Saúde mental na terceira idade
Isolamento social, depressão e ansiedade afetam milhões de de pessoas idosas e estratégias de prevenção e cuidado são urgentes
- Data: 07/01/2025 14:01
- Alterado: 07/01/2025 14:01
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Crédito:Marcelo Camargo/Agência Brasil
A saúde mental das pessoas idosas no Brasil tem se tornado uma preocupação crescente, especialmente em um país onde a população acima de 60 anos já ultrapassa os 14,7% do total, segundo dados do IBGE. Com o aumento da expectativa de vida, os desafios relacionados ao bem-estar emocional e psicológico ganham cada vez mais relevância. Condições como depressão, ansiedade e demências afetam milhões de pessoas nessa faixa etária, impactando não apenas a qualidade de vida, mas também a saúde física e social.
De acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 15% dos adultos com 60 anos ou mais enfrentam algum transtorno mental. No Brasil, dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) indicam que a depressão atinge aproximadamente 10% das pessoas idosas, enquanto a ansiedade é relatada por 7,5%. Esses números revelam uma necessidade urgente de ações preventivas e de cuidado integral para essa população.
A presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de São Paulo (SBGG-SP), Rosmary Arias, reforça a importância do tema. “A saúde mental na terceira idade não é apenas sobre tratar doenças, mas também sobre promover um envelhecimento ativo, onde as pessoas se sintam valorizadas, conectadas e felizes. Precisamos investir em políticas públicas que considerem a integralidade do cuidado e o papel da sociedade como um todo nesse processo”, afirma.
Entre os fatores que contribuem para a deterioração da saúde mental dos idosos estão o isolamento social, a perda de entes queridos, limitações físicas e as mudanças no papel social ao longo da vida. No entanto, há também estratégias eficazes para combater esses desafios. A prática de atividades físicas, o fortalecimento de laços sociais e o acesso a terapias psicológicas são exemplos de abordagens que ajudam a manter o bem-estar emocional.
Diego Felix Miguel, presidente do Departamento de Gerontologia da SBGG-SP, destaca a necessidade de um olhar diferenciado para a saúde mental nessa faixa etária. “Muitas vezes, os sintomas de depressão e ansiedade em idosos são subdiagnosticados ou tratados como consequência natural do envelhecimento. Isso é um equívoco grave. Precisamos combater o estigma e garantir que essas pessoas tenham acesso a diagnósticos precisos e tratamentos adequados”, alerta.
Com uma população que envelhece rapidamente, o Brasil precisa encarar os desafios da saúde mental dos idosos como uma prioridade de saúde pública. Investir em diagnósticos precisos, tratamentos acessíveis e políticas que promovam inclusão e bem-estar é essencial para garantir qualidade de vida nessa fase da vida.
O acesso a cuidados especializados e a conscientização sobre a importância da saúde mental são caminhos fundamentais para enfrentar essa questão. Além disso, é imprescindível criar estratégias intersetoriais que combatam o isolamento social, promovam vínculos comunitários e valorizem o papel do idoso na sociedade brasileira.