Saúde Mental na terceira idade: o suicídio de idosos no Brasil

Dra Karen Scavacini, idealizadora do Instituto Vita Alere, reforça a necessidade sobre a prevenção do suicídio na terceira idade

  • Data: 29/08/2024 10:08
  • Alterado: 29/08/2024 10:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Instituto Vita Alere
Saúde Mental na terceira idade: o suicídio de idosos no Brasil

Idosa - Imagem ilustrativa

Crédito:Rafa Neddermeyer - Agência Brasil

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Saúde mental é sempre um assunto que pede atenção máxima – e segue sendo, para muitos, um tema tabu. Mas é preciso um cuidado ainda mais especial quando se fala na saúde mental da terceira idade. Dados de 2023 do IBGE apontam que quase 15% da população brasileira é composta por pessoas acima dos 60 anos ou mais, um número bastante expressivo que não se resume a números; são pessoas. Entre muitos assuntos a se tratar com relação à população longeva, certamente um dos mais urgentes é o suicídio entre membros desse grupo.

A morte por suicídio na população 60+ vem crescendo de maneira preocupante: dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde revelam que, em 2022, a taxa de suicídio entre pessoas com 70 anos ou mais foi de 11,8 por 100 mil habitantes, quase o dobro da média entre outras faixas etárias. Dra Karen Scavacini, mestre em saúde pública na promoção da saúde mental e fundadora do Instituto Vita Alere, fala sobre este cenário: “Essa realidade alarmante pede uma reflexão sobre os fatores que podem desencadear esses números crescentes. Entre as causas principais estão o isolamento social (no contexto pós-pandemia, mas também no sentimento de solidão causados, muitas vezes, pelo afastamento de familiares), luto pela perda de amigos e familiares, doenças crônicas, dores físicas e o medo da dependência. Somam-se a esses fatores, a depressão – muitas vezes não diagnosticada, que aumenta o risco para a morte por suicídio”.

A prevenção é a chave para a mudança deste cenário. “A prevenção do suicídio na população idosa passa pela criação de redes de apoio que inclue familiares, amigos e profissionais da saúde. É crucial também o diagnóstico precoce de casos de depressão ou de outros transtornos psiquiátricos”, comenta a Dra. Além disso, investir em programas de saúde mental voltados exclusivamente para a terceira idade são fundamentais na prevenção do suicídio. “Os governos – todos eles – precisam ampliar as políticas públicas de saúde mental para idosos e tornar o acesso à psicoterapia e atendimento psiquiátrico acessível. Isso inclui não apenas fortalecer as ações básicas, mas capacitar os profissionais da rede pública para lidarem com esses pacientes em sofrimento. A condução de um paciente em sofrimento pode ser fundamental para salvar uma vida”, continua Karen.

Familiares e amigos também têm papel na prevenção da morte por suicídio: “É bastante comum ouvir em atendimentos psicológicos sobre o descaso da família com relação ao idoso, embora a busca de culpados não seja um caminho. A solidão é porta de entrada para a depressão e para o suicídio e mudar esse cenário está em nossas mãos”, explica a fundadora do Instituto Vita Alere.

Com a proximidade do Setembro Amarelo e mais conversas sobre a temática, faz-se necessário agir já. “Pequenas mudanças já contribuem para que os números de morte por suicídio sejam cada vez menores. Cada um de nós pode ser um membro fundamental dessa corrente de mudança”, finaliza Karen Scavacini.

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  • Data: 29/08/2024 10:08
  • Alterado:29/08/2024 10:08
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  • Fonte: Instituto Vita Alere









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