Seca na Amazônia ameaça sobrevivência de comunidades indígenas
Crise hídrica prejudica saúde, educação e segurança das crianças
- Data: 07/11/2024 09:11
- Alterado: 07/11/2024 09:11
- Autor: Redação/AI
- Fonte: G1
Seca na Amazônia
Crédito:Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
As comunidades indígenas da Amazônia enfrentam um desafio significativo devido às mudanças climáticas, conforme relatado recentemente pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A grave seca que assola a maior floresta tropical do mundo impacta diretamente a vida de milhares de crianças e suas famílias no Brasil, Peru e Colômbia, que dependem dos rios para obter alimentos, medicamentos e acesso à educação.
A escassez de água nos afluentes do rio Amazonas tem causado uma situação crítica. Em regiões como a Isla de los Micos, no departamento colombiano do Amazonas, os indígenas Yagua são obrigados a transportar água devido ao dramático rebaixamento dos níveis fluviais. Antonio Marro, gerente de emergências do Unicef para a América Latina, descreve os rios como verdadeiras “estradas” para essas populações, cuja mobilidade está agora severamente comprometida.
A seca não apenas dificulta o transporte e acesso aos serviços essenciais, mas também bloqueia as atividades econômicas locais, como pesca e agricultura. A crise hídrica tem gerado um aumento alarmante nos casos de doenças como dengue e malária, além de agravar a desnutrição entre crianças pequenas.
As medidas de emergência foram ativadas pelos governos regionais, mas a vasta extensão territorial e o isolamento das comunidades representam grandes desafios logísticos. De acordo com o Unicef, cerca de 10 milhões de dólares são necessários para mitigar essa emergência. Essa estimativa foi divulgada antes da próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP29), que ocorrerá em Baku, Azerbaijão.
Os impactos na educação são igualmente preocupantes. No Brasil, mais de 1.700 escolas estão fechadas ou inacessíveis na região amazônica. No Peru, o departamento de Loreto registra mais de 50 postos de saúde afetados. Na Colômbia, as aulas foram suspensas em 130 instituições escolares.
O Unicef alerta ainda para o agravamento da segurança infantil na Colômbia devido à crise hídrica. O isolamento resultante da seca aumenta a vulnerabilidade das crianças ao recrutamento e exploração por grupos armados não estatais ativos no país.
Esta situação crítica ressalta a urgência de ações globais eficazes contra as mudanças climáticas e a necessidade de apoio internacional para proteger as populações mais vulneráveis da Amazônia.