MPF recupera vídeo de 8/1 deletado por Bolsonaro

Entre esses vai em vem de folhetim noveleiro, é fácil se perder quando não se sabe quando se é a próxima vítima, pois nunca sabemos ao certo qual são os vilões ou heróis, que trocam de cor da camisa ou máscara conforme o autor da novela, ao bel prazer da vontade do espectador que pra quem se torce no salute para uma democracia verdadeiramente saudável

  • Data: 16/12/2023 19:12
  • Alterado: 16/12/2023 19:12
  • Autor: João Pedro Mello
  • Fonte: ABCdoABC
MPF recupera vídeo de 8/1 deletado por Bolsonaro

vídeo de 8/1 deletado por Bolsonaro

Crédito:Reprodução

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Com ares de novela tipicamente brasileira, ontem foi dado um importante passo acerca do lamentável episódio ocorrido no Palácio do Planalto, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023, quando, milhares de manifestantes, (leiam-se criminosos terroristas, é bom que se diga), apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), invadiram os prédios dos três poderes causando um prejuízo de 4,3 milhões de reais aos cofres púbicos.

Por meio de um relatório técnico preparado pela Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise do Ministério Público Federal (MPF), foi possível obter a restauração do mesmo vídeo que havia postado e subsequentemente deletado, duas horas após a sua postagem, dia 10 de janeiro de 2023, ou seja, 48 horas após a invasão aos prédios sede dos Três Poderes, em Brasília.

Após negativas e vai e vem, a Meta, dona do Facebook, que se negava a fornecer o post deletado (sob a alegação que quando usuário apaga uma postagem não é possível recuperá-la), e como toda grande novela tem que ter, chega o momento da grande reviravolta televisiva. O ponto alto da trama ocorre por meio de uma empresa sem ligação alguma com a Meta, o Metamemo – um sistema de coleta e armazenamento de memórias de figuras públicas através de plataformas das redes sociais da internet – que realizou a captura da “fugitiva” postagem de maneira automatizada, como na exata época em que estava no perfil da conta do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Este foi “pulo do gato”, pois com esta prova em mãos, já existem elementos suficientes para que se inicie uma investigação de incitação aos atos antidemocráticos acerca do 8/1. Desta forma, o Coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, pôde encaminhar um relatório, anexando o vídeo, juntamente com todas as informações relativas à postagem de Bolsonaro, no âmbito do Inquérito nº 4.921 que apura a incitação aos atos antidemocráticos daquele mesmo dia 10 de janeiro, às 21h55, de acordo com a plataforma Metamemo.

O folhetim teve início enquanto o país assistia perplexo o desenrolar do ataque do Palácio do Planalto, quando Bolsonaro utilizou suas redes para postar um vídeo de tom conspiratório e falacioso, onde aparece dando uma entrevista o Procurador de Mato Grosso do Sul, Dr. Felipe Marcelo Gimenez, afirmando que “Lula não foi eleito pelo povo”, colocando em dúvida as urnas eletrônicas, e descredibilizando o processo eleitoral com um todo.

A timeline dessa novela é tão longa, que teve de tudo um pouco, até ex-presidente alegando que estava sob efeito de remédio (morfina). Então, nesta trama, não haviam Helenas, o que certamente não deixaria orgulhoso dos espelhos da vida real, refletidas nas heroínas de Manoel Carlos, fazendo às vezes da protagonista, que aqui está mais para justiceiro, e atende pelo nome Alexandre (de Moraes), não o do Wolf Maya de “A Viagem” (talvez para ala bolsonarista sim, visto que ele é a mais pura representação do mal encarnado vestindo o preto dos pés à cabeça.

PGR, MPF, STF

O vai e vem desse roteiro novelístico, se dá quando o Ministro Alexandre de Moraes, (vilão para alguns, heróis para outros tantos), tem sua largada iniciada após o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), para que para seja realizada a entrega imediata do vídeo, por meio do Supremo Tribunal Federal (STF), dando um prazo de 48 horas, para que Administradora do Facebook envie a Corte o vídeo postado pelo ex-presidente, sob a acusação de incitação pública à prática de crime.

Ocorre que, após a negativa por parte do conglomerado Meta, a empresa dona do Facebook, se manifestou afirmando não ter mais em seus servidores o conteúdo solicitado, contrariando em desacato o pedido do STF, ante a publicação que questionava a regularidade das eleições de 2022, alegando não ter formas de para reaver postagens de usuários quando apagadas por eles. No início do mês, a empresa chegou a emitir um comunicado sucinto, que juntamente com seus advogados, alegaram ao STF que não podem sofrer sanções, conforme informa o ofício a seguir:

“A Meta Plataforms reafirma sua intenção de cooperar plenamente sempre que instada e requer seja reconhecida a impossibilidade material de cumprimento da ordem”.

Vale lembrar que dia 26 de abril, Jair Bolsonaro precisou prestar esclarecimentos a Polícia Federal (PF), sobre a postagem apagada, na ocasião alegou que no dia do post, estava internado em hospital americano em Orlando, no EUA, e acabou compartilhando a postagem de forma acidental, quando estava na cama do hospital sob efeito de morfina.

A curiosidade agora troca de cor, desta vez, o lado da moeda se inverte, (de rubro que vestiam vermelho e pediam a soltura de Lula frente a injustiça de um “sistema corrupto” do STF, agora pasmem, temos os de verde-amarelo, (que riam dos petistas e os chamavam de fanáticos, pois vejam só o sabor da contradição), um por todos e todos por eles, este é triste lema que daqueles que não parecem se enxergar.

Agora a inversão de tudo entristece, vemos, o choro e o ranger de lágrimas, concomitantemente aos fiascos em frente aos quarteis daqueles que se diziam “patriotas”, é realmente triste e patético, pois afinal, qual é a pