Saldo do crédito para financiamento de veículos segue superior aos resultados de 2011
Saldo da carteira de financiamentos para pessoa física cresceu 5,3% em doze meses, mas apresentou redução em relação ao mês de março, aponta ANEF
- Data: 06/06/2012 16:06
- Alterado: 06/06/2012 16:06
- Autor: Redação
- Fonte: ANEF
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Segundo dados da ANEF (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras), o saldo total das carteiras de financiamentos de veículos (CDC e Leasing) fechou o mês de abril em R$ 200,7 bilhões, uma alta de 5,3% sobre o mesmo período de 2011, mas 0,3% menor que no mês de março (201,4 bilhões). Na análise dos dados da última década, esta foi a primeira vez que ocorreu uma redução do saldo em relação ao mês anterior.
O saldo de crédito para aquisição de veículos do mês de abril corresponde a 4,7% do PIB nacional (estimado em R$ 4,237 trilhões), frente a 4,9% no mesmo período de 2011 e representa 9,6% do total do crédito do Sistema Financeiro Nacional e 29,8% do total do crédito destinado às pessoas físicas.
Com as medidas anunciadas pelo governo em 21 de maio é possível que o saldo referente ao mês de maio ainda não apresente grandes alterações, mas os esforços para redução das taxas de juros, juntamente com compromisso firmado pelo governo e montadoras garantindo redução do IOF e IPI, liberação de compulsórios e descontos nos preços de tabela de veículos, a tendência é que também os clientes de maior renda voltem a realizar financiamentos e que uma maior faixa de clientes passe a ter condições de financiar seus veículos.
No mês de abril foram liberados 6.747 milhões de reais para aquisição de veículos financiados (CDC), 13,2% menos que em março (R$ 7.777 milhões) e 12% menos que no mesmo período de 2011 (R$ 7.669 milhões).
Inadimplência
O saldo de inadimplência no CDC de Veículos para Pessoa Física, acima de 90 dias, apresentou nova alta de 0,2 p.p no mês de abril, atingindo 5,9%. Em abril de 2011, o saldo de inadimplência era de 3,2%.
Segundo Décio Carbonari, presidente da ANEF, a inadimplência em automóveis, principalmente no segmento de renda mais baixa, aumentou desde janeiro de 2011 e, provavelmente, foi causada pela perda de poder aquisitivo decorrente da inflação mais elevada, pelo crescimento do endividamento das famílias e também pela dificuldade daqueles clientes em ter acesso a novos empréstimos consignados, que se tornaram mais caros a partir das medidas macro-prudenciais que tiveram efeito durante todo o ano de 2011.
“O mais importante sempre é que as pessoas tenham uma compreensão clara de quanto ganham e de quanto gastam por mês, fazendo e controlando seu orçamento para que tenham certeza de que poderão arcar com as prestações do financiamento e evitar surpresas no decorrer do mesmo. Para os que financiam um carro pela primeira vez, é essencial saber das novas despesas que terão como: licenciamento, seguro, manutenção, combustível, pedágio, estacionamento, entre outros que também terão que ser acomodadas em seu orçamento”, avalia o presidente.
Taxas de Juros e Planos de Financiamentos
Durante o mês de abril a taxa média de juros aplicada pelo mercado estava em 1,95 % ao mês, enquanto a média praticada pelas Associadas Anef estava em 1,50 %. Nos novos contratos, os planos de financiamento mantiveram a média de 41 meses, sendo que o prazo máximo oferecido permaneceu em 60 meses.
As modalidades de pagamento nas compras de veículos têm apresentado uma variação importante nos últimos anos. Os contratos de leasing que já representaram 38% do montante em 2008, hoje quase inexistem, sendo responsáveis por apenas 4% dos pagamentos e ficando restritos a vendas à Pessoa Jurídica. Os pagamentos à vista já atingem 39% das aquisições, enquanto os financiamentos com CDC representam 49%. Vale ressaltar o substancial aumento das cartas de crédito de consórcio que desde 2008, quando representavam 4% dos pagamentos nas vendas de veículos, crescem em média 1 p.p. ao ano e neste primeiro quadrimestre foram responsáveis por 8% destas vendas.