Pense grande

Com sete lugares e ambiente sofisticado a bordo, o Mercedes-Benz GLS 350d 4matic é a “versão SUV” do sedã Classe S

  • Data: 23/05/2018 13:05
  • Alterado: 23/05/2018 13:05
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Luiz Humberto Monteiro Pereira/Agência AutoMotrix
Pense grande

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No final de 2014, a Mercedes-Benz resolveu reorganizar as nomenclaturas das versões em toda a sua linha. Assim, no ano seguinte, o antigo GL se transformou em GLS – o “GL” indica que se trata de um utilitário esportivo e o “S” serve para identificar que pertence à família do Classe S, o sedã mais luxuoso da marca alemã. O modelo desembarcou no Brasil há dois anos, importado dos Estados Unidos, ma nunca vendeu muito. No primeiro quadrimestre de 2018, foram apenas 17 unidades. O preço de R$ 487.900 ajuda a explicar a baixa demanda por um carro tão cheio de luxo e tecnologia, que concorre com SUVs ostensivamente luxuosos com sete lugares, como os também germânicos Audi Q7 e o BMW X5 e o sueco Volvo XC 90.

Por fora, é difícil descrever o Mercedes-Benz GLS 350d 4matic sem recorrer ao adjetivo “imponente”. O veículo é bem maior do que automóveis normalmente vistos pelas ruas e se aproxima mais do porte das vans. Mede 5,13 metros de comprimento, 1,93 metro de largura, 1,85 metro de altura e 3,07 metros de entre-eixos – dimensões bastante próximas às da van Vito Tourer 119, da própria Mercedes. Na grade do radiador em estilo colmeia, duas travessas grossas sustentam o indefectível logo da estrela de três pontas em dimensões bem avantajadas, similares ao adotado no caminhão extrapesado Actros. As luzes de circulação diurna são integradas aos faróis totalmente em leds, cujo formato remete aos do Classe S anterior à reestilização apresentada no ano passado. No capô, aonde um discreto e simpático emblema da Mercedes-Benz em estilo “vintage” marca presença, quatro fortes vincos ajudam a reforçar o aspecto musculoso. Lateralmente, o veículo chama a atenção pelo volume incomum de carroceria posterior à roda traseira – não por acaso, seu porta-malas leva 680 litros, chegando a extraordinários 2.300 litros com as duas fileiras traseiras de bancos rebatidos. As caixas de rodas salientes, que abrigam generosas rodas de 20 polegadas com pneus 275/50, os estribos cromados e os trilhos do teto para a acomodação de bagageiros extras reforçam o estilo SUV. Na traseira, uma grossa travessa cromada liga as lanternas trapezoidais. Na tampa do bagageiro, destacam-se uma logomarca de dimensões bem mais modestas que a frontal e as inscrições “GLS 350d” do lado esquerdo e “4matic” do lado direito.

As quase duas toneladas e meia de utilitário esportivo são movidas por um motor diesel V6 turbo de 3.0 litros. Com duplo comando de válvulas no cabeçote e quatro válvulas por cilindro, gera 258 cavalos de potência a 3.400 giros e 63,3 kgfm de torque de 1.600 a 2.400 rpm. O sistema utiliza recirculação de gases EGR e sistema de redução catalítica SCR, que injeta Arla 32 no escapamento para reduzir as emissões. O tanque de Arla 32 tem 38,7 litros. O motor funciona acoplado a uma transmissão automática de nove marchas 9G-TronicPlus, com modo sequencial acionável por meio de “paddleshifts” no volante. A potência é enviada às quatro rodas pelo sistema Mercedes 4matic. O GLS 350d também oferece diferentes modos de condução, para performance esportiva, para trilhas irregulares ou para pisos escorregadios – e até um modo de economia, que aciona a racional função start-stop para inativar o motor quando o carro está parado. Além disso, a suspensão Airmatic oferece a opção de variar a altura em relação ao solo.

