Regra da etiqueta

Custo/benefício faz a versão de entrada MSI manual puxar as vendas do sedã Volkswagen Virtus

  • Data: 09/08/2018 09:08
  • Alterado: 09/08/2018 09:08
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: por Luiz Humberto Monteiro Pereira/Agência AutoMotrix
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A Volkswagen acertou a mão com o Virtus. Lançado no fim de janeiro, o modelo emplacou 21.111 unidades até julho e se firmou como o terceiro sedã mais vendido do país. É superado apenas pelo compacto Prisma e pelo médio Corolla – em julho, com 4.173 emplacamentos, faltaram menos de 200 unidades para ultrapassar o sedã da Toyota. De quebra, deixou para trás o concorrente Cronos, lançado no mês seguinte ao Virtus, que vendeu 3.284 unidades em abril. O “tripé” formado por design moderno, amplo espaço interno e preço competitivo sustenta as vendas do sedã derivado do Polo. Toda a publicidade do Virtus é baseada na versão Highline 200 TSI, com seu motor 1.0 de 3 cilindros turbinado com câmbio automático, que atinge 116/128 cavalos e é oferecida por R$ 79.990. Mas é na versão 1.6 MSI manual, que parte de R$ 61.390 – ou seja, R$ 18.500 abaixo da versão de topo –, que o valor escrito na etiqueta de preço efetivamente faz toda a diferença. Alegando “questões estratégicas”, a Volkswagen não divulga o mix de vendas de seus produtos. Mas, segundo algumas concessionárias da marca alemã consultadas, é com essa versão que a maioria dos negócios do sedã é fechada.

O desenho da versão MSI segue o padrão da linha Virtus, com vincos laterais bem marcados, traços alongados e fluídos, a coluna de trás inclinada e caimento do teto similar ao de um cupê – com direito até a um pequeno spoiler. Um visual bem dinâmico e imponente, que confere personalidade ao modelo e nem deixa tão evidente que se trata de um sedã derivado de um hatch. Com seus 4,48 metros de comprimento, 1,75 metro de largura e 1,47 metro de altura, o Virtus ostenta um porte mais vistoso que concorrentes como o líder de vendas do segmento de sedãs compactos, o Chevrolet Prisma (4,28 metros x 1,70 metro x 1,47 metro). No Virtus MSI, as rodas de 15 polegadas (são 16 polegadas na versão Highline) originalmente são de aço e não há luzes de neblina, repetidores de seta nos retrovisores e as luzes diurnas de leds que acrescentam requinte às versões mais caras do sedã.

O motor da versão de entrada do Virtus é o mesmo 1.6 litro flex já bastante conhecido em diversos modelos da marca. Ele entrega 110/117 cavalos de potência e 15,5/16,5 kgfm de torque com gasolina/etanol no tanque. A transmissão pode ser manual, com cinco marchas, ou automática, de seis velocidades – essa última configuração foi apresentada em julho e é oferecida por R$ 66.525, com o mesmo nível de equipamentos da versão manual.

Na configuração mais básica, o Virtus MSI vem com ar-condicionado e direção, vidros e travas elétricas. Assistente para partida em subida, computador de bordo, controles eletrônicos de estabilidade e tração e bloqueio eletrônico do diferencial somam R$ 1.050 à conta. E acrescentar sensores de estacionamento traseiros, rodas de liga leve de 15 polegadas, central multimídia com Apple CarPlay, Android Auto e Mirrorlink e volante multifuncional sai R$ 1.900 a mais. Ou seja, um Virtus 1.6 MSI completo chega a R$ 64.340 – e uma eventual cor metálica ainda pode agregar R$ 1.469 a essa fatura.

Se a faixa de preços é semelhante à dos sedãs compactos com nível similar de equipamentos, o Virtus leva vantagem quando o assunto é espaço a bordo. Apesar de ser produzido na mesma plataforma modular MQB do Polo, a Volkswagen fez seu sedã com 9 centímetros a mais de entre-eixos. Totaliza 2,65 metros, medida próxima à dos atuais sedãs médios, que têm preços na faixa dos R$ 90 mil. Esse porte adicional coloca o Virtus em uma disputa particular no sub-segmento dos sedãs compactos mais espaçosos, também conhecidos como “compactos médios”, como o Fiat Cronos, o Honda City e o Chevrolet Cobalt – briga essa que o modelo da Volkswagen lidera com folgas. Além do bom espaço interno, as cinco estrelas na proteção de adultos e crianças obtidas no programa de avaliação de segurança veicular da América Latina, o Latin Ncap, também contam pontos para a linha Virtus. Cintos de três pontos e apoios de cabeça para todos os assentos, airbags laterais além dos frontais obrigatórios e sistemas de ancoragem de assento infantil, que são de série desde a versão básica MSI manual, certamente contribuíram nessa boa performance do sedã nos testes de segurança.

EXPERIÊNCIA A BORDO

ESTILO BÁSICO
No Virtus, o espaço interno é favorecido pelo fato de se tratar de um compacto com comprimento e entre-eixos avantajados. Há uma generosa área para pernas e joelhos dos passageiros de trás, porém o estiloso caimento do teto na parte de trás pode incomodar as pessoas mais altas que sentarem no assento traseiro. A MSI não traz grande sofisticação e o motorista não conta com qualquer ajuste na coluna de direção – nem de altura, nem de profundidade. A solução é resolver a questão ajeitando apenas o banco. Em termos de acabamento, o plástico rígido domina o ambiente, mas os encaixes e arremates são corretos e os tecidos têm boa aparência.

