Oscar 2018: Encontro de velhos conhecidos
Nos anos 90, uma brincadeira provava que o ator Kevin Bacon era o centro do universo do entretenimento. Descobrimos que os indicados estão muito mais próximos do que imaginávamos.
- Data: 03/03/2018 10:03
- Alterado: 03/03/2018 10:03
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Lilian Trigo
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Em 1990, estreou na Broadway a peça “Seis Graus de Separação”, do dramaturgo John Guare. Em seu monólogo final, a personagem principal, Ouisa, cita o conto “Láncszemek”, do escritor húngaro Frigyes Karinthy, que diz que, achando as conexões certas, todas as pessoas no mundo estão ligadas umas às outras por seis graus de separação. Partindo dessa premissa, em 1994, quatro estudantes da Faculdade Albright, na Pensilvânia, criaram o conceito que o ator Kevin Bacon está ligado a todos os atores de Hollywood por 6 – ou menos – atores.
Fizemos a brincadeira e – para nossa surpresa – nem precisamos de Kevin Bacon para conectar os candidatos do Oscar deste ano. Muitos deles trabalharam juntos em vários filmes.
Não acredita? Temos até fotos para provar!
Frances McDormand contracenou com Willem Dafoe em “Mississipi em Chamas”, de 1988. No ano seguinte, a atriz participou do drama “Chattahoochee”, baseado em fatos reais, interpretando Mae, a mulher de Gary Oldman, um veterano da guerra da Coréia. Ela e Richard Jenkins se conhecem de outros carnavais e já trabalharam juntos duas vezes. A primeira na divertida comédia dos Irmãos Coen “Queime Depois de Ler”, em 2008, e na minissérie da HBO “Olive Kittridge”, de 2014.
Saoirse Ronan e Willem Dafoe se encontraram no filme “O Grande Hotel Budapeste”, de 2014. Ela é a confeiteira Agatha e Dafoe encarna Jopling, o braço direito do vilão Dmitri. Em “Lady Bird: A Hora de Voar”, Saoirse contracena com Timothée Chamalat. Ele é Kyle Scheible, o cara da banda, por quem Christine “Lady Bird” fica interessada.
Achamos que seria uma barbada ligar Meryl Streep aos outros atores da lista, porque, afinal de contas, com quem ela não trabalhou? Mas a coisa não foi exatamente uma moleza. Foi suado, mas conseguimos.
Meryl Streep e Woody Harrelson estão em “A Última Noite”, de 2006, o trabalho derradeiro de Robert Altman. O diretor Wes Anderson tem um talento natural de juntar atores incríveis em seus filmes. A animação em stop-motion, “O Fantástico Sr. Raposo”, reuniu um elenco de estrelas, entre elas, Meryl Streep, como a Srª Raposo, e Willem Dafoe como Rat.
A atriz trabalhou duas vezes com Allison Janney, favorita na categoria de atriz coadjuvante. Em “As Horas”, elas formam o casal Clarissa e Sally, que não faz a mínima questão de esconder seu amor uma pela outra, apesar de serem mulheres muito diferentes. No filme para TV “Pela Vida do Meu Filho”, Meryl é a mãe do pequeno Robbie, que sofre de epilepsia. Allison é a Drª Melanie, médica do menino que é contra o tratamento alternativo que a família quer que ele se submeta.
Allison e Octavia Spencer trabalharam em nada menos que três filmes e uma série de TV. Na série “Mom”, Octavia apareceu em nove episódios, entre 2013 e 2015, como Regina Tomkins, hilária colega dos Alcoólatras Anônimos da personagem de Janney. No cinema, elas contracenaram em “Histórias Cruzadas”, “Get On Up: A História de James Brown” e “Pretty Ugly People”.
Em “O Verão da Minha Vida”, Allison Janney e Sam Rockwell não são os personagens principais, mas, como de costume, roubam a cena. Janney é a espirituosa e divertida vizinha Betty e Rockwell é Owen, o cara descolado, admirado por todos e que trabalha no parque aquático, grande atração da cidade.
Ela é uma simpática estrela do mar e ele é o líder da “Gangue do Aquário” em “Procurando Nemo” e “Procurando Dory”. Peach e Gill ganharam as vozes de Allison Janney e Willem Dafoe nas aventuras dos peixinhos da Pixar.
Na ponta que faz no filme “Basquiat: Traços de Uma Vida”, Willem Dafoe até aparece no mesmo lugar que Gary Oldman, mas eles nunca chegam a se encontrar. Dafoe é o artista que faz um bico como eletricista e está instalando as luzes na galeria que Oldman está visitando. Outro que dá as caras no filme – por menos de 5 minutos! – é Sam Rockwell, como o meliante que dá uma surra em Basquiat num beco escuro.
Já em “O Dono da Noite”, de 1992, Rockwell interpreta o fuleiro traficante Jealous, que inveja John LeTour, personagem de Willem Dafoe, que, além de estar limpo, agora só vende drogas para os ricos de Manhattan.
