Projeto Diamar trabalha enfrentamento à violência contra mulher em Diadema

Jovens receberam certificado de curso destinado a desconstruir o machismo; ação é parceria entre Prefeitura e instituição socioeducativa

  • Data: 11/10/2023 17:10
  • Alterado: 11/10/2023 17:10
Projeto Diamar trabalha enfrentamento à violência contra mulher em Diadema

Crédito:Pedro Roque

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Ao final de mais um curso ministrado pelo Grupo Reflexivo de Homens, um dos adolescentes reeducandos da Fundação Casa condenado por violência doméstica relatou: “O curso ensinou para a gente saber lidar com tipos diferentes de sexualidade, saber respeitar o direito da mulher e do homem e não julgar a pessoa pela aparência”.

O curso é uma parte do projeto Diamar – Diálogos Masculinos Restaurativos da Prefeitura de Diadema e consiste em 16 encontros com adolescentes internos da Fundação Casa da cidade. A coordenação do projeto é do Serviço de Mediação de Conflitos da Secretaria de Segurança Cidadão.

Questionado sobre o que levaria para a sociedade quando deixasse a Fundação, o reeducando respondeu: “Vou colocar no meu dia a dia as coisas que aprendi. Não devo julgar o próximo porque também não quero que o outro me julgue. Todo mundo é ser humano e tem direito igual e, na relação, precisa respeitar a parceira. Os dois devem dar opinião e entrar num acordo”, afirmou.

No último encontro do curso, realizado nesta quarta-feira (11), os participantes receberam o certificado de participação das mãos de Reginaldo Bombini, responsável técnico pelo projeto Diamar, e de Mauro Lúcio Fonseca, agente educacional da Fundação Casa.

Bombini comentou que a vulnerabilidade de boa parte dos adolescentes faz com que eles vejam a masculinidade e a violência como uma relação indissolúvel. “Nossa proposta é levar essa responsabilização e fazer o convite para eles mudarem o comportamento, transformar e ressignificar sua masculinidade”. Ele ainda explicou que o impacto do curso em cada um deles é diferenciado: “Depende de como cada um recebe, de seu nível de maturidade; alguns têm certa relutância e no meio do curso acabam aderindo mais e são mais participativos”.

Para Mauro, os adolescentes sempre mostram um tipo de crescimento. “A gente nota melhora no comportamento deles. E essa diferença é mais detectada nos atendimentos, pois todos têm acompanhamento de psicóloga e assistente social, quando eles verbalizam suas opiniões com mais facilidade”.

Outro adolescente disse que aprendeu bastante. “Aprendi muitas coisas sobre cultura, modos, religiões, como se comportar na sociedade de uma maneira que ela também lhe aceite. Vou levar conhecimentos, tratar melhor as pessoas e respeitar as culturas diferentes”.

* os nomes não foram divulgados para manter a privacidade dos reeducandos.

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  • Data: 11/10/2023 05:10
  • Alterado:11/10/2023 17:10









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