Santo André antecipa Operação Chuvas de Verão e se prepara para mudanças climáticas
Operação Chuvas de Verão teve início antecipado em Santo André visto a intensidade das chuvas e dos ventos que estão ocorrendo neste mês de novembro
- Data: 17/11/2023 18:11
- Alterado: 17/11/2023 18:11
- Autor: Rodilei Morais
- Fonte: ABCdoABC
Prefeito Paulo Serra, vice-prefeito Luiz Zacarias e secretário Vitor Mazzeti apresentam o Programa Operação Chuvas de Verão
Crédito:Rodilei Morais/ABCdoABC
A prefeitura de Santo André lançou nesta quinta-feira (16) a Operação Chuvas de Verão de 2023, antecipando a mobilização das autoridades municipais para responder fenômenos meteorológicos intensos. O programa, que costuma ter início no primeiro dia do mês de dezembro a cada ano, já foi iniciado por conta da intensificação dos eventos climáticos, como o que deixou milhares de lares sem energia elétrica nas últimas semanas.
Em coletiva de imprensa realizada no prédio do poder executivo, autoridades municipais divulgaram o início do programa e um pacote de obras de drenagem para os próximos meses, buscando minimizar o número de inundações, enchentes e alagamentos e os danos causados por estes desastres.
Luiz Zacarias, vice-prefeito e coordenador da operação Chuvas de Verão, afirma se orgulhar do trabalho realizado anualmente neste período crítico. “Sempre atendemos com propriedade, com exatidão, independentemente do momento.” Ao lado do prefeito Paulo Serra e dos secretários Vitor Mazzeti (Obras e Infraestrutura Urbana) e Ivo de Lima (Habitação e Regularização Fundiária) e funcionários da Defesa Civil, Zacarias declarou que a equipe está motivada e focada em atender a população.
O que muda com a Operação Chuvas de Verão
Durante a Operação Chuvas de Verão, as equipes da Defesa Civil municipal permanecem mobilizadas e de prontidão para atender emergências, com plantões e horas extras — permitindo que o órgão atue à noite e tenha uma resposta rápida.
A operação é padrão no município há anos, mas, devido às chuvas intensas recentes e o alerta de tempestade com ventos de até 100 km/h neste final de semana, seu início foi antecipado cerca de quinze dias.
Zacarias e Priscila Oliveira, diretora da Defesa Civil de Santo André, ainda iriam se reunir com o governo do estado de São Paulo, a fim de discutir ações preventivas já para este final de semana. O objetivo do encontro é evitar danos diretos à população neste próximo evento meteorológico intenso e garantir que, em caso de queda do serviço de energia elétrica, que ele possa ser restabelecido o mais rapidamente possível.
Neste ponto, o prefeito Paulo Serra afirmou que estreitou os diálogos com o governador Tarcísio de Freitas e com a Enel, concessionária responsável pela distribuição de energia.
Olhando para o futuro
Paulo Serra destacou, em suas falas, a realidade que são as mudanças climáticas na atualidade, dizendo que é preciso agir para a intensificação dos fenômenos meteorológicos que estão por vir.
O prefeito esteve, no início deste mês, em Barcelona, onde palestrou sobre os investimentos realizados para tornar Santo André uma cidade inteligente. Dentre as iniciativas realizadas neste âmbito, Paulo Serra mencionou na coletiva desta quinta a contratação de uma empresa para realizar estudos e projeções — com auxílio de inteligência artificial — da quantidade de chuva que o município deve receber no contexto de mudanças climáticas.
Ele e Mazzeti explicam que obras de drenagem são dimensionadas a partir de um conceito chamado tempo de retorno das chuvas — que indica a probabilidade de uma precipitação de determinada intensidade ocorrer a cada ano. Com o clima do planeta em transformação, os modelos usados para dimensionar a rede de drenagem, piscinões e outras estruturas hidráulicas da cidade passam a ficar obsoletos. Desta forma, a nova modelagem permitirá que as futuras obras estejam adequadas para a situação.
Valorizando o verde
Questionado sobre a situação das árvores nas vias públicas municipais — cujas quedas foram responsáveis pela interrupção do fornecimento de energia em diversas regiões da cidade — Serra defendeu que o manejo arbóreo não é um problema por si só. A questão, para o prefeito, é a dificuldade de realizar a poda adequada em locais em que os galhos passam pela fiação dos postes.
Segundo o gestor, o manejo nesta situação fica dependente de autorização da Enel, tornando o processo excessivamente lento. De qualquer maneira, a Defesa Civil vem ativamente realizando os cuidados necessários com as árvores nas vias, diagnosticando aquelas que representam um risco e tomando as medidas necessárias — seja a poda ou a remoção.
Paulo Serra lembrou ainda que, embora as árvores possam parecer uma complicação frente aos ventos fortes que ocorrem durante uma tempestade, elas desempenham um papel fundamental na qualidade do ar, no conforto térmico da cidade e na permeabilidade do solo. Removê-las seria, portanto, um prejuízo ainda maior, especialmente considerando as mudanças climáticas a longo prazo.