Num piscar de olhos
Do Trampolim de 3 metros, César Castro quer saltar para a final olímpica de 2016
- Data: 09/05/2015 08:05
- Alterado: 09/05/2015 08:05
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Jogos Cariocas
Nas Olimpíadas, algumas competições são muito rápidas. O jamaicano Usain Bolt levou apenas 9,63 segundos para garantir o recorde olímpico e sua medalha de ouro nos 100 metros rasos em Londres, em 2012. Nos mesmos jogos londrinos, o russo Ilya Zakharov levou menos de um terço desse tempo, cerca de três segundos, para arrebatar sua medalha dourada na competição do Trampolim de 3 metros. É nessa prova ligeira dos Saltos Ornamentais que o brasiliense César Castro sonha estar nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Se conseguir, será sua quarta experiência olímpica. Foi finalista em Atenas, em 2004, onde obteve um nono lugar. Em 2008, nos jogos de Pequim, ficou em 24º lugar, e nas Olimpíadas de Londres, em 2012, terminou em 17º. Para os jogos cariocas, a expectativa é grande. “A torcida nos Saltos Ornamentais influencia um pouco. A experiência que eu tive no Pan com a energia da torcida foi excelente e acho que é possível isso repetir nas Olimpíadas”, torce o saltador, que foi medalha de prata nos Pan-Americano do Rio, em 2007.
César é formado em Educação Física pela Universidade Católica de Brasilia e pós graduado em Gestão e Marketing Esportivo pela Fundação Getúlio Vargas. Aos 32 anos, o atleta do Instituto Presbiteriano Mackenzie treina nos Estados Unidos, visando os Jogos de 2016. Sobre suas chances nas Olimpíadas do Rio, César é otimista. “Se tudo der certo, quero chegar entre os finalistas. Seria um grande sonho e uma grande realização, para poder encerrar a carreira”, avalia o atleta.
Jogos Cariocas – Como se aproximou dos Saltos Ornamentais?
César Castro – Comecei a saltar com 9 anos, em Brasília. Fazia natação antes e brincava na piscina de saltos quando um professor percebeu que eu gostava daquilo e me chamou para treinar. Estou há 23 anos fazendo isso e estou muito satisfeito. Com 17 anos, percebi que poderia ser um atleta de excelência e decidi me dedicar mesmo aos Saltos. Passei a estudar à noite na faculdade para poder treinar tempo integral.
Jogos Cariocas – Quais são seus pontos fortes no esporte? E quais fundamentos precisa aprimorar?
César Castro – Meu ponto forte é que sou bastante constante na série de saltos. Eu consigo realizá-los com muita qualidade. Não são saltos com um grande grau de dificuldade, eu preciso melhorar isso. Preciso realizar uns altos um pouco mais fortes para ser mais competitivo, mas acho que a minha estabilidade e concentração em competição são meus pontos fortes.
Jogos Cariocas – Como é a sua rotina de treinos nos Estados Unidos?
César Castro – Há quase dois anos treino na Universidade da Geórgia, na cidade de Athens, que fica a uma hora de Atlanta. É uma universidade bem conceituada, com bastante estrutura para os Saltos Ornamentais. A minha rotina é treinar três horas pela manhã e duas horas à tarde, além de musculação e fisioterapia. Além de treinar, eu também ajudo na parte técnica o time universitário. É a maneira que eu consigo retribuir à Universidade da Geórgia, sendo auxiliar técnico, já que nas competições eu represento o Mackenzie, do Brasil.
Jogos Cariocas – Qual foi seu momento mais emocionante, dentro do esporte?
César Castro – Atenas, em 2004, foi muito especial. Fazia 52 anos que nenhum atleta brasileiro chegava em uma final olímpica e isso foi muito marcante. A medalha de prata no Pan do Rio também foi marcante porque a família toda estava na arquibancada torcendo, e ainda fiz meu recorde de pontos. O quinto lugar no Mundial de Roma em 2009, que foi a melhor colocação de um brasileiro na história em Campeonato Mundiais, e foi onde consegui chegar em alta performance e executando tudo da melhor maneira.
Jogos Cariocas – O que espera das próximas Olimpíadas? Já sonhou com os Jogos Rio 2016?
César Castro – Espero que a gente consiga realizar uma excelente Olimpíada, que consiga entregar tudo nos prazos para mostrar que temos a capacidade de fazer tudo bem feito. Esse ano tem os Jogos Pan-Americanos e o Mundial, e ano que vêm tem a Copa do Mundo, que são preparatórios para 2016. Vou deixar para pensar no Rio mais tarde, para evitar um desgaste desnecessário.