PF ataca garimpo que degradou 6 mil hectares dos Yanomani em Roraima

A corporação identificou ao menos 20 pistas de pouso ilegais no interior da terra indígena; investigadores estimam que haja cerca de 20 mil garimpeiros atuando no local

  • Data: 29/01/2021 10:01
  • Alterado: 29/01/2021 10:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
PF ataca garimpo que degradou 6 mil hectares dos Yanomani em Roraima

Garimpo no rio Mucajaí

Crédito:Chico Batata/Greenpeace

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A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta, 29, a operação Haraquiri para investigar e interromper atividades de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. A corporação estima que haja cerca de 20 mil garimpeiros atuando no local. Os investigadores identificaram ao menos 20 pistas de pouso ilegais no interior da Terra Indígena e apontam que a expansão da atividade mineradora irregular na região teria contribuído para degradação ambiental de quase 6.000 hectares verificada entre os anos de 2018 e 2020 na reserva.

Agentes cumprem dez mandados de busca e apreensão em Boa Vista (Roraima), em Alto Alegre e Campo Grande (Mato Grosso do Sul). As ordens foram expedidas pela 4ª Vara da Justiça Federal em Roraima.

Segundo a PF, o inquérito foi aberto com recebimento de materiais arrecadados pelo Exército em ação contra o garimpo no estado de Roraima. A partir da análise dos bens apreendidos, os investigadores identificaram envolvidos com as atividades ilícitas, em especial a ação de pilotos de aeronaves e helicópteros que seriam responsáveis pelo frete de pessoas e de insumos que viabilizariam a extração ilegal de minério.

A operação aberta na manhã desta sexta, 28, mira, os pilotos de tais aviões, além de suspeitos de explorarem diretamente o garimpo na região e praticarem outros crimes correlatos, como o armazenamento irregular de combustíveis.

A PF indica ainda que o transporte e permanência de garimpeiros na região estaria relacionado com a possibilidade de infecção e morte de milhares de indígenas em razão da pandemia do novo coronavírus.

De acordo com os investigadores, o nome da operação, Haraquiri, faz ‘alusão o ato de suicídio ritualístico nipônico em razão de um suspeito com ascendência oriental e reconhecido por apelido que enaltece tal condição, durante as investigações e ao perceber que a PF havia encontrado o local de guarda de suas aeronaves, ter optado por destruir dois aviões na provável expectativa de não ser relacionado aos crimes’.

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