Procuradoria quer multar a União em R$ 100 mil por ‘caminhada de Bolsonaro’
O procurador da República, do Ministério Público Federal no Rio, pediu à Justiça Federal que aplique multa de R$ 100 mil à União após Bolsonaro "realizar caminhadas no DF" no domingo, 29
- Data: 30/03/2020 15:03
- Alterado: 30/03/2020 15:03
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Procurador pede que a União seja multada por caminhada de Bolsonaro
Crédito:Reprodução/ O Globo
Julio José Araujo Junior também pede a majoração da multa para R$ 500 mil caso o presidente repita o gesto.
O pedido de Araujo Junior se baseia em tutela de urgência de ação civil concedida pela 1ª Vara Federal de Duque de Caxias (RJ) que determinou à União que se abstivesse de estimular a “não observância do isolamento social recomendado pela Organização Mundial da Saúde e o pleno compromisso com o direito à informação e o dever de justificativa dos atos normativos e medidas de saúde”.
Araujo Junior anotou. “A postura da Presidência da República aponta para o descumprimento do item 4 da decisão proferida por esse juízo, que ressaltou a necessidade de abstenção da União de adotar qualquer estímulo à não observância do isolamento social recomendado pela OMS e o pleno compromisso com o direito à informação e o dever de justificativa dos atos normativos e medidas de saúde. Além disso, há uma indicação de descumprimento quanto à edição de novos decretos sobre serviços e atividades essenciais sem observar a necessidade de medidas emergenciais de combate à covid-19.”
A Procuradoria pede a condenação ao pagamento da multa de R$ 100 e a majoração para R$ 500 mil caso Jair Bolsonaro volte a repetir o gesto.
Neste domingo, Bolsonaro visitou lojas e cumprimentou pessoas em cidades satélite de Brasília. Ele foi até Ceilândia, cidade onde vivem familiares da primeira-dama Michelle Bolsonaro. A cidade está sob decreto do governador Ibaneis Rocha (MDB) que determinou o fechamento de lojas e shoppings para evitar a circulação das pessoas e controlar a propagação da covid-19. Apenas os serviços considerados essenciais continuam funcionando.
Na ocasião, Bolsonaro chegou a ventilar a possibilidade de editar decreto para liberar o trabalho de todas as profissões na pandemia.