O habitáculo segue o padrão estético um tanto minimalista da marca, com comandos bem posicionados. A central multimídia opcional Composition Touch tem tela de 6,5 polegadas e permite espelhamento de aparelhos móveis com os sistemas Android Auto, Apple CarPlay e Mirrorlink. O computador de bordo é opcional, assim como os sensores de estacionamento traseiro – mas a câmara de ré infelizmente não faz parte do pacote. Não há sensor crepuscular ou de chuva nesta configuração. E só dá para ajustar os retrovisores externos manualmente. Em contrapartida, a versão de acesso traz luzes de leitura traseira, espelhos iluminados e porta-óculos. A cabine oferece porta-objetos bastante funcionais e o porta-malas leva 521 litros – tamanho decente para um compacto.

IMPRESSÕES AO DIRIGIR

CONJUNTO CONVINCENTE
O acerto dinâmico preciso do Polo foi mantido no Virtus, e o motor 1.6 MSI move com agilidade a versão de entrada do sedã da Volkswagen. Os 110/117 cavalos de potência e 15,5/16,5 kgfm de torque com gasolina/etanol bastam para fazer com que o modelo acelere de zero a 100 km/h em 9,8 segundos e atinja a velocidade máxima de 195 km/h. Não tem a força de arrancada do TSI porque o torque máximo surge apenas em 4 mil rpm, mas antes disso o modelo já mostra disposição. O ronco do motor 1.6 MSI da família EA211 se faz notar com mais frequência do que na versão três cilindros 1.0 turbo, mas os giros sobem rápido e o câmbio manual honra as boas tradições da Volkswagen nesse aspecto. Oferece engates bastante precisos e ajuda a proporcionar arrancadas convincentes. A relação de marchas tem bom escalonamento. Contudo, uma sexta permitiria que o giro caísse um pouco mais em velocidades de cruzeiro acima dos 100 km/h.

O sedã oferece boa ergonomia, com uma posição de dirigir simétrica em relação ao volante e aos pedais. A alavanca do câmbio manual de cinco marchas também é bem posicionada no console. A suspensão é outro ponto alto do Virtus. É firme o suficiente para priorizar a estabilidade, todavia não compromete o conforto. Nas curvas, mesmo as feitas em velocidade elevada, a carroceria aderna pouco. O alto nível de rigidez proporcionado pela plataforma MQB ajuda nesse aspecto. O conjunto suspensivo atua com eficiência na hora de filtrar as irregularidades das ruas. A direção elétrica do Virtus MSI é precisa e progressiva e os freios são corretamente dimensionados.

FICHA TÉCNICA
VOLKSWAGEN VIRTUS 1.6 MSI MANUAL
MOTOR: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1598 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro. Acelerador eletrônico e injeção direta de combustível.
TRANSMISSÃO: Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle eletrônico de tração e bloqueio automático do diferencial.
POTÊNCIA MÁXIMA: 117/110 cavalos a 5.750 rpm com etanol/gasolina.
ACELERAÇÃO ZERO A 100 km/h: 9,8 segundos (com etanol).
VELOCIDADE MÁXIMA: 195 km/h (com etanol).
TORQUE MÁXIMO: 15,8/16,5 kgfm a 4 mil rpm com etanol/gasolina.
CARROCERIA: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,48 metros de comprimento, 1,75 m de largura, 1,47 m de altura e 2,65 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais e laterais de série. Peso: 1.139 kg em ordem de marcha.
SUSPENSÃO: Dianteira independente do tipo McPherson, com triângulos inferiores, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora. Traseira por eixo interdependente com braços longitudinais com molas helicoidais, amortecedores telescópicos hidráulicos e barra estabilizadora. Oferece controle eletrônico de estabilidade.
FREIOS: Discos ventilados na frente e sólidos na traseira.
PNEUS: 195/65 R15.
CAPACIDADE DO PORTA-MALAS: 521 litros.
TANQUE DE COMBUSTÍVEL: 52 litros.
PRODUÇÃO: São Bernardo do Campo, São Paulo.
ITENS DE SÉRIE: Direção elétrica, sistema de alarme com comando remoto, banco do motorista com ajuste milimétrico de altura, uma luz de leitura dianteira e duas traseiras, quatro alto-falantes, antena no teto, ar-condicionado, banco traseiro com encosto rebatível, Sistema de fixação da cadeirinha de criança Isofix, revestimentos dos bancos em tecido, travamento elétrico e remoto das portas, porta-malas e tampa de combustível e vidros elétricos dianteiros e traseiros com função “one touch” nos dianteiros.
PREÇO: R$ 61.390.
OPCIONAIS: Assistente para partida em subida, computador de bordo, sensores de estacionamento traseiros, controle eletrônico de estabilidade, controle de tração, bloqueio eletrônico do diferencial, rodas de liga leve de 15 polegadas, sistema de som touchscreen com app-connect e volante multifuncional.

Preço da versão testada (com cor metálica): R$ 65.809.

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