Pilar da MPB, Dorival Caymmie sua obra são celebrados em documentário que chega aos cinemas
Documentário celebra a genialidade de Dorival Caymmi e seu legado na música brasileira.
- Data: 26/11/2024 17:11
- Alterado: 26/11/2024 17:11
- Autor: redação
- Fonte: Assessoria
Crédito: Mario Luiz Thompson
Cronista fundamental de uma Bahia caiçara e sedutora ao lado do amigo Jorge Amado, Dorival Caymmi transformou a música brasileira ao aliar sua poesia singela e precisa a uma sonoridade original, capaz de ecoar por gerações e revelar novos rumos artísticos. Registrar as múltiplas facetas do compositor baiano e reafirmar seu impacto na história da MPB foram algumas das propostas de “Nas Ondas de Dorival Caymmi”, documentário dirigido por Locca Faria que chega nessa quinta-feira, 28 de novembro, aos cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Feira de Santana, Recife, Porto Alegre e Manaus.
Produzido por Helio Pitanga, pela Bossa Produções, o filme traz deliciosas imagens de arquivo e costura com delicadeza as memórias dos filhos Dori, Nana e Danilo Caymmi e os depoimentos inéditos de artistas, pesquisadores e amigos que conviveram com Dorival, como Chico Buarque, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Paulo César Pinheiro, João Bosco e Hermínio Bello de Carvalho.
“João Gilberto me disse que ‘Rosa Morena’ lhe trouxe a batida da bossa nova”, conta Caetano Veloso em um dos trechos. As relações musicais e pessoais entre ícones do movimento e Dorival é evidenciada também na fala de Nelson Motta: “Não haveria bossa nova e João Gilberto sem Dorival Caymmi”.
“Nas Ondas de Dorval Caymmi” revisita também a contribuição do compositor para a construção da persona artística de Carmen Miranda a partir da canção “O Que é Que A Baiana Tem?”, seu pioneirismo em apresentações de voz e violão, e suas canções imortalizadas no cancioneiro popular infantil, como “Acalanto” e “Roda Pião”. O filme menciona ainda aspectos da personalidade do baiano como o paciente processo de composição, que poderia durar uma década, e sua reconhecida habilidade como artista plástico.
Tudo isso, claro, ao som dos versos de “Maracangalha”, “Saudade da Bahia”, “O Samba da Minha Terra”, “Modinha para Gabriela” e muitos outros clássicos nas interpretações de Djavan, Tom Jobim, Elza Soares e Nara Leão, entre outros.
“A minha relação com Caymmi é profunda desde que era ainda garoto. Sempre foi o meu mestre e amigo paterno. Com ele aprendi tudo: a ter um olhar mais atento aos detalhes; a almejar a simplicidade, a contemplação e a essência da verdade; a ouvir o tempo, a sentir a espiritualidade e a admirar o feminino das coisas. O filme é isso tudo: é ele, sua vida e sua obra. É a homenagem de todos os que participaram a esse genial artista e ser humano. É ver, aprender e se emocionar”, explica o diretor Locca Faria, apresentado pelo amigo Danilo Caymmi a Dorival, com quem desenvolveu uma estreita relação.
Distribuído pela Bretz Filmes e com coprodução do Canal Brasil e da RIOFILME, órgão que integra a Secretaria de Cultura da Prefeitura do Rio, “Nas Ondas de Dorval Caymmi” participou de dez festivais:
25° Festival do Rio
47° Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
44° Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano de Havana
26° Festival du Cinéma Brésilien de Paris
16° Festival Internacional do Documentário Musical – In-Edit Brasil
28º Florianópolis Audiovisual Mercosul
17° Los Angeles Brazilian Film Festival – LABRFF
18° Festival du Film Brésilien de Montreal
11º Festival Internazionale di Cinema Brasiliano
6° Bari Brasil Film Fest
17° Brazil Film Festival Toronto
Dorival Caymmi nas palavras deles:
“É a essência, ele é o traço… tão simples que é inimitável. É único” – Chico Buarque
“Caymmi tem brilho. A obra dele tem brilho. Para mim, talvez o maior que eu conheça” – Maria Bethânia
“Uma centena de canções perfeitas” – João Bosco
“É um dos pilares fundamentais da música popular do Brasil” – Paulo César Pinheiro
“Parece que tem a pontuação, a ginga da conversa mesmo, dentro da letra e da melodia” – Caetano Veloso
“Tem essa coisa da capacidade de contar histórias plenas, densas e intensas no resumo das pequenas canções” – Gilberto Gil
Ficha Técnica:
Direção: Locca Faria, Produção executiva: Helio Pitanga, Roteiro: Locca Faria e Pablo Ribeiro, Pesquisa: Helio Pitanga e Antônio Venâncio, Argumento: Antônio Medeiros e Hugo Sukman, Direção de fotografia: Locca Faria e Flávio Ferreira, Som Direto: Toninho Muricy, Montagem: Pablo Ribeiro, Mixagem: Denílson Campos, Direção
de Arte: Rico Vilaroucas e Pablo Ribeiro, Produtora Proponente: Bossa Produções, Coprodução: Canal Brasil, RIOFILME; Distribuição:Bretz Filmes
Realização
Locca Faria é um criador multimídia, diretor, roteirista, diretor de fotografia, designer de capas de cds e fotógrafo. Vem realizando vários trabalhos desde a década de 70 até hoje. Criou e dirigiu especiais de TV para os canais Multishow, Manchete, Antene 1 e TV Brasil e atuou na direção e em fotografia a convite de produtoras de audiovisual, agências de publicidade e da Globotec (Grupo Globo). Paralelamente, assinou a criação gráfica e capas de CDs de artistas como Milton Nascimento, Sarah Vaughan, Dorival Caymmi. Criou a L.F. Comunicação e Filmes em 1985, produtora associada de “Nas Ondas de Dorival Caymmi”.
