Porto de Santos inova com guindastes remotos após investimentos

A modernização não se limita apenas à troca dos equipamentos; trata-se também de uma ampliação estrutural do terminal que representa um investimento total previsto de R$ 2,6 bilhões.

  • Data: 05/01/2025 14:01
  • Alterado: 05/01/2025 14:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: FOLHAPRESS
Porto de Santos inova com guindastes remotos após investimentos

Porto de Santos

Crédito:Divulgação

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A recente modernização dos processos operacionais no terminal portuário de Santos, que inclui a implementação de guindastes de operação remota, está transformando a rotina dos trabalhadores e contribuindo para um futuro mais sustentável. Com os 120 degraus escorregadios, agravados pela chuva fina, a subida até a cabine tradicional tornou-se uma lembrança do passado para Érica Pereira Matias, uma pioneira no setor.

Érica, de 40 anos, dedicou 16 anos de sua vida à operação de RTGs (guindastes de pátio) no terminal. Em seus turnos de seis horas, ela enfrentava não apenas a altura, mas também a solidão e a pressão por precisão. Utilizando um controle semelhante ao de um videogame, operava o guindaste para movimentar contêineres, sempre consciente da necessidade de rapidez e acuracidade em suas ações.

Com a introdução dos ARTGs (guindastes elétricos com operação remota), Érica se tornou a primeira mulher a controlar esses equipamentos inovadores na empresa Santos Brasil. Agora, a operação é feita a partir de uma sala de controle no solo, onde os operadores têm acesso a tecnologia avançada que aumenta a eficiência e segurança da atividade.

O investimento significativo da Santos Brasil, estimado em R$ 130 milhões para os novos guindastes e mais R$ 15 milhões para eletrificação do pátio, faz parte do compromisso da empresa em descarbonizar suas operações. A mudança promete reduzir em até 97% as emissões mensais de CO2, que atualmente somam 713 toneladas.

A modernização não se limita apenas à troca dos equipamentos; trata-se também de uma ampliação estrutural do terminal que representa um investimento total previsto de R$ 2,6 bilhões. Essa expansão permitirá aumentar a capacidade do terminal de 2,4 milhões para 3 milhões de TEUs até 2026.

A nova sala de controle permite que cada operador gerencie vários ARTGs simultaneamente através de quatro monitores, aumentando consideravelmente o conforto e flexibilidade durante o trabalho. O diretor de tecnologia da Santos Brasil, Ricardo Miranda, destaca que os ARTGs estão equipados com sensores avançados e câmeras que proporcionam uma visão abrangente do ambiente operacional.

Para os operadores como Jairson Pinho de Lima e Marcio Pereira da Silva, essa transição tem sido positiva. Ambos reconhecem que trabalhar em equipe no solo é mais agradável do que operar sozinhos nas alturas. Marcio relembra sua trajetória desde motorista de carreta até operador de RTG e agora ARTG, enfatizando a importância da colaboração entre colegas.

A adaptação às novas tecnologias traz desafios e oportunidades para profissionais como Érica. Após enfrentar dificuldades devido à sua gravidez há dois anos, ela vê na operação remota uma possibilidade real de continuar sua carreira sem comprometer sua saúde e bem-estar. Com formação em veterinária e uma trajetória marcada por desafios superados, Érica expressa seu desejo de continuar operando por muito tempo ainda.

Com essas inovações tecnológicas e um foco crescente na sustentabilidade, o terminal portuário de Santos está não apenas reformulando suas operações, mas também promovendo um ambiente mais inclusivo e seguro para todos os trabalhadores.

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  • Data: 05/01/2025 02:01
  • Alterado:05/01/2025 14:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: FOLHAPRESS









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