Partido do presidente Jair Bolsonaro articula estratégia ‘anti-Renan’ no Senado

Sigla de Bolsonaro lança Major Olímpio para comando da Casa e quer nome de consenso contra senador alagoano, que apoiou Haddad e é considerado ‘hostil’ ao Planalto

  • Data: 04/01/2019 09:01
  • Alterado: 04/01/2019 09:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo / Rafael Moraes Moura e Amanda Pupo
Partido do presidente Jair Bolsonaro articula estratégia ‘anti-Renan’ no Senado

Crédito:Reprodução Facebook

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Após declarar apoio à candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara dos Deputados, o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, tenta construir uma estratégia para evitar que Renan Calheiros (MDB-AL) volte a presidir o Senado. O emedebista, que apoiou Fernando Haddad (PT) na eleição presidencial, é considerado nome “hostil” ao novo governo por aliados de Bolsonaro. Renan tem o apoio de parte da bancada petista na Casa.

O governo precisará do apoio dos comandos da Câmara e do Senado para aprovar medidas como a reforma da Previdência.

O PSL articula a construção de um consenso entre os senadores que já se movimentam como pré-candidatos à presidência da Casa e fazem oposição a Renan. Nesta quinta-feira, 3, o presidente do partido, deputado eleito Luciano Bivar (PE), confirmou o nome do senador eleito Major Olímpio (SP) para a presidência do Senado. Líderes do PSL admitem, porém, que a candidatura é uma estratégia para valorizar o “passe” do partido de Bolsonaro na negociação por cargos na Mesa Diretora.

Ao Estadão/Broadcast, Olímpio admitiu que desistirá da disputa se um aliado se destacar como nome anti-Renan. “Já estava fazendo isso (tentando unificar candidaturas anti-Renan), tanto que estava conversando com as candidaturas colocadas e buscando um consenso. A única coisa que mudou é que eu passo a ser mais um desses (candidatos), mas procurando esse consenso”, disse. “Serei eu o intransigente em dizer que a minha candidatura tem de ser única e absoluta? De forma nenhuma.”

Desde dezembro, líderes do partido de Bolsonaro têm realizado encontros com senadores que pretendem disputar o pleito em fevereiro. Conversas foram feitas com Davi Alcolumbre (DEM-AP), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Alvaro Dias (Podemos-PR) e Esperidião Amin (PP-SC). As negociações também devem chegar a Simone Tebet (MDB-MS), que, apesar de não ser candidata oficialmente, é vista como alternativa a Renan no MDB.

O senador alagoano age para assumir um quinto mandato na presidência da Casa. A necessidade de renovação na cúpula do Senado é um dos argumentos mais usados contra sua candidatura. Aliados de Bolsonaro acreditam que Renan, de volta ao posto, pode usar o cargo para pressionar o governo.

O PSL sabe que a candidatura de Olímpio não é a mais forte porque ele é novato na Casa – critério que costuma pesar na escolha do presidente. “O único jeito de vencer Renan é unir todos contra ele. Só pode haver um candidato, se não ele se beneficia”, disse a deputada eleita Joice Hasselmann (PSL-SP). “Se pulverizar, quem ganha é o Renan.”

Na avaliação do PSL, o apoio a Maia na Câmara teve como efeito o enfraquecimento da candidatura de Alcolumbre no Senado, já que ambos são do mesmo partido.

Votação. A nova legislatura tomará posse em fevereiro. Um fator determinante para a vitória de um grupo contrário a Renan será a possível votação aberta. Em 19 de dezembro, ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, concedeu liminar obrigando que a eleição para o próximo presidente da Casa seja aberta.

O partido Solidariedade recorreu ao STF para derrubar a decisão de Marco Aurélio sob o argumento da “harmonia entre os Poderes”. O pedido será analisado pelo presidente da Corte, ministro Dias Toffoli.

Assim como Câmara, o PSL deve buscar cargo relevante na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e em comissões econômicas, mas admite, nos bastidores, que será muito mais difícil garantir a presidência desses colegiados entre os senadores.

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  • Data: 04/01/2019 09:01
  • Alterado:04/01/2019 09:01
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo / Rafael Moraes Moura e Amanda Pupo









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