O alvo, a seta e a meta

Disputar as Paralimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, é o objetivo do arqueiro paranaense Andrey Muniz

  • Data: 03/08/2015 11:08
  • Alterado: 03/08/2015 11:08
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Jogos Cariocas
O alvo, a seta e a meta

 

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Há duas décadas, um grave acidente automobilístico transformou a vida do paranaense Andrey Muniz. Na época com 19 anos, ele estava voltando para Goiânia, onde vive até hoje, quando o colega que estava dirigindo dormiu ao volante. O carro saiu da pista e bateu em um barranco. “Cheguei a ficar dois dias e meio em coma, desenganado pelos médicos. Graças a Deus, escapei da morte e ganhei uma segunda chance de vida. Com menos de um ano, eu já estava trabalhando e dirigindo”, relembra Andrey, que ficou paraplégico após o acidente e desde então utiliza uma cadeira de rodas para se movimentar. Ao deixar o hospital, procurou um esporte para ajudar na fisioterapia. Tentou o basquete, mas não se adaptou. Há sete anos, acabou descobrindo o tiro com arco. Deu tão certo que agora está em Toronto para participar dos Jogos Parapan-Americanos, que acontecem na cidade canadense entre os dias 07 e 15 de agosto. “Tenho obtido bons resultados em treinos e provas locais e há uma grande chance de estar no pódio”, acredita Andrey. As provas do tiro com arco serão entre os dias 08 e 12 de agosto.

Andrey treina dentro do Centro de Treinamento do Goiás Esporte Clube, que representa em campeonatos nacionais – foi cinco vezes campeão brasileiro outdoor e três vezes campeão brasileiro indoor. Pela seleção nacional, seus resultados mais importantes foram o vice-campeonato mundial IWAS em 2009 e o campeonato mundial IWAS em 2013. Uma semana depois do ParaPan de Toronto, estará na Alemanha, para a disputa do Mundial Paralímpico de Tiro com Arco. Mas o foco principal é estar nas Paralimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. “Até hoje não tivemos nenhum representante do tiro com arco em Paralimpíadas”, destaca o atleta, que é patrocinado pela marca de automóveis sul-coreana Hyundai e conta com o auxílio do Bolsa-Atleta, do Ministério do Esporte, além do apoio da academia Spaço Corpore e da UP Medicina e Reabilitação, ambas de Goiânia.

Jogos Cariocas – Como se aproximou do Tiro com Arco?
Andrey Muniz – Eu jogava um jogo de RPG chamado “Line Age 2”, no qual o meu personagem era um arqueiro. Na intenção de praticar uma atividade física, um hobby, pesquisei sobre o tiro com arco e encontrei em Goiânia o técnico Henrique Junqueira Campos. Fui fazer um teste, gostei e comecei a praticar. E o que era para ser um hobby virou profissão. Hoje estou integralmente dedicado à pratica do esporte.

Jogos Cariocas – Qual é a coisa mais legal de ser um arqueiro? E qual é a parte chata?
Andrey Muniz – O mais legal é praticar um esporte de tiro preciso sem ter de gastar munição… E, no meu caso, a parte chata é depender de alguém para buscar minhas flechar no alvo, pois andar de cadeira de rodas no gramado exige muito esforço dos braços.

Jogos Cariocas – Como é seu ritmo de treinamentos?
Andrey Muniz – O tiro com arco é um esporte que combina técnica, concentração e repetição. Tudo está sempre em constante aprimoramento. Treino três vezes por semana de manhã e às vezes à tarde, alternando os dias com academia e fisioterapia.

Jogos Cariocas – Qual foi seu momento mais emocionante, dentro do esporte?
Andrey Muniz – Foi quando recebi o premio de melhor atleta do ano em 2013, pelo Comitê Paralímpico Brasileiro.

Jogos Cariocas – Como estão suas chances para as Paralimpíadas do Rio de Janeiro?
Andrey Muniz – Tenho grandes chances de participar e estar nas finais em 2016. Estamos trabalhando e treinando muito para que isso se torne realidade. Será uma grande conquista para o tiro com arco brasileiro, pois até hoje não tivemos nenhum arqueiro daqui em paralimpíadas. Vamos encarar muitos países fortes nesta modalidade, dentre eles, Inglaterra, Itália e Estados Unidos.

Jogos Cariocas – O fato de estar em casa pode representar uma vantagem para os atletas brasileiros?
Andrey Muniz – Teremos vantagens e desvantagens. A vantagem de estar em casa é que temos o clima e a torcida a nosso favor. E a desvantagem é a pressão interna e externa por bons resultados. E também a ânsia de querer demais estar no pódio.

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Crédito:Joachim Gögel Entrevista com Andrey Muniz
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  • Data: 03/08/2015 11:08
  • Alterado:03/08/2015 11:08
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  • Fonte: Jogos Cariocas









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