Protesto de metroviários paralisa linhas 1, 3 e 15-prata do Metrô de SP nesta quinta

Nas linhas 4-amarela e 5-lilás, concedidas à iniciativa privada, a operação segue normal.

  • Data: 12/10/2023 14:10
  • Alterado: 12/10/2023 14:10
  • Autor: Lucas Lacerda e Stephanie Povezan
  • Fonte: FOLHAPRESS
Protesto de metroviários paralisa linhas 1, 3 e 15-prata do Metrô de SP nesta quinta

Crédito:Márcia Alves/Metrô SP

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Um protesto de funcionários do Metrô de São Paulo paralisa as linhas 1-azul, 3-vermelha e 15-prata e impacta o funcionamento da linha 2-verde, que está com trens operando em velocidade reduzida e maior tempo de parada, nesta quinta-feira (12).

Nas linhas 4-amarela e 5-lilás, concedidas à iniciativa privada, a operação segue normal.
De acordo com o Metrô, a operação atípica ocorre por um protesto dos funcionários.

Segundo o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, os trabalhadores que operam os trens da linha 2-verde se recusaram a assumir as funções após o recebimento de advertências que consideram injustas.
À Folha de S.Paulo, a presidente da entidade, Camila Lisboa, confirmou a interrupção e explicou que afeta as outras linhas porque os funcionários se solidarizaram com os colegas da linha 2-verde.

Lisboa afirmou ainda que as advertências disciplinares referem-se a um assunto de meses atrás e estão sendo apresentadas agora como resposta à paralisação no início do mês. No último dia 3, os funcionários do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) fizeram greve contra a intenção da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) de privatizar os serviços.

“A greve nem foi julgada. A empresa está colocando o carro na frente dos bois”, disse. “Quem está tumultuando é o Metrô, que se recusa a conversar com o sindicato”.
No início da tarde, a entidade emitiu uma nota reforçando que a paralisação foi originada pela conduta do Metrô e que estava tentando suspender as advertências.

No fim da manhã, o Metrô afirmou em nota que foi surpreendido pela ação e também reclamou da falta diálogo. De acordo com a empresa, trata-se de um protesto a uma advertência por escrito dada a cinco operadores de trem.

“Eles se negam a participar da formação e da aula prática ofertada a outros empregados que estão sendo treinados para a função de operação de trem, procedimentos que fazem parte da rotina dos metroviários”, disse o Metrô.

“Vale ressaltar que a advertência não implica em suspensão ou demissão e que não há sequer impactos na remuneração. A advertência, por ora, cumpre apenas o seu papel de dar aos funcionários a oportunidade para que corrijam a conduta faltosa”, acrescentou a empresa.

O Metrô alegou que os funcionários podem questionar a advertência pelas vias administrativa ou judicial, sem afetar os passageiros. Por fim, criticou o sindicato e adiantou que estuda adotar medidas legais.

PASSAGEIROS PEGOS DE SURPRESA
Quem tentou embarcar na linha 1-azul por volta das 11h30 foi surpreendido pelas catracas fechadas, como na estação São Joaquim.

Foi o caso de um grupo de passageiras que se juntava para tentar uma corrida por aplicativo, por volta de 12h20.

Elas contaram que, quando o trem em que estavam chegou à plataforma, os passageiros receberam ordens para descer dos carros e sair da estação.

“Vim de Campinas, estou aqui desde 10h20 “, disse a estudante de psicologia Lívia Lima, 20, que seguia para Diadema.

Também em direção a Diadema, Gabrielly Ferreira, 29, disse que os ônibus comuns, lotados, não paravam. “Não tem ônibus parando aqui, estão seguindo direto.”

Dentro da estação, seguranças orientavam os passageiros a retirar um bilhete para ônibus do sistema Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência). A justificativa ouvida pelos passageiros na São Joaquim era que a linha 1-azul havia sofrido uma falha, sem previsão de retorno da operação hoje. Perguntado, um segurança disse que as equipes haviam retirado todos os passageiros da estação até as 11h40. “Não sei o que está acontecendo. Moro aqui na Liberdade e ia de metrô até o Jabaquara para buscar minha mãe, mas ela vai vir de Uber”, afirmou Pedro Ivo Rocha, 30.

Além da espera de oito a dez minutos, quem optou pelos aplicativos teve de pagar até 70% a mais pela corrida por causa das taxas dinâmicas. Uma viagem da estação São Joaquim até a República, que custa em média R$ 19, era orçada por R$ 33 às 13h.

“Viemos ao teatro para o show do Mundo Bita, de Dia das Ccrianças. Ouvi algum comentário mais cedo, de que tinha algo estranho. Agora, na saída, o metrô estava fechado”, afirmou Geovane Berto, 30, que estava com a mulher e a filha na porta da estação. “O jeito é Uber, mas está mais de R$ 100 para Itaquera.”

MULTA MILIONÁRIA
Por conta da greve da última semana, a CPTM pediu que três sindicatos da categoria fossem multados, juntos, em R$ 1 milhão. A juíza Raquel Gabbai de Oliveira elevou a multa a R$ 500 mil para cada uma das entidades, totalizando R$ 1,5 milhão.

A Justiça determinou ainda uma multa de R$ 2 milhões ao sindicato que representa os metroviários caso a greve continuasse.

Uma seção especializada do TRT (Tribunal Regional do Trabalho), composta por dez desembargadores, ainda vai julgar se as multas deverão ser aplicadas.

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  • Data: 12/10/2023 02:10
  • Alterado:12/10/2023 14:10
  • Autor: Lucas Lacerda e Stephanie Povezan
  • Fonte: FOLHAPRESS









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