Projeto de geração de renda da saúde mental de Santo André ganha prêmio internacional
Trabalho foi reconhecido como uma das 30 iniciativas mais significativas de 2023 entre os países pan-americanos para o desenvolvimento de comunidades mais saudáveis e sustentáveis
- Data: 15/04/2024 17:04
- Alterado: 15/04/2024 17:04
- Autor: Redação
- Fonte: PMSA
Crédito:Divulgação/PSA
Trabalho de geração de renda realizado pelo Núcleo de Projetos Especiais (Nupe), vinculado à rede de atenção psicossocial de Santo André, foi reconhecido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) como uma das 30 experiências mais significativas do Movimento de Municípios, Cidades e Comunidades Saudáveis (MCCS). No total, foram analisados cerca de 200 projetos de diversos países.
O Nupe fica no bairro Camilópolis e promove oficinas de trabalho e geração de renda direcionadas aos usuários da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), com objetivo de inserção no mercado de trabalho, estímulo à qualificação profissional, ao empreendedorismo e à reinserção social. As pessoas em acompanhamento nos serviços da rede pública andreense, que são acometidas de transtornos mentais e/ou uso abusivo de álcool e outras drogas. são encaminhados para atuarem em uma das frentes de trabalho ou nas oficinas.
“O trabalho realizado pelo Nupe resgata a autonomia, a reorganização pessoal, além de proporcionar uma nova expectativa de vida para essas pessoas. A recolocação e uma nova atividade profissional fazem parte do recomeço e da reconstrução de vida”, destaca o secretário de Saúde, Gilvan Junior.
São seis as áreas de geração de renda do Nupe: Belisc, oficina de culinária com a produção de pães, bolos, salgados, lanches e doces que presta serviços de coffee breack e fornecimento de Kit Lanches; o Coletivo Cupins, oficina de silk screen e xilogravura, com a prestação de serviço de silk screen em algodão e em tecidos sintéticos, produção autoral de xilogravuras e confecção de itens de papelaria com as artes; a Orquiflora, cultivo de cactos, suculentas e orquídeas; o Panos e Linhas, confecção de bolsas, sacolas e brindes coorporativos em algodão, tecido sintético e banner; o Refazer Arte em Madeira, marchetaria, com a produção de pequenas peças de artesanato autoral; e a UAU Imagens, serigrafia digital em superfícies diversas. A partir das vendas ou prestação de serviços o núcleo gera renda, que é compartilhada entre todos os participantes.
As oficinas do Nupe possuem algumas parcerias, dentre elas com o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) para confecção de ecobags (sacolas ecológicas) para utilização no programa Moeda Verde. As peças são produzidas a partir do reaproveitamento de banners e hoje a técnica é um dos ‘carros-chefe’ das atividades desenvolvidas na oficina de costura.
“No ano passado foram mil sacolas produzidas exclusivamente para o Moeda Verde e utilizar deste reaproveitamento dos banners para a produção das peças permite que o viés sustentável do programa esteja presente em toda a cadeia da operação, inclusive gerando renda para os participantes das oficinas”, comenta o superintendente adjunto do Semasa e diretor de resíduos sólidos, Edinilson Ferreira dos Santos.
Ao todo foram produzidas 6.376 bolsas em banner para três diferentes clientes/parceiros. Esses processos produtivos das ecobags envolvem diretamente 29 usuários/empreendedores em três das oficinas: Panos e linhas, Cupins e UAU Imagens.
Nesse sentido, outro grande parceiro e exemplo de sustentabilidade é a rede de supermercados Coop, na plataforma de sustentabilidade da empresa, “Coop Faz Bem para o Planeta”. Todas as faixas promocionais que ficam expostas nas 30 lojas são redirecionadas ao Nupe semanalmente e servem de matéria-prima para a produção de produtos de marcenaria e também outras ecobags, que são recompradas pela própria Coop. Em 2023 foram produzidas mais de 3,7 mil sacolas somente para a rede de supermercados.
Atualmente, o Nupe conta com 55 usuários/empreendedores, distribuídos nas diferentes frentes de trabalho. Em 2023, a ressignificação dos banners possibilitou a partilha de cerca de R$ 37 mil entre os usuários/empreendedores do serviço, de acordo com a quantidade de horas de empenho dedicado.
“O mais importante não é o retorno financeiro. Precisamos pensar nos usuários empreendedores em outro lugar de pertencimento, em um contexto que possibilita poder de compra, poder de negociação e ele circulando igualmente com os demais. Acima de tudo, todos entendem que, embora isso aconteça num espaço da saúde mental, isso é apenas um detalhe, pois o trabalho realizado por eles tem excelência e qualidade”, explica Thais Stande Caiano dos Santos, gerente do núcleo.