Operação contra o PCC prende policiais e envolvidos no crime organizado
A ação da Polícia Federal foca em suspeitos ligados a facções criminosas, incluindo membros das forças de segurança e morte do delator do PCC
- Data: 17/12/2024 14:12
- Alterado: 17/12/2024 14:12
- Autor: Redação
- Fonte: Folha
Armas foram encontradas pela Polícia Federal
Crédito:Divulgação/PF
Na manhã desta terça-feira, 17 de outubro, a Polícia Federal, em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, efetuou a prisão de diversos policiais que foram mencionados na delação do empresário Antônio Vinícius Gritzbach, 38 anos, que foi assassinado no aeroporto de Guarulhos em novembro deste ano.
Além dos policiais, quatro indivíduos adicionais, incluindo outro investigador, também foram detidos durante a operação.
Entre os alvos dos mandados de prisão estão:
Fábio Baena Martin
Fábio Baena Martin, delegado da Polícia Civil, é um dos principais citados nas declarações de Gritzbach. O empresário acusou Baena e sua equipe de condutas ilícitas e abusivas. O delegado havia assumido a investigação sobre o homicídio de dois membros do PCC, conhecidos como Cara Preta e Sem Sangue, ocorrida no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Além disso, Baena iniciou um inquérito após Gritzbach relatar ter sido sequestrado por indivíduos associados ao PCC em janeiro de 2022. Apesar das alegações, as testemunhas convocadas negaram qualquer envolvimento no caso e a investigação foi arquivada por falta de provas. Com o surgimento das denúncias, Baena foi afastado e sua defesa classifica a prisão como arbitrária.
Eduardo Monteiro
Eduardo Monteiro, investigador que fazia parte da equipe do delegado Baena no DHPP, também foi acusado por Gritzbach de irregularidades nas investigações relacionadas aos homicídios dos membros do PCC.
Rogério de Almeida Felício
Conhecido como Rogerinho, Rogério é um policial civil que atuava como segurança particular do cantor Gusttavo Lima. Ele está atualmente foragido.
Marcelo Ruggieri
Marcelo Ruggieri é um policial civil que liderava os investigadores do 24º DP (Ponte Rasa). Ele já foi condenado por ajudar Cara Preta a obter uma segunda via do documento de identidade durante a pandemia. O advogado de Ruggieri informou que recorreu da condenação, alegando que o documento era legítimo.
Ahmed Hassan Saleh
Advogado e sócio da UPBus, uma empresa alvo da operação Fim da Linha — que investigava conexões entre concessionárias de ônibus e o PCC — Hassan foi acusado pelos advogados de Gritzbach de ter oferecido R$ 3 milhões para silenciar o delator. Em agosto deste ano, ele foi preso sob suspeita de lavagem de dinheiro relacionada à facção criminosa, mas liberado no mesmo dia.
Robinson Granger de Moura
Robinson é acusado por Gritzbach de ser o mandante do assassinato dos membros do PCC mencionados anteriormente.
Marcelo Bombom
Marcelo Bombom é outro investigador da Polícia Civil implicado na operação.
Ademir Pereira Andrade
Ademir é acusado de estar envolvido na compra e venda de imóveis luxuosos em Riviera São Lourenço, uma área no litoral sul paulista.
A operação evidencia a complexidade das relações entre a polícia e o crime organizado no Brasil e levanta questões sobre a integridade das investigações em curso.