Presidente da Colômbia enfrenta Trump e acordo evita sanções ao país
A aceitação de voos com migrantes deportados marca uma reviravolta em uma crise que ameaçava colapsar a economia colombiana e acirrar as tensões políticas entre os dois países
- Data: 27/01/2025 14:01
- Alterado: 27/01/2025 14:01
- Autor: Redação
- Fonte: ABCdoABC
Presidente da Colômbia, Gustavo Petro
Crédito:Reprodução/Instagram
No último domingo (26), um importante entendimento foi alcançado entre o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, envolvendo a aceitação de voos com migrantes deportados. O acordo desarmou uma crise diplomática que começou quando Petro proibiu a entrada de aviões militares norte-americanos transportando deportados, exigindo um protocolo mais humano para sua readmissão.
A crise escalou quando Trump ameaçou impor tarifas emergenciais de até 50% sobre produtos colombianos e adotar sanções financeiras e comerciais severas, colocando setores cruciais da economia colombiana em risco. Em resposta, Petro publicou uma carta aberta de forte teor crítico, denunciando o que chamou de práticas imperialistas e reafirmando a autonomia e a dignidade do povo colombiano.
Confira:
Impactos econômicos e busca por autonomia
As ameaças de sanções poderiam impactar cerca de 4% do PIB colombiano, devido à forte dependência econômica em relação aos EUA, que absorvem aproximadamente um terço das exportações do país. Durante o auge da crise, Petro incentivou a valorização do mercado interno e propôs a diversificação das exportações para países asiáticos, além de parcerias regionais na América Latina e com a União Europeia.
Repercussões internacionais e novas estratégias regionais
A postura de Petro gerou ampla repercussão internacional. Veículos como The New York Times e Reuters destacaram a resistência do presidente colombiano. Além disso, a CELAC convocou uma reunião extraordinária para discutir políticas migratórias americanas e promover a unidade regional frente às adversidades impostas pelo imperialismo.
Enquanto Petro busca construir uma política externa mais independente, parte da oposição colombiana defende maior alinhamento com os Estados Unidos, expondo a histórica divisão política do país.
O acordo final entre Petro e Trump, embora controverso, desarmou uma crise imediata e revelou os desafios da Colômbia em equilibrar autonomia política e dependência econômica.