Secretaria de Agricultura e Hospital de Amor combatem o câncer de pele rural

Projeto Retrate realiza ações de rastreamento e prevenção entre trabalhadores rurais, com apoio de capacitações e estratégias inovadoras para diagnóstico precoce do câncer de pele

  • Data: 10/01/2025 13:01
  • Alterado: 10/01/2025 13:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: CDICOM
Secretaria de Agricultura e Hospital de Amor combatem o câncer de pele rural

Crédito:Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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O Projeto “Retrate” já identificou quase 2 mil casos de risco aumentado para o desenvolvimento de melanoma; campanhas atuam junto aos trabalhadores do agro.

O Brasil possui elevados índices de radiação UV, o que aumenta significativamente o risco de câncer de pele. Atentos a esta realidade, o Hospital de Amor, em parceria com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, por meio da Casa da Agricultura de Barretos, realiza um trabalho de rastreamento do câncer de pele, que envolve em seu público-alvo a população rural.

Trata-se do Projeto Retrate, que promove campanhas de busca ativa voltadas a grupos de risco, como os trabalhadores do agro, predominante na região de Barretos, no interior do Estado. Para este público, o Projeto ainda envolve capacitações para os profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS) rurais e também fornece equipamentos necessários para melhorar o atendimento. Essas iniciativas visam eliminar as barreiras e garantir que a prevenção e o tratamento do câncer de pele sejam acessíveis a todos.

Vale destacar, que um dos maiores desafios para a prevenção primária é a adoção de medidas de proteção, como o uso regular de roupas apropriadas e filtro solar, o que esbarra na resistência cultural em relação a essas práticas.

Rastreamento e Diagnóstico Precoce

Desde abril de 2024, o projeto promove ações junto à população rural, por meio de informações sobre a doença e atendimentos dermatológicos para o rastreamento do câncer de pele. “Nossa atuação não é algo fácil. A população rural é muito receosa, até mesmo por questões culturais, sendo difícil dar o primeiro passo para buscar o diagnóstico”, conta Rolando Salomão, diretor técnico da CATI Regional de Barretos.

Até o momento, o Projeto Retrate recebeu mais de 7 mil imagens de lesões de pele enviadas por meio das diferentes abordagens implementadas. Todas essas imagens foram avaliadas via teledermatologia, resultando no agendamento de aproximadamente 700 consultas presenciais, onde 173 pacientes foram encaminhados para biópsia. Também foi identificado um grupo de quase 2 mil pacientes com risco aumentado para o desenvolvimento de melanoma, incluindo trabalhadores rurais, que são monitorados anualmente pelo Projeto Retrate.

Atualmente, o Projeto atua nos municípios que compõem a Diretoria Regional de Saúde V (DRS-V), abrangendo 18 cidades no Estado de São Paulo e também está desenvolvendo uma proposta de expansão para levar o rastreamento a outras localidades.

Parcerias e Capacitação

O câncer de pele é a neoplasia mais comum no Brasil e no mundo, e os tempos de espera para diagnóstico e tratamento pelo SUS podem variar de meses a anos. Por isso, um dos principais objetivos do Projeto Retrate é oferecer atendimento gratuito, de alta qualidade e com a maior agilidade possível.

O projeto conta ainda com outros parceiros, como a Cooperativa de Trabalhadores Rurais de Barretos e região (COOPBAR), que envolve a capacitação de profissionais da saúde primária, estética, cuidado corporal (manicures, podólogos, tatuadores, cabeleireiros, massoterapeutas, entre outros) e estudantes de medicina, para oferecer atendimento primário por meio de um conjunto de ações que abrange a promoção e proteção da saúde.

“O objetivo da campanha é fornecer uma avaliação dermatológica e identificar lesões suspeitas de câncer de pele. O diagnóstico precoce é crucial principalmente para o câncer de pele do tipo melanoma, e fazer campanhas direcionadas para esta população que fica muito exposta ao sol é fundamental”, afirmou Raquel Descie, pesquisadora e doutora em Oncologia pelo Hospital de Amor.

O câncer de pele é o tipo de câncer mais comum no Brasil. O tipo não melanoma ocorre mais em áreas expostas ao sol, como rosto, orelhas e braços. Já o melanoma, que é o mais agressivo, afeta áreas não expostas, como tronco e pernas.

Segundo Raquel, muitos trabalhadores rurais passaram a vida inteira exercendo suas atividades sem usar roupas adequadas ou protetor solar e sem acesso a informações suficientes. “Enfrentamos o desafio de combater crenças equivocadas, de que o câncer de pele não é preocupante. É fundamental ressaltar que alguns tipos são extremamente agressivos e apresentam alta mortalidade. Convencer as pessoas sobre essa realidade e a importância da prevenção e do diagnóstico precoce é uma tarefa desafiadora, mas que seguimos trabalhando arduamente para superar”, afirma a doutora Raquel Descie.

Para o secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Guilherme Piai, assim como o desempenho econômico do agro paulista é de suma importância para o Estado, os produtores rurais também precisam estar atentos aos cuidados com a sua saúde. “Os homens e mulheres do campo devem se proteger do sol, com roupas adequadas, chapéu e protetor solar. E se notarem qualquer alteração na pele, busquem ajuda médica. Nossa saúde é fundamental, se cuidem”, ressalta Piai.

Projeto Retrate

O Projeto Retrate, financiado pelo PRONON (Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica) do Ministério da Saúde, teve início em setembro de 2022. Desde então, esforços são concentrados no desenvolvimento e implementação de diversas estratégias de rastreamento para o câncer de pele, coordenado pelos pesquisadores Dra. Raquel Descie e Dr. Vinicius Vazquez. A implementação dessas abordagens junto à população começou em julho de 2023, contemplando inovações como uma cabine fotográfica de autoatendimento instalada em local de grande circulação, um aplicativo de celular, além de capacitações voltadas ao diagnóstico precoce do câncer de pele.

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  • Data: 10/01/2025 01:01
  • Alterado:10/01/2025 13:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: CDICOM









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