Sargento e capitão
Atleta do Ano no hóquei na grama, Bruno Mendonça vive rotina puxada, rumo aos Jogos Rio 2016
- Data: 01/12/2014 11:12
- Alterado: 01/12/2014 11:12
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Jogos Cariocas
Velocidade e trabalho em equipe. Essas são as armas que Bruno Mendonça vai usar na próxima batalha que pretende enfrentar: as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Aos 30 anos, o sargento da Aeronáutica trabalha na Intendência do CIEAR, o Centro de Instrução Especializada da Aeronáutica na Universidade da Força Aérea, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Quando sai do CIEAR, o sargento Mendonça vira o capitão Bruno, do Carioca Hóquei Clube. Como capitão do time, teve a honra de levantar o troféu de tricampeão brasileiro de hóquei na grama. Foi também capitão da seleção brasileira que conquistou no México o terceiro lugar na Liga Mundial, em setembro. Tanto a seleção quanto o Carioca Hóquei Clube treinam próximo ao local onde serão realizadas as competições do hóquei nas Olimpíadas de 2016, também na Zona Oeste carioca. “Recebi o prospecto de como vai ficar a Arena de Deodoro e gostei do que vi. As obras já estão em andamento e fico feliz porque teremos tudo do melhor para nosso esporte”, comemora Bruno, que acaba de ser eleito Atleta do Ano no hóquei sobre grama pelo Comitê Olímpico do Brasil.
Carioca e flamenguista de carteirinha, com 1,84 m de altura e 86 kg, Bruno é formado em Educação Física, mas teve de abandonar a pós-graduação em Treinamento Desportivo devido à intensa preparação esportiva. O atacante mora em Nilópolis, na Baixada Fluminense, mas pretende se mudar para Deodoro para facilitar a dedicação aos treinamentos da seleção rumo aos Jogos Rio 2016. “Jogar em casa é ter o apoio da torcida, dos familiares e amigos, todos torcendo pelo nosso melhor. Mas, assim que começa a partida, é a melhor equipe, a que tiver mais vontade de ganhar, que sai de campo com a vitória”, pondera.
P – Como você se aproximou do hóquei na grama?
R – Participei de um evento em 2008 no Complexo de Deodoro onde as seleções masculina e feminina estavam concentradas para as competições futuras. Isso me despertou a curiosidade em aprender esta modalidade.
P – Quais são seus pontos fortes?
R – Velocidade e passe forte são minhas características positivas, além do trabalho em equipe. Estou sempre buscando melhorar e aprimorar a técnica individual, principalmente o drible, a recepção da bolinha e a finalização.
P – Qual é o lado bom ser um jogador de hóquei? E o ruim?
R – Disputar competições, viajar, conhecer outro lugares, países e culturas diferentes… São experiências incríveis. Mas não há como esquecer a distância que nos afasta de nossos familiares, algo que torna nossa vida árdua, difícil. Os treinos são muito puxados, mas acabam logo e depois descansamos. Estar longe da família é mais difícil que qualquer treino.
P – Como é a sua rotina?
R – Por ser militar, minha rotina é pautada com muita preparação física, como corridas, flexões, abdominais… E ainda doutrina estritamente militar, alimentação no horário… Isso eu consigo conciliar com minha rotina de treinos, que incluem musculação, treino no campo e treinos específicos de resistência e explosão. Meu dia começa às 5 horas da manhã indo para o quartel, chegando as 6 hs, onde começo corrida e treinando físico até 7:30 hs. Musculação pela manhã três vezes na semana e três vezes à noite. Os treinos no campo acontecem segundas, quartas, quintas e sábados. Às vezes, domingo também. Meus treinos são individualizados e específicos pela posição de atacante. São puxados e dinâmicos, voltados para finalização. Chegam a três horas diárias.
P – Quais foram seus momentos mais emocionantes dentro do esporte?
R – Os títulos de 2012, 2013 e 2014 pelo Carioca Hóquei Clube, onde tive o prazer de levantar o troféu nesses dois últimos anos. Minha primeira medalha internacional veio na terceira colocação no Campeonato Sul-Americano de 2013, no Chile. O terceiro lugar na Liga Mundial no México, em setembro, também foi importante.
P – O que espera das próximas Olimpíadas?
R – As Olimpíadas reúnem os melhores do mundo, são um espetáculo esportivo de alto nível técnico e não será diferente no Rio de Janeiro. Sonho todo dia em estar participando, como atleta, deste espetáculo, Quero poder estar disputando uma jogada contra os melhores do esporte, dividir o gramado com aqueles que com muito sacrifício chegaram e fizeram por merecer estar ali. É um sonho que quero acordar e viver.