O ABC do Rock – Rock é Cultura! (S1 – A2)

Olá, pessoal! Gostaria, preliminarmente, de agradecer às muitas manifestações de apoio que recebi pelas redes sociais e também aqui. Milhares de pessoas acessaram o caderno, o que corrobora com a relevância do assunto aqui que com muito amor tratamos. Meu muito obrigado a todos! Este artigo – o segundo de nossa série sobre as origens […]

  • Data: 01/04/2019 21:04
  • Alterado: 01/04/2019 21:04
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Paulo Porto - pesquisador cultural, músico contrabaixista, letrista e roqueiro do ABC
O ABC do Rock – Rock é Cultura! (S1 – A2)

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Olá, pessoal! Gostaria, preliminarmente, de agradecer às muitas manifestações de apoio que recebi pelas redes sociais e também aqui. Milhares de pessoas acessaram o caderno, o que corrobora com a relevância do assunto aqui que com muito amor tratamos. Meu muito obrigado a todos!

Este artigo – o segundo de nossa série sobre as origens do rock do ABC – é muito importante pra gente entender sobre o quê exatamente aqui estamos tratando. Nós vimos no artigo que abriu essa série que eu defendo que o ABC tem identidade cultural. Que o ABC é o ABC não apenas por uma coincidência geográfica entre André, Bernardo e Caetano, mas que a regionalidade que nos identifica é a cultura roqueira. Mas rock é cultura? Ora, claro que é…

E eu vou lhe dizer por quê. Ao final, além de você concordar comigo, você vai sacar outra coisa muito bacana que eu só vi o rock proporcionar: um caráter universal de cultura. Acima de territórios, língua, raça, cor, credos e etc. Vamos nessa!

O rock é, sem sombra de dúvidas, a melhor tradução musical de uma sociedade que se aglomera em determinado território. Sim, porque rock é sinônimo de urbanidade. Em toda sociedade evoluída ou que se evolui – de modo sério e compromissado, o rock se fez e faz presente, com sua dose essencial à necessária missão de formar o conjunto de procedimentos em que se buscam liberdades e o respeito entre todos os seus cidadãos, preenchendo lacunas culturais importantes que surgem pelo próprio desenvolvimento e crescimento de onde determinada sociedade se instalou.

E, evidente, com todo o seu característico ar rompante e eletrizante. Saibam: o País que têm o rock inserido em sua cultura é um País de centro e não periférico, posto que convirja ao progresso, sendo, portanto, um substrato cultural em sociedades desenvolvidas, onde, sem dúvidas, é muito melhor assimilado e aceito.

Logo, todo País com cultura roqueira inserida é País rico ou próspero. O rock quebra paradigmas limitados, pobres e miseráveis porque oportuniza diálogos melhores com o mundo. Age local, com linguagem global.  Daí que suas promovidas quebras de paradigmas não separam: congregam.

Mas é mais que isso: Pode-se igualmente pensar o rock como o resultado da evolução do homem quando o observamos dentro de um processo de miscigenação de povos e culturas, posto que surgisse da convivência sonante e harmônica das mais diversas vozes e expressões. Rock é sinônimo de evolução.

Historicamente, surgiria nos EUA, senão, a primeira síntese relevante de uma dialética musical, oriunda da tese do Country Music (aquele brotado da terra) e a antítese do Rhythm & Blues (aquele nascido nos cinzentos guetos da esperança).

Eis aí, senão, a primeira conformação social fundida entre aqueles que sempre ousam categorizar raças humanas (o branco e o preto, no caso). E a incrível primeira prova de que, na música, pelo surgimento do rock, não existem ‘raças humanas’, mas apenas humanos. Uma alquimia e tanto, não? Também por isso é o rock, uma cultura e tanto…

Urbanidade, progresso, alquimia, evolução e, finalmente, cultura. Substantivos que, oriundos da liberdade, independência e atitude, predicam o rock e seus roqueiros, inserindo-os no cotidiano de todo povo culto ou que se acultura, e isso só se vê absorvido naqueles Países desenvolvidos, ditos “de primeiro mundo”. Evidentemente porque tais sociedades perseguem justamente, senão, esses mesmos predicados.

Mas e quanto ao nosso País? Nasceu por aqui (ou se nasceu) ainda nos restaria, porventura, alguma árvore dessa importante forma de manifestação cultural para que possamos nos alimentar de seus frutos e, dessa forma, ao menos, apontemos o nariz para o desenvolvimento de nossa urbanidade? Ninguém impede o rock sem que antes se impeça o progresso. O rock é um complexo vitamínico que precisa ser injetado na sociedade que quer ser forte e grande, pois para melhor podermos dialogar e crescer com o mundo é necessário que estejamos nele!

O fato é que febre roqueira no Brasil no incrível “anos 80”, infelizmente, foi refreada (não impedida) por outros interesses que não os culturais. Apesar de fazer sua parte ao romper aqueles paradigmas de país pobre para congregar e fortalecer uma sociedade que se urbanizava. Forças outras (sim, políticas!) que a tornaram efêmera ao decretar sua morte ainda na mesma década, a partir da promulgação da tal “Constituição Cidadã”, de 05 de outubro de 1988. Até hoje não engulo isso, mas deixa esse papo pra outro dia, porque aqui estamos falando de cultura universal, que paira sobre nossas cabeças aguardando sua revolução pessoal para estabelecer contato… Estamos falando de ROCK, bebê!

Desse modo, não posso deixar de dar a letra de nosso próximo artigo dessa série bacana e que se revelará ousada: pode ser que o rock no Brasil tenha sido usado e descartado, mas a resistência obscura do rock do ABC é um dos segredos para a possível retomada e fixação dessa cultura no País. Sem regionalismos, sem misturas complicadas… Como cultura universal mesmo. É, sem dúvida, o rock, uma das chaves que nos oportunizam a sermos centro! Obrigado por apoiar! Na semana que vêm, todos são muito bem-vindos às origens do rock no Brasil! Do Rock do ABC. Do Rock de Verdade!

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  • Data: 01/04/2019 09:04
  • Alterado:01/04/2019 21:04
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Paulo Porto - pesquisador cultural, músico contrabaixista, letrista e roqueiro do ABC









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