No interior, o elevado padrão da Mercedes-Benz se traduz em couro de alta qualidade por todos os lados, muitas superfícies acolchoadas e bom gosto na escolha de materiais. Em de termos equipamentos, o GLS 350d também é pródigo. Na parte de segurança, destacam-se os quatro freios a disco, controle de tração e de estabilidade, freio auxiliar, nove airbags e assistências para aclives e declives. O veículo é recheado de pequenos luxos, como tomada 12V na primeira e na segunda fileiras de assentos e no porta-malas, bancos frontais com memórias de ajuste, luzes de leitura dianteiras e traseira, sensor de estacionamento com radar e câmera, indicador de temperatura externa, computador de bordo, bancos dianteiros esportivos ajustáveis eletricamente e com cinco memórias de ajustes para motorista e passageiro, ar-condicionado automático com saídas traseiras, retrovisor interno com escurecimento automático, sensor de chuva, sistema de navegação 3D com informações vocais sobre o tráfego, bússola, DVD frontal outros dois atrás dos dois bancos dianteiros, partida sem chave, ativação por voz do GPS e sistema de navegação, conectividade Bluetooth, assistência de estacionamento, tela multifuncional de 8 polegadas e integração com Apple Carplay e Android Auto, rebatimento da segunda fileira de bancos por meio de um botão, gancho de reboque eletricamente retrátil e fechamento elétrico da tampa do porta-malas.

Com um visual que mistura sobriedade e elegância e um nível de conforto e de equipamentos singular, o GLS 350d cumpre a função de expressar o “know-how” da Mercedes na produção de veículos de luxo. Com exceção do tamanho e do preço de R$ 487.900, que a maioria das pessoas pode considerar excessivos, não é tarefa fácil encontrar defeitos em um modelo desse tipo. Entretanto, o mais surpreendente é o fato de que o GLS 350d nem é o topo da linha de utilitários esportivos da Mercedes-Benz. Existe ainda o GLS 4.7 500 4Matic, com motor V8 a gasolina de 455 cavalos, disponível sob encomenda e que tem preço sugerido de R$ 699.900. Escolher entre os dois é uma boa definição do que se costuma chamar de “problema de rico”.

EXPERIÊNCIA A BORDO

ABUSO DO PODER ECONÔMICO
Se, por fora, o Mercedes GLS impressiona, dentro, o nível de sofisticação e de equipamentos também é capaz de deixar algumas bocas abertas. As surpresas começam ao destrancar o carro, quando a estrela da Mercedes surge projetada no chão, à frente das portas dianteiras. O habitáculo parece maior que o dos concorrentes Audi Q7, BMW X5 e Volvo XC 90, e o nível de requinte justifica bem o “S” que aparece no nome – embora as partes comuns com o atual Classe S sejam difíceis de se encontrar. O interior é quase todo estofado de couro de dois tons. O bege nos assentos e na parte inferior do tablier ampliam a sensação de espaço e o cinza chumbo protege as partes mais expostas ao contato intenso e às intempéries climáticas, como parte superior do painel, o volante, os apoios de braços e os puxadores de portas. Há fartura de superfícies acolchoadas e o elevado padrão de costuras e acabamentos confere ao interior um aspecto ao mesmo tempo nobre e aconchegante.

Em um carro de sete lugares, pode ser uma boa ideia inverter a ordem natural e começar a “visita” aos dois bancos da terceira fileira. No caso do GLS, essa tarefa é bastante facilitada. Basta apertar um botão na lateral da segunda fileira de bancos que ele se dobra automaticamente e abre um amplo espaço para quem pretende viajar nos bancos seis e sete, que são individuais e contam com apoios de cabeça e cintos de três pontas. São bastante anatômicos e, ao contrário da maioria dos bancos de terceira fileira, permitem uma utilização confortável mesmo em viagens longas. Podem deslizar um pouco para frente ou serem rebatidos individualmente, caso seja necessário ampliar as dimensões do porta-malas. Na fileira central, aonde os assentos são reclináveis, três pessoas viajam verdadeiramente em estilo “classe executiva”. As duas telas de DVD instaladas atrás dos bancos dianteiros, com entrada HDMI, controles remotos e fones de ouvido sem fio individuais, reforçam essa percepção.

