Papa Francisco nomeia irmã Simona Brambilla para liderança no Vaticano
Nomeação histórica reflete avanço na inclusão feminina em posições de liderança dentro da Igreja Católica
- Data: 06/01/2025 11:01
- Alterado: 06/01/2025 11:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Vatican News
Irmã Simona Brambilla
Crédito:Vatican Media/Divulgação
Em uma decisão histórica, o Papa Francisco anunciou na última segunda-feira (6) a nomeação da irmã Simona Brambilla, de 59 anos, para liderar o Dicastério do Vaticano para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica. Essa instituição é responsável por supervisionar as ordens religiosas católicas ao redor do mundo e representa um marco significativo no que diz respeito à inclusão feminina dentro das estruturas da Igreja Católica.
Pope Francis appoints Sr. Simona Brambilla, a Consolata Missionary, as Prefect of the Dicastery for Institutes of Consecrated Life and Societies of Apostolic Life, along with Cardinal Ángel Fernández Artime as Pro-Prefect.https://t.co/InWL07YNrG
— Vatican News (@VaticanNews) January 6, 2025
A irmã Brambilla assume a posição que antes era ocupada pelo cardeal João Braz de Aviz, que esteve à frente do dicastério desde 2011. Com esta nomeação, o Papa Francisco avança em sua agenda de promover a participação das mulheres em posições de liderança, um compromisso que tem se mostrado contínuo ao longo de seu papado, que já dura mais de uma década.
Avanços no Sínodo dos Bispos
Outra importante mudança anunciada pelo Papa diz respeito à participação das mulheres no Sínodo dos Bispos. Desde 2003, as mulheres têm o direito de voto nessa assembleia, onde bispos discutem e tomam decisões sobre questões doutrinárias e administrativas da Igreja. Com essa nova política, cinco religiosas se juntaram a cinco padres votantes, além de 35 outras mulheres escolhidas para participar do processo decisório, ao lado de 35 homens não bispos também nomeados pelo pontífice.
Essa ampliação da participação feminina reflete a visão do Papa Francisco sobre a necessidade de leigos e leigas desempenharem papéis mais ativos nos assuntos da Igreja, que historicamente foram monopolizados por clérigos. Desde o Concílio Vaticano II, realizado na década de 1960, as reuniões sinodais têm sido uma plataforma crucial para discutir as diretrizes e desafios enfrentados pela Igreja Católica.
Limites e desafios da inclusão feminina
Embora a nomeação de Brambilla e o direito de voto no Sínodo representem avanços significativos na inclusão das mulheres, o Papa ainda não admite a ordenação feminina. Em reiteradas declarações, ele defende que apenas homens podem ser sacerdotes, fundamentando-se na escolha dos apóstolos feita por Jesus. No entanto, Francisco tem enfatizado a importância das mulheres em cargos administrativos no Vaticano e reconhece os benefícios dessa inclusão.
No Dia Internacional da Mulher deste ano, ele fez um apelo contra a desigualdade salarial entre gêneros e condenou a violência contra as mulheres como uma grave injustiça. O Papa destacou a necessidade urgente de combater a cultura patriarcal que perpetua essa opressão.
À medida que o Sínodo se aproxima em outubro, a nomeação da irmã Simona Brambilla e o aumento da presença feminina nas decisões da Igreja simbolizam um passo significativo em direção à igualdade e à reforma dentro da instituição católica.