Na trilogia do “Homem-Aranha”, Willem Dafoe é o Duende Verde, o maior inimigo do herói. Dele todo mundo lembra, não é? Mas quase ninguém reparou na participação de Octavia Spencer no primeiro filme. Ela é a moça que inscreve Peter Parker no torneio de luta livre.
“Tudo por Justiça” é um daqueles filmes que quase ninguém assistiu, apesar do elenco cheio de estrelas, como Christian Bale, Zoe Saldana, Forest Whitaker e Casey Affleck. No filme, Willem Dafoe é John Petty, agenciador de lutas ilegais comandadas pelo insano Harlan DeGroat, em mais uma incrível interpretação de Woody Harrelson. É incrível como ele se sente à vontade na pele de malucos.
“Três Anúncios para Um Crime” é o segundo filme que Sam Rockwell e Woody Harrelson fazem juntos, ambos dirigidos por Martin McDonagh. Em “Sete Psicopatas e um Shih Tzo”, de 2012, Sam Rockwell é um picareta que rouba cachorros para depois devolvê-los e ganhar a recompensa. Por azar, ele rouba o shih tzu de estimação do mafioso psicopata interpretado por Woody Harrelson.
Achamos uma conexão dentro e fora das telas entre Lesley Manville e Gary Oldman. Eles se conheceram durante as filmagens de “The Firm”, parte da antologia da BBC chamada “Screen Two”. No palco do Royal Court Theatre fizeram várias peças juntos, entre elas “The Pope’s Wedding”, em 1984, e “Serious Money”, em 1987. No mesmo ano se casaram e, no ano seguinte, nasceu Alfie, único filho do casal. Três meses depois do nascimento do filho, os dois se separaram e Oldman partiu para Hollywood para começar a carreira internacional. Em 2009, dublaram a animação da Disney, “Os Fantasmas de Scrooge”, mas nem chegaram a se cruzar no estúdio. Os dois só se reencontraram este ano, durante a temporada de premiações, em que ambos estavam concorrendo nas categorias principais.
Sob a batuta de Mike Leigh, Lesley e Sally Hawkins trabalharam juntas duas vezes, em “Agora ou Nunca” e “Vera Drake”. No último, elas interpretam mãe e filha. Lesley como a distante e fútil Mrs. Well e Sally como a tímida Susan.
Se Laurie Metcalf não tivesse nenhuma qualidade como atriz – o que não é o caso – ela já teria méritos por ter participado do primeiro filme de Madonna, “Procura-se Susan Desesperadamente” e dos três “Toy Story”. Em seus 32 anos de carreira, ela trabalhou com três dos indicados ao prêmio da Academia. O primeiro foi Daniel Day-Lewis, na comédia maluca “Stars & Bars”. No filme de 1988, Daniel faz um marchand inglês, que vai ao Sul dos Estados Unidos atrás de um quadro de Renoir, e acaba se envolvendo com a excêntrica Melissa, interpretada por Metcalf.
Em 1991, Laurie interpretou Susie Cox, uma das assistentes de Jim Garrison, em “JFK: A Pergunta que Não Quer Calar”, de Oliver Stone. No filme, Gary Oldman interpreta Lee Harvey Oswald.
Quem não se lembra da comédia “As Loucuras de Dick e Jane”, com Jim Carrey e Téa Leoni? Então, você provavelmente se lembra de Frank, o executivo corrupto bebum, que ajuda Dick e Jane no plano de desmascarar Alec Baldwin. Laurie Metcalf tem uma participação relâmpago como Phyllis, a chefe de Jane.
“LBJ”, a cinebiografia de Lyndon Johnson, de 2016, tem Woody Harrelson como o presidente americano, e Richard Jenkins interpretando o senador Richard Russell, líder da oposição ao Movimento dos Direitos Civis.
Deixamos Denzel Washington por último porque ele merece. Denzel e Meryl Streep se encontram rapidamente em uma única cena de “Sob o Domínio do Mal”, de 2004. Ele é um veterano da Guerra do Golfo, que serviu com o filho de Meryl. Ela, uma manipuladora senadora, está profundamente envolvida que pretende levar seu filho para a Casa Branca.
Em “O Plano Perfeito”, filme de seu velho amigo Spike Lee, ele trabalha com dois Christopher Plummer e Willem Dafoe, ambos indicados ao prêmio de ator coadjuvante. Dafoe faz um policial que ajuda o detetive Denzel a negociar com assaltantes de banco que mantém vários reféns. Christopher Plummer é o presidente do banco, que tem um segredo do passado.
Denzel Washington queria tanto trabalhar com Gary Oldman, que sugeriu o nome do ator para Albert e Allen Hugues, diretores do filme. No filme futurista “O Livro de Eli”, Denzel tenta proteger um livro que traz a chave da sobrevivência da humanidade. Gary Oldman, em mais um personagem da sua galeria de vilões maníacos, interpreta Carnegie, líder de uma gangue, que quer colocar as mãos no precioso livro.