Reino Unido: Liz Truss perde capital político, ante reação a planos na economia
Truss e sua equipe sugeriram congelar benefícios de bem-estar social abaixo do nível da inflação, ideia que atraiu críticas de outros integrantes do Partido Conservador
- Data: 05/10/2022 15:10
- Alterado: 05/10/2022 15:10
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução
Menos de um mês após assumir como primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss vê sua autoridade política erodir rápido, conforme seu experimento agressivo na economia sai de controle. Após apresentar os maiores cortes de impostos em uma geração para tentar estimular a economia local, Truss trava uma batalha em três frentes, ao tentar convencer investidores céticos, o povo britânico e seus próprios parlamentares.
Alguns dentro do próprio Partido Conservador a descrevem em privado como um “pato manco”, com até dois anos antes da próxima eleição geral. Na terça-feira, 4, um dia após seu governo recuar de uma parte importante de seu plano, ao reverter uma iniciativa para cortar a maior faixa do imposto de renda de 45% para 40%, Truss enfrenta outra disputa com membros de sua própria sigla sobre como pagar os restantes 43 bilhões de libras (US$ 48,7 bilhões) em cortes de impostos propostos por sua administração.
Truss e sua equipe sugeriram congelar benefícios de bem-estar social abaixo do nível da inflação, ideia que atraiu críticas de outros integrantes da sigla. Dias após assumir, o governo já via a libra em forte queda e o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) tendo de intervir para impedir o colapso de fundos de pensão locais, ante temores de investidores sobre a saúde das finanças do país.
Um único aspecto positivo para a líder britânica nesta semana tem sido os mercados financeiros, que se estabilizaram após ela e o ministro das Finanças, Kwasi Kwarteng, desistiram de um corte de impostos, se comprometeram com a responsabilidade fiscal e concordaram em ter uma revisão independente orçamentária de seus planos.
Nas pesquisas, porém, o Partido Conservador batia mínimas recordes de desaprovação, diante do plano econômico.