Helio Pitanga é produtor e sócio da Bossa Produções, documentarista com formação acadêmica na área de Comunicação Social e MBA em TV Digital & Novas Mídias. Dirigiu os documentários “Arpoador, Praia e Democracia”, ”Clássicos do Samba” (Prêmio da Cultura MinC- 2005) e “Som, Sol & Surf – Saquarema”, vencedor do Prêmio do Júri no festival Aruanda (PB). Atuou como produtor e pesquisador em “Nas Ondas de Dorival Caymmi”.
A Bossa Produções é uma produtora fundada em 2002 no Rio de Janeiro e tem portfólio diversificado em projetos de relevância cultural para cinema, televisão e música. Entre eles, os documentários “Clássicos do Samba”, de Haroldo Costa, vencedor do Prêmio de Cultura – Minc, e “Som Sol & Surf – Saquarema”, de Helio Pitanga, vencedor do Prêmio especial do Júri no Festival Aruanda/PB; o especial para a TV “Consciência Negra”, com curadoria Charles Gavin e a série de TV “Sonoridades”, com curadoria de Nelson Motta. A empresa vem exibindo séries documentais e de ficção para diferente públicos em diversos canais, como GNT, Canal Brasil, TV Cultura, Canal Curta, TV Rá-Tim-Bum e TV Brasil, entre outros.
Coprodução
O Canal Brasil é o canal que mais coproduz cinema no país, com mais de 400 longas-metragens coproduzidos. Esse ano, completa 25 anos no ar com uma programação diversa com séries, ficções, documentários, programas e shows que apresentam retratos da cultura brasileira. O acervo do canal conta com obras dos mais importantes cineastas brasileiros e de todas as fases do nosso cinema, com uma grade que conta a história da sétima arte do país. O que pauta o canal é a diversidade, com uma programação plural, composta por muitos discursos e sotaques. A palavra de ordem é liberdade – desde as chamadas e vinhetas até cada atração que vai ao ar.
A RIOFILME foi fundada em 1992 para apoiar a produção e distribuição de cinema na cidade do Rio de Janeiro. É uma empresa pública municipal que tem como missão impulsionar o desenvolvimento do audiovisual carioca para potencializar a economia e a cultura da cidade. Entre suas atividades estão o fomento às atividades da cadeia produtiva do setor, a formação de profissionais do setor, a democratização do acesso às salas de cinema, e o suporte a produtores do Brasil e do mundo que querem filmar no Rio de Janeiro.”
Distribuição
Com mais de 30 anos de presença no mercado cinematográfico, a Bretz Filmes vem atuando como distribuidora e produtora, tendo distribuído filmes de renomados diretores como Walter Salles, Karim Ainouz, Eduardo Coutinho, Helena Solberg, Sandra Kogut, Sérgio Machado, Flávia Castro, Izabel Jaguaribe, Marina Person, Nelson Pereira dos Santos, Ricardo Calil, Renato Terra e Heitor Dhalia. Seu diretor, Luiz Bretz, também dirigiu por 10 anos a área de distribuição da VideoFilmes. Atualmente a Bretz Filmes é uma das principais distribuidoras de documentários e filmes de autor nos cinemas do Brasil.