Recorde de consumo de energia reacende debate sobre fontes renováveis
Demanda de energia sobe, mas a mídia só fala na fonte solar. As outras fontes não funcionam mais no Brasil? Ou tem caroço nesse angu?
- Data: 24/01/2025 19:01
- Alterado: 24/01/2025 19:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Ivo Pugnaloni
Crédito:Reprodução
Quem estava esperando queda na quantidade de energia consumida no Brasil vai ter que esperar mais um pouco.
Agora é o calor que empurrou mais um pouco para cima a nossa necessidade de energia. Além é claro de nova subida no PIB acima de 3,0%, esperado para 2024, mesmo ainda não fechado o balanço.
Foram 102.810 MW às 14h31 desta quarta-feira, 22 de janeiro. O valor é o maior já registrado no SIN, superando o recorde anterior de 102.478 MW, em 15 de março de 2024.
A carga média diária também seguiu batendo recorde, atingindo 92.985 MW médios nesta
Não se fala mais nisso!
Mas é uma pena que a notícia da agências de notícias só traga valores do crescimento de uma única fonte, a energia solar, como se apenas ela existisse!
Ficaram os leitores ser saber como se comportaram as demais fontes, que são tratadas agora pelos jornais e revistas como se elas não existissem mais!
Parece haver na imprensa brasileira uma grande má vontade em divulgar notícias sobre o crescimento das hidrelétricas por exemplo.
E das eólicas, das quais ainda se fala um pouco, mas muito discretamente.
Talvez porque, devido ao grande porte dos seus aerogeradores, construídos com no mínimo 4.000 kW, as eólicas não possam ser compradas nem instaladas nos telhados dos consumidores. Ou porque as hidrelétricas, mesmo de pequeno porte, não podem ser vendidas com a mesma velocidade.
Afinal, “o sol nasceu para todos, mas água caindo de pedras só para os abençoados”, como diz um cliente nosso.
Vai daí, os fabricantes de eólicas e hidrelétricas e seus projetistas talvez não anunciem na imprensa. E parece que se eles não anunciam, não são todas as mídias que querem produzir notícias sobre hidráulicas e eólicas…Será essa a causa do “cancelamento” das notícias sobre as fontes de energia renováveis mas permanentes?
A síndrome da falta de informação
Esconder parte do mercado de energia, é muito ruim pois deixa os leitores desinformados sobre o setor elétrico e suas oportunidades, tendencias e perspectivas. Inclusive de trabalho.
Isso é muito injusto e até fica meio estranho, porque depois das cinco da tarde, quem sempre aguenta quase toda a demanda são as hidrelétricas, que usam e devolvem a água doce armazenada nos reservatórios.
Ou as termoelétricas, mas estas para gerar precisam consumir derivados de petróleo importado, especialmente nesses tempos quando faltam mais hidrelétricas serem construídas no Brasil. Sendo que em nosso país, praticamente em cada 10 fazendas ou sítios existe pelo menos um rio ou um riacho com queda d’água possível de ser aproveitada!
Por qual razão isso acontece?
Deve ser uma razão meio capenga de explicar, pois é uma razão escondida, com dados escondidos e ninguém fala por quê isso, acontece.
Ninguém fala nisso, nem no Governo, nem na Oposição, nem muito menos na mídia!
Você não acha estranho tudo isso?
Na minha opinião há uma razão muito clara: dinheiro!
Gostaria de saber como essa “mágica” das tarifas de energia cada vez mais caras acontece, enquanto só se fala das vantagens da energia solar, que depois das 17 horas e antes das 9 da manhã precisa das termelétricas e das hidrelétricas?
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Na segunda feira dia 27 de janeiro vamos trazer as informações que não foram divulgadas.
Ivo Pugnaloni
Ivo é engenheiro eletricista formado pela UFPR. Foi diretor de planejamento da COPEL – Companhia Paranaense de Energia e diretor presidente da COPEL DISTRIBUIÇÃO, diretor do Instituto Estratégico do Setor Elétrico (ILUMINA), fundador e primeiro presidente da ABRAPCH, associação brasileira de pequenas hidrelétricas, secretário adjunto de transportes de Curitiba, membro do Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia do Paraná e professor do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná e membro do Grupo de Diretrizes do Setor Elétrico do primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje Ivo é o presidente da ENERCONS Projetos e Consultoria em Energias Renovávei fundada em 2000 em Curitiba.. Site da ENERCONS