Santo André aplica ‘Lei Maria da Penha’ com rigor
Legislação completa sete anos de existência no País com avanços significativos no município, que atendeu quase 300 vítimas de violência doméstica só no primeiro semestre
- Data: 06/08/2013 15:08
- Alterado: 06/08/2013 15:08
- Autor: Raquel Budow
- Fonte: Secom PSA
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Nesta quarta-feira (7), a Lei Maria da Penha completa seu sétimo aniversário com avanços significativos em Santo André, que neste ano reacendeu o debate sobre a violência contra a mulher e ampliou o atendimento no Centro de Apoio à Mulher em Situação de Violência Vem Maria, onde são registrados, em média, 20 novos casos de mulheres vítimas de violência mensalmente. De janeiro a junho, o número total de atendimentos chegou a 297.
No Vem Maria – que existe há 15 anos –, a mulher agredida recebe apoio, atendimento psicológico, social e jurídico. Em casos de risco de morte, é encaminhada para casas abrigo, em endereços sigilosos. Acolhida, a mulher e filhos têm garantida a sua integridade física e emocional e passam a reorganizar as vidas. “Atuamos no sentido de chamar a sociedade para lutar por uma vida mais justa, digna, pacífica e sem discriminação”, ressalta a assessora especial de Políticas Públicas para as Mulheres, Silmara Conchão – a área é vinculada ao Gabinete do prefeito Carlos Grana.
Para aumentar o rigor e garantir a aplicação da Lei Maria da Penha, a Prefeitura assinou, neste ano, Acordo de Cooperação Técnica com a Campanha Nacional Compromisso e Atitude pela Lei Maria da Penha – A Lei É Mais Forte, junto com o Tribunal de Justiça de São Paulo. Também foi reiterado o Convênio entre o Estado de São Paulo com os municípios, por meio da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, para a execução de ações para a consolidação do Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.
MARIA DA PENHA – Sancionada em 7 de agosto de 2006, sob o número 11.340, a lei representa um marco da legislação brasileira por estabelecer punições severas a todo o tipo de violência empregada contra a mulher, além permitir a prisão preventiva e criar mecanismos para coibir as agressões.
A Lei Maria da Penha é fruto de mais de dez anos de estudos e articulação de organizações feministas e do movimento de mulheres em todo o País. Ela ganhou o nome da cearense Maria da Penha Maia Fernandes, que ficou paraplégica depois de duas tentativas de homicídio sofridas em 1983 – uma, quando seu marido disparou tiros contra ela; a segunda, após tentativa de eletrocutá-la e afogá-la. Para ajudar outras vítimas, Maria da Penha passou a dedicar-se ao enfrentamento da violência doméstica.
NOVA LEGISLAÇÃO – A lei que estipula o atendimento integral e obrigatório no SUS (Sistema Único de Saúde) a vítimas de violência sexual foi sancionada sem vetos pela presidenta Dilma Rousseff, em 1º de agosto, para garantir a execução das diretrizes definidas pelo Ministério da Saúde, que prevê atendimento às mulheres agredidas de forma mais humanizada e com maior agilidade na emissão de laudos periciais.
Com a decisão, as vítimas passarão a ter o diagnóstico e o tratamento de lesões, a realização de exames para detectar doenças sexualmente transmissíveis e gravidez, além do uso da anticoncepção de emergência (pílula do dia seguinte) em casos de estupro. Em Santo André, a garantia de aplicação desta nova lei está por conta da Ressavas, que é a Rede de Saúde para Atenção à Violência e Abuso Sexual, fundada em 2002 pela Secretaria de Saúde, com apoio da área de Políticas para as Mulheres.