grande usar inteligência artificial para montar o material [didático]. Empresas nacionais e multinacionais e a rede privada estão usando a inteligência artificial para ajudar na configuração e preparação das aulas, dos exercícios e na correção”, disse o secretário.

O Ministério Público de São Paulo cobrou que Feder apresente estudos e evidências científicas que justifiquem o uso de inteligência artificial na produção de material didático. A secretaria tem até a segunda quinzena de maio para enviar essas informações.

Desde setembro do ano passado, a Promotoria tem cobrado explicações da secretaria após a adoção de uma série de tecnologias e plataformas para serem usadas nas escolas estaduais paulistas. Desde que assumiu a Secretaria de Educação, Feder, que é empresário do setor de tecnologia, tem promovido uma digitalização do ensino.

No evento desta quarta, o secretário apresentou detalhes do “fluencímetro”, como foi apelidada uma ferramenta que usa a inteligência artificial para avaliar a fluência de leitura de alunos do 2º ao 5º ano do ensino fundamental.

Com o “fluencímetro”, o aluno lê um texto, e esse áudio é gravado e analisado pela inteligência artificial. De forma instantânea, o professor recebe a comparação entre o texto original e o que o aluno, de fato, leu. A leitura é classificada, então, considerando também a fluência e o tempo, entre os níveis “abaixo do básico”, “básico”, “adequado” e “avançado”.

O professor, além desse conceito de cada aluno, recebe a comparação dos resultados de toda a turma e a evolução da criança ao longo dos testes.

A meta do governo paulista é alfabetizar 90% dos estudantes do 2º ano até 2026. Atualmente, apenas 40,62% das crianças de escolas públicas de São Paulo chegam ao final do 2º ano, alfabetizadas, segundo o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), a principal avaliação do país. Essa idade, por volta dos sete anos, é a considerada ideal para a alfabetização, e o atraso prejudica toda a trajetória escolar da criança.

Segundo Feder, no entanto, os testes de leitura com o 2º ano já feitos, antes do “fluencímetro”, apontam que 64% dos alunos nessa idade já são leitores fluentes. Agora, ele diz, é preciso garantir esse patamar também para as outras séries.

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  • Data: 24/04/2024 07:04
  • Alterado:24/04/2024 19:04
  • Autor: Redação
  • Fonte: Isabela Palhares/Folhapress









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