Por que o brasileiro teima em não gostar do Neymar?
Críticas ao físico do jogador chamaram atenção após o confronto contra o Chile pelas Eliminatórias
- Data: 04/09/2021 08:09
- Alterado: 04/09/2021 08:09
- Autor: Gabriel Plasa
- Fonte: ABCdoABC
Crédito:Lucas Figueiredo / CBF
Quando falamos de futebol é normal dizermos que o Brasil é o país mais vencedor, o celeiro de grandes jogadores, a maior potência mundial dentro das 4 linhas. E não é por pouco, fizemos por merecer. Ao longo dos anos revelamos Garrincha, Didi, Tostão, Rivellino, Romário, Ronaldo, o maior de todos os tempos, Pelé e mais recentemente, Neymar.
Esse último gera discussão em torno do que ele é capaz e do que ele entrega. Historicamente o brasileiro tende a diminuir o ídolo enquanto está na ativa e vangloriar pós aposentadoria. Temos exemplos claros por toda a história do futebol nacional. Em 58 ninguém conhecia um menino de 17 anos, com a camisa 10 nas costas. em 62 o Garrincha não ia conseguir conduzir a seleção após a lesão de Pelé. Em 70 era impossível jogar com Tostão, Rivellino, Gerson e Clodoaldo juntos. Em 94 a Seleção era fraca. Em 2002 Ronaldo estava “quebrado”. Vimos que estávamos errados.
Nos tempos atuais o nosso grande craque sofre críticas duras de todos os lados. “Neymar está gordo.” “Neymar não rende na seleção.” “Neymar só pensa em balada.”
Com o peso de carregar a camisa 10 da única seleção pentacampeã mundial, Neymar ainda tem nas costas toda a responsabilidade de ser a grande referência técnica de uma equipe apática, que tende a sofrer nos jogos.
Em toda a sua carreira, Neymar conquistou inúmeros títulos e mesmo assim não convenceu os brasileiros de que merece ser respeitado pelo que faz em campo.
Em pouco mais de 11 anos de seleção brasileira, o craque é o segundo maior artilheiro da história da amarelinha, atrás apenas de Pelé. Com 22 anos já era um jogador consagrado, camisa 10 do Brasil e um dos grandes nomes do Barcelona.
Na Europa, Neymar conquistou inúmeros títulos pela equipe espanhola e após transferência para o PSG, muitos outros troféus foram adicionados a sua coleção.
Ainda pela seleção brasileira, Neymar conquistou o título que ninguém nunca havia conseguido. Sendo o principal nome da equipe olímpica no Rio de Janeiro em 2016, o camisa 10 conquistou a, até então, inédita medalha de ouro.
Para “zerar o joguinho”, só falta a cereja do bolo, a Copa do Mundo.
Viver na mesma geração de Messi e Cristiano Ronaldo foi o grande defeito para Neymar. O argentino e o português travam uma batalha individual que beira a loucura. Se um treina, o outro treina o dobro. Se um marca dois, o outro marca três. Sortudos somos nós de ver esses dois.
Mesmo assim, diversos especialistas, principalmente europeus, cravam Neymar como o mais talentoso dos 3. Tratam como injustiça o brasileiro não ter recebido a bola de ouro quando foi campeão e artilheiro da Liga dos Campeões em 14/15.
Ao invés de reclamar, vamos nos atentar. Enquanto idolatramos Messi e Cristiano Ronaldo, temos no nosso quintal um dos maiores e não prestamos atenção nisso.
É melhor aplaudirmos enquanto há tempo, logo logo isso passa e seremos dependentes de jogadores muito menos talentosos, que dificilmente terão capacidade de nos trazer uma Copa do Mundo.