Na ONU, Rússia defende aprovação de resolução própria sobre guerra na Ucrânia
Assembleia Geral da ONU deve votar nesta quarta-feira (23) também um texto rival, que responsabiliza a Rússia pela escalada da crise humanitária
- Data: 23/03/2022 15:03
- Alterado: 23/03/2022 15:03
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução Twitter
O embaixador da Rússia na Organização das Nações Unidas (ONU), Vassily Nebenzia, exortou a comunidade internacional a aprovar uma resolução proposta pelo país que pede proteção a civis em “situação vulnerável”, mas não cita responsabilidade russa na guerra contra a Ucrânia.
O diplomata disse que o Kremlin iniciou a “operação especial” no território vizinho para encerrar o conflito de oito anos que, segundo ele, Kiev empreende em Donbass, no leste ucraniano.
Além da resolução russa, a Assembleia Geral da ONU deve votar nesta quarta-feira (23) também um texto rival, que responsabiliza a Rússia pela escalada da crise humanitária. Mais cedo, o embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsya, cobrou da comunidade internacional mais ações para apoiar o país na defesa contra a invasão da Rússia.
Brasil
O embaixador João Genésio de Almeida Filho, vice-representante permanente do Brasil na ONU, pediu nesta quarta-feira mais diálogo entre Rússia e Ucrânia, a fim de tentar a paz bilateral. Ao mesmo tempo, o diplomata criticou, durante sessão da Assembleia Geral para discutir a crise, a adoção de “sanções abrangentes”, pelo fato de que elas geram efeitos para muitos países. A Rússia tem sido alvo de uma série de sanções recentes, sobretudo dos Estados Unidos e da Europa, por sua operação militar contra o vizinho.
Almeida Filho lembrou do papel importante dos dois países na produção de alimentos e comentou que a guerra eleva o risco de fome, sobretudo para os países em desenvolvimento. Segundo ele, as sanções “colocam um peso maior sobre economias já em dificuldades”, prejudicando os “mais vulneráveis”.
O representante brasileiro ainda destacou o trabalho do País para lidar com a crise, com a aprovação de vistos humanitários e o envio de ajuda, como alimentos, medicamentos e purificadores de água.