Promotoria do Paraná faz buscas em escritório de líder de Bolsonaro na Câmara
O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do Paraná e a Polícia Civil cumprem mandado de busca e apreensão no escritório de Ricardo Barros, líder do governo na Câmara
- Data: 16/09/2020 10:09
- Alterado: 16/09/2020 10:09
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Ricardo Barros é investigado por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro
Crédito:Marcelo Camargo/Agência Brasil
Segundo o MP-PR, a medida faz parte de uma investigação sobre supostos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro para facilitar negócio no ramo de energia eólica. Ao todo são cumpridos oito mandados de busca e apreensão em Curitiba, Maringá, Paiçandu e São Paulo.
As ordens judiciais, expedidas pela 12ª Vara Criminal da capital paranaense, estão sendo cumpridas num escritório de contabilidade e em outros três endereços comerciais (onde funcionam quatro empresas), além de quatro residências.
A investigação teve início a partir da remessa de peças por parte do Supremo Tribunal Federal, em novembro de 2019, decorrentes de colaboração premiada feita no âmbito da Operação Lava Jato, informou a Promotoria do Paraná. Segundo os investigadores, a apuração refere-se a fatos ocorridos entre o final de 2011 e o ano de 2014.
O histórico de Ricardo Barros
Ricardo Barros é formado em engenharia civil e tem a política como herança familiar. Ele é filho do ex-prefeito de Maringá e deputado Silvio Magalhães Barros (1927-1979). O líder do governo é casado com Cida Borghetti (PP), governadora do Paraná entre abril e dezembro de 2018. Eleita vice na chapa do ex-governador Beto Richa (PSDB), ela assumiu o comando do estado quando o titular renunciou para se candidatar ao Senado e foi derrotado.
No ano passado, Barros foi denunciado pela Procuradoria da República no Distrito Federal em ação por improbidade administrativa relacionada ao período em que foi ministro de Temer. O Ministério Público aponta irregularidades na compra de medicamentos destinados ao tratamento de doenças raras pela pasta.
Segundo a denúncia, o então ministro fez pressão para que houvesse pagamento antecipado no valor de R$ 19 milhões pela entrega de lotes do produto a uma empresa. O valor foi repassado em novembro de 2017, mas a entrega não foi feita. O caso ainda não foi julgado e, segundo o parlamentar, uma ação semelhante já foi rejeitada pela Justiça. Em nota divulgada na época da denúncia, Barros negou qualquer irregularidade na contratação.
Na esfera eleitoral, o TRE do Paraná, em outubro de 2019, decidiu cassar mandato do deputado federal por compra de votos na eleição de 2018, em um jantar de campanha. Em janeiro, a decisão foi anulada, mas o deputado ainda não se livrou da ação apresentada pelo Ministério Público Eleitoral. Ainda falta passar pela análise do Tribunal Superior Eleitoral.
(mais informações em instantes)
COM A PALAVRA, O DEPUTADO
O deputado Ricardo Barros está tranquilo e em total colaboração com as investigações. O parlamentar reafirma a sua conduta ilibada e informa que solicitou acesso aos autos do processo para poder prestar mais esclarecimentos à sociedade e iniciar sua defesa. Ricardo Barros, relator da Lei de Abuso de Autoridade, repudia o ativismo político do judiciário.