No centro do tablier se destaca a tela de 8 polegadas do tipo tablet para o sistema de infoentretenimento. A tela exibe imagens em 360 graus das diversas câmeras externas que circulam o carro e proporcionam uma simulação de “visão aérea” para facilitar as manobras, mapas do navegador GPS, informações sobre o sistema de som com oito alto-falantes e diversos outros dados do computador de bordo. Mas não é sensível ao toque – uma bem-vinda novidade introduzida no mês passado no novo Classe A e que gradualmente se espalhará por toda a linha Mercedes. No GLS, o sistema é controlado por comandos de áudio existentes no volante e de um “joystick” com um botão rotativo instalado no console central, que não é muito intuitivo e requer alguma prática para a correta utilização. Os assentos dianteiros contam com múltiplos ajustes elétricos e disponibilizam cinco diferentes memórias de posições. O grande teto solar operável eletricamente, quando aberto, amplia ainda mais a sensação de espaço – como se realmente fosse necessário.

IMPRESSÕES AO DIRIGIR

FORÇA SOB CONTROLE
O GLS 350d é um utilitário esportivo grandalhão, de 2.455 quilos. O motor diesel 3.0 V6 turbinado de 258 cavalos cumpre sua função com eficiência, move o veículo de forma vigorosa com seus robustos 63,3 kgfm de torque e não nega força em nenhuma faixa de giros. Dá até para levar o carro da imobilidade aos 100 km/h em menos de 8 segundos, mas o “powertrain” diesel não confere ao utilitário esportivo da Mercedes-Benz a elasticidade e a velocidade de reação que provavelmente devem ser encontradas na versão com motor V8 a gasolina. Mas ele é ainda mais cara e certamente oferece um consumo de combustível menos animador.

Se a performance é bem decente para as dimensões do veículo, mas não chega a ser arrebatadora, a dirigibilidade é mesmo o ponto alto do GLS 350d. É impressionantemente boa para um utilitário esportivo com porte de van. A confortável direção com assistência elétrica confere ao grandalhão uma docilidade digna de um subcompacto. A tração integral 4Matic dá segurança em qualquer tipo de piso, inclusive nos de baixa aderência. A suspensão pneumática controlada eletronicamente auxiliada pelo ESP controla os rolamentos da carroceria e absorve a grande maioria das eventuais irregularidades do terreno. E a moderna transmissão automática sequencial 9G-TronicPlus se entende harmoniosamente com o motorzão, com passagens de marchas quase sempre imperceptíveis. Segundo o Programa Brasileiro de Etiquetagem, o consumo fica em 9,5 km/l na cidade e 11 km/l em rodovias. Com o tanque de 100 litros, dá para rodar mais de mil quilômetros de estradas antes de ter de procurar um posto de combustível. É muito chão. Daria para ir do Rio a São Paulo ida e volta e ainda sobra autonomia para um belo “rolé”.

Para famílias grandes, de sete pessoas, viajar com o GLS 350d é uma experiência marcante. Se não chega a oferecer um desempenho esportivo, o SUV da Mercedes-Benz é extremamente prazeroso de se dirigir e surpreende o tempo todo o motorista e os passageiros com seus diversos recursos de conforto e tecnologia. O isolamento acústico é ótimo e nem dá para notar que se trata de um motor a diesel. Sua ampla conectividade e variadas opções de entretenimento ajudam a tornar qualquer viagem mais agradável. No final, fica a impressão de que o GLS 350d é um veículo ao qual é fácil se afeiçoar.

FICHA TÉCNICA
Mercedes-Benz GLS 350d 4Matic
Motor: 6 cilindros em V 3.0, 24 válvulas, turbo, injeção direta, start-stop
Cilindrada: 2987 cm3
Combustível: diesel
Potência: 258 cv a 3.400 rpm
Torque: 63,3 kgfm de 1.600 a 2.400 rpm
Câmbio: automático seqüencial de nove marchas
Direção: eletricamente assistida
Suspensões: duplo triângulo na dianteira e multi-link na traseira
Freios: discos ventilados nas quatro rodas
Tração: integral
Dimensões: 5,13 metros de comprimento, 2,14 metros de largura e 1,85 metro de altura
Entre-eixos: 3,07 metros
Peso: 2.455 kg
Pneus: 275/50 R20
Porta-malas: 680 litros (2.300 litros com os bancos traseiros rebatidos)
Tanque: 100 litros
Velocidade máxima: 222 km/h (limitada eletronicamente)
Preço: R$ 487.900

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