Na semana do Dia Mundial da Ópera, Theatro São Pedro apresenta espetáculos inéditos
Obras do Atelier de Composição Lírica, projeto de renovação da ópera brasileira, serão encenadas nos dias 26 e 27 de outubro, com direção musical de Maíra Ferreira e direção cênica de Ana Vanessa
- Data: 14/10/2024 09:10
- Alterado: 14/10/2024 09:10
- Autor: Redação
- Fonte: Theatro São Pedro
Theatro São Pedro
Crédito:Heloísa Bortz
Na semana em que é celebrado o Dia Mundial da Ópera (25 de outubro), o Theatro São Pedro, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerido pela Santa Marcelina Cultura, apresenta as obras deste ano do Atelier de Composição Lírica, projeto que aproxima a nova geração de músicos e escritores e mostra ao público os novos caminhos da ópera nacional.
As récitas dos dias 26 e 27 de outubro trarão as óperas Aqui, uma ópera (composição de Yugo Sano Mani e libreto de Dante Passarelli), Coro dos que não desistem nunca (composição de Gustavo Bonin e libreto de Artur Kon) e Dança da morte (composição de Maria Rosa Argandoña Tanganelli e libreto de Luísa Tarzia).
Com o objetivo de fomentar a composição de obras operísticas inéditas, o Atelier de Composição Lírica do Theatro São Pedro é uma iniciativa única no Brasil que disponibiliza um programa de formação com professores referências no gênero, resultando na criação e apresentação dos espetáculos na Temporada Lírica do Theatro São Pedro. Dessa forma, o Atelier oferece aos participantes atividades teóricas, práticas e uma perspectiva da ópera na contemporaneidade, preparando-os para debaterem e pensarem a respeito do desenvolvimento da linguagem operística.
Realizado anualmente e com edital disponível no site do Theatro São Pedro, o programa conta com um total de seis vagas, sendo 3 para libretistas e 3 para compositores. Além disso, para promover a equidade de gênero no espaço criativo, o edital reserva, no mínimo, duas vagas para candidatas mulheres.
As obras de 2024
Para a diretora cênica Ana Vanessa, neste ano o público pode aguardar um espetáculo que vai trazer reflexões sobre o ser humano no seu limite, seja pela guerra, pelo excesso de trabalho ou pela escassez do básico para a sobrevivência.
“Aqui, uma ópera tem como tema central uma guerra e como pessoas ligadas a ela, direta e indiretamente, são afetadas. Coro dos que não desistem nunca trata de uma ideologia de produtividade no trabalho, através de um texto que se repete e se transforma a cada repetição como uma espiral, tal qual o modo de vida que levamos. Dança da Morte relembra o primeiro caso registrado de histeria coletiva na Idade Média, quando uma mulher, afetada pela fome e pela peste, começa a dançar e outros se juntam a ela e assim permanecem sem comer, beber e dormir, levando a um fim trágico”, explica Ana Vanessa.
Sob a perspectiva da música, Maíra Ferreira, diretora musical do Atelier de Composição Lírica em 2024, destaca o fato de como os compositores utilizam a orquestra de maneiras diferentes. “Enquanto em uma obra a orquestra terá a função maior de acompanhar os cantores, dando suporte harmônico, criando climas e o ‘chão’ para os solistas, em outras serão criados efeitos, atmosferas, procurando reforçar elementos que estão no texto através da escrita musical. Nosso desafio é aproveitar essas diferenças e criar sentido para elas em conjunto, respeitando a identidade de cada escrita”, aponta a regente, que valoriza as oportunidades promovidas pelo Atelier para novos compositores e libretistas de ópera.
Nesse sentido, a diretora cênica Ana Vanessa salienta que não há nenhum outro projeto responsável pela formação de novos libretistas e compositores no Brasil, ainda mais com a oportunidade de ter as obras encenadas, registradas e eternizadas. “Contamos histórias através da arte há milênios e no nosso país temos o costume de encenar óperas de 300 a 100 anos atrás, de outros países e em outras línguas. É importante para a memória nacional ter artistas contemporâneos e locais contando sua visão de mundo, seja sobre o passado, o que acontece agora ou trazendo perspectivas para o futuro. É um privilégio para mim poder participar dessa formação e poder encenar essas obras inéditas”, diz.
O espetáculo tem direção musical de Maíra Ferreira, que comanda a Orquestra do Theatro São Pedro, direção cênica de Ana Vanessa, cenografia de Giorgia Massetani, figurino de Danielle Tereza, iluminação de Kuka Batista e visagismo de Elisani. O elenco é formado pelos cantores Manuela Freua (soprano), Laiana Oliveira (soprano) e Marcelo Ferreira (barítono). Os ingressos custam entre R$ 40 e R$ 120 e podem ser adquiridos aqui
Transmissão ao vivo
A récita de 26 de outubro, sábado, às 20h, será transmitida ao vivo gratuitamente pelo canal de YouTube do Theatro São Pedro, aqui
Ensaio geral aberto e gratuito: 24 de outubro, quinta-feira, 19h, Theatro São Pedro
Récitas: 26 e 27 de outubro,
Sábado, às 11h; domingo, às 17h
Local: Theatro São Pedro (R. Barra Funda, 171 – São Paulo/SP)
Ingressos: Plateia: R$ 120/ R$ 60 (meia)
1º Balcão: R$ 100 / R$ 50 (meia)
2º Balcão: R$ 80 / R$ 40 (meia)
Classificação etária: 14 anos