‘Não sei do que se trata’, diz Meirelles, sobre denúncia contra Lula
Meirelles negou ter conhecimento de fatos relacionados à denúncia contra Lula referente a supostas propinas da Odebrecht ao PT de linhas de crédito do BNDES para obras em Angola.
- Data: 28/10/2019 18:10
- Alterado: 28/10/2019 18:10
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Agência Brasil
Esse foi o depoimento o ex-ministro da Fazenda ao juiz federal Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília
Meirelles, que foi presidente do Banco Central durante todo o governo do ex-presidente, entre 2003 e 2011, foi arrolado como testemunha de defesa de Lula. Ele foi questionado, em depoimento pelo Ministério Público Federal, se tinha conhecimento sobre uma suposta solicitação de propinas do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, também réu nesta ação, ao empresário Marcelo Odebrecht.
“Como eu mencionei, da mesma maneira que foi feito durante a gestão do presidente Temer e quando eu era ministro da Fazenda, entre as coisas que eu fiz questão de preservar foi o Banco Central. Eu fui presidente do Banco Central e eu dizia que sou autônomo e não aceitava opinião, nem de ministro da Fazenda, nem de qualquer outro ministro. Eu, de fato, participava muito menos de demais ministérios e não sei do que se trata essa questão referente ao ministro Paulo Bernardo”, disse Meirelles.
Segundo Marcelo Odebrecht, em delação premiada, o ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento) pediu US$ 40 milhões para ampliar para R$ 1 bilhão uma linha crédito do BNDES à Odebrecht, para obras em Angola.
Marcelo relatou ter repassado o dinheiro e descontado o valor da conta de propina “Italiano”, controlada pelo ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci em benefício do PT e do ex-presidente Lula e que chegou a ter R$ 200 milhões de saldo.
Segundo as investigações, parte desse valor teria abastecido a campanha de Gleisi Hoffmann ao governo do Paraná, em 2014.
Segundo o suposto rastro da propina, as autoridades conseguiram áudios de funcionários do doleiro Álvaro Novis encaminhando as entregas de dinheiro com o então marqueteiro de Gleisi, Bruno Martins. Os emissários da suposta propina chegaram a ser fotografados e registrados na portaria da agência de publicidade que fez a campanha.