Restaurante é condenado por submeter trabalhadores a condições análogas à escravidão
Proprietários terão de pagar indenização por danos morais coletivos
- Data: 22/03/2023 16:03
- Alterado: 22/03/2023 16:03
- Autor: Edvaldo Barone
- Fonte: ABCdoABC
Restaurante Simbad
Crédito:Reprodução/Google Maps
Situado na Vila Bastos, em Santo André, o restaurante Simbad, reconhecido na região pelo trabalho característico com a culinária árabe, ganha agora um capítulo nada saboroso em sua história.
Presente no Brasil há mais de 30 anos, o estabelecimento foi condenado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), a pagar indenização por danos morais coletivos a trabalhadores egípcios submetidos a condições análogas à escravidão.
A situação foi constatada pelo Ministério Público do Trabalho de São Paulo (MPT-SP), após uma denúncia anônima. Segundo o órgão, o alojamento não possuía dimensão adequada para a quantidade de pessoas, não havia camas suficientes para todos, o banheiro estava sujo e a fiação exposta, além de os trabalhadores terem seus passaportes retidos pelo empregador, também egípcio.
Em uma publicação recente nas redes sociais, o perfil do restaurante negou que tenha mantido os trabalhadores em condições análogas à escravidão e rebateu as críticas dos internautas. “Perguntem para qualquer colaborador como é que são tratados aqui. Se alguém de má fé está espalhando notícias falsas, não podemos fazer nada, apenas vindo aqui vocês verão com os próprios olhos. Não podem ver um estrangeiro subindo na vida que já querem difamar e caluniar. A verdade sempre vem à tona”, conclui.
A condenação, além de proibir que a empresa mantenha os empregados em alojamentos com condições inadequadas, prevê também o pagamento de R$ 50 mil reais aos trabalhadores. Caso as obrigações não sejam cumpridas, os responsáveis serão multados em R$ 5 mil por cada divergência, multiplicada pelo número de trabalhadores atingidos.