Olavo de Carvalho diz que Bolsonaro deve renunciar se não defender ‘os mais fiéis amigos’
'Vá para casa antes de perder o prestígio que em outras épocas soube merecer', escreveu o guru bolsonarista em sua conta no Twitter
- Data: 25/11/2020 14:11
- Alterado: 25/11/2020 14:11
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Se você não é capaz nem de defender a liberdade dos seus mais fiéis amigos
Crédito:Reprodução
O escritor Olavo de Carvalho, considerado um “guru” do bolsonarismo, defendeu nesta quarta-feira, 25, que o presidente Jair Bolsonaro renuncie ao cargo caso não seja capaz de “defender a liberdade dos seus mais fiéis amigos”. Nas redes sociais, Olavo disse que o presidente deveria sair da cena política antes que perdesse prestígio.
“Bolsonaro: Se você não é capaz nem de defender a liberdade dos seus mais fiéis amigos, renuncie a vá para casa antes de perder o prestígio que em outras épocas soube merecer”, escreveu Carvalho em sua conta no Twitter. Em outra mensagem, ele esclareceu que a crítica não equivale a pedir sua renúncia imediata. “Não pedi renúncia nenhuma, pus a coisa no condicional.”
O escritor não disse quem seriam os fiéis amigos que precisariam da defesa do presidente. Como mostrou o Estadão há cerca de duas semanas, Olavo passa por um período de turbulência financeira após 250 empresas dissociarem suas marcas de conteúdos publicados por Olavo. Ele chegou a perder cerca de 30% dos alunos que pagavam mensalidades de seus cursos por meio do PayPal, uma das empresas que baniu Olavo.
Em outubro, ele também foi condenado a pagar uma indenização de R$ 2,9 milhões a Caetano Veloso, por propagar informações falsas contra o artista.
As críticas de Olavo a Bolsonaro e seu governo não são inéditas. Em junho deste ano, em uma série de postagens durante a madrugada, ele já havia reclamado da falta de empenho do presidente em defendê-lo de uma susposta milícia digital. Na ocasião, Olavo ainda escreveu que poderia derrubar o governo Bolsonaro. Olavo reclamava que Bolsonaro não havia colocado seus assessores para defendê-lo de processos e multas que estaria respondendo na Justiça, sem dar detalhes sobre os casos.
Em março, ele também disse que o presidente cometia “suicídio” ao se “adaptar ao sistema”, e lamentou que talvez seria “tarde para reagir”. Na ocasião, o escritor disse que Bolsonaro era “aconselhado por generais e políticos medrosos” e não teria segiudo as recomendações do guru.
Já as críticas aos generais que integram o governo são contantes. Nesta quarta, ele questionou o interesse dos militares na defesa da democracia. “Os generais defendem a democracia? Mentira sórdida. Defendem só os seus interesses corporativos e pessoais”, escreveu.