Presidente da Fundação Palmares ironiza Regina Duarte, que o chamou de ‘problema’
Depois que Regina Duarte classificou o atual presidente da Fundação Palmares como um problema para sua gestão, Sergio Camargo revidou pelas redes sociais ironizando a Secretária da Cultura
- Data: 09/03/2020 12:03
- Alterado: 09/03/2020 12:03
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Regina Duarte disse que Camargo é um "ativista" e o classificou como um "problema" para a sua gestão
Crédito:Reprodução/Facebook e Alan Santos/PR
“Bom dia a todos, exceto a quem chama apoiadores do Bolsonaro de facção e o negro que não se submete aos seus amigos da esquerda de ‘problema que vai resolver”‘, escreveu Camargo.
A manifestação do presidente da Fundação Palmares foi feita hoje, 9, em redes sociais. Sérgio Camargo já causou repúdio no movimento negro por falas como que há um “racismo nutella” no Brasil.
Em entrevista à TV Globo exibida no domingo, 8, Regina Duarte disse que Camargo é um “ativista” e o classificou como um “problema” para a sua gestão. “Voltamos a uma situação de uma pessoa que é um ativista mais do que um gestor público. Estou adiando o problema. Eu quero que baixe um pouco a temperatura”, disse, ao ser questionada se manteria o jornalista à frente da fundação.
Camargo disse ao jornal O Estado de S. Paulo, na última semana, que Regina pediu a sua demissão, mas o presidente Jair Bolsonaro e o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, negaram. “Regina quer abrir diálogo com o movimento negro. Digo que é ingenuidade, para ser gentil”, disse Camargo. “Desejo que ela faça uma grande gestão”, completou.
Levado pelo ex-secretário Roberto Alvim ao governo, o jornalista caiu nas graças do presidente Bolsonaro após forte repercussão de suas declarações. Camargo chegou a ser impedido pela Justiça de assumir o cargo, mas a decisão foi revertida após recurso do governo.
Cultura rachada
No período de “namoro” de Regina com o governo Bolsonaro, cresceu a sensação de “divisão” dentro da secretaria, segundo integrantes da pasta. A divisão se escancarou após a posse da atriz, que demitiu da pasta integrantes do movimento conservador e seguidores do escritor Olavo de Carvalho.
Regina Duarte foi criticada nas redes sociais por apoiadores do governo. Camargo foi um dos poucos aliados de Alvim que permaneceu na pasta.
A equipe levada por Alvim ao governo passou a apontar como “esquerdistas” nomes ligados à atriz. Tentaram ainda emplacar o discurso que eram eles os “técnicos” da pasta, enquanto os aliados de Regina eram “ideológicos”.
Segundo fontes que acompanham a transição na Cultura, a atriz irá nomear como “número 2” da pasta o ator e produtor teatral Humberto Braga. O nome de Braga é o principal alvo de ala que considera a gestão da atriz pouco alinhada com valores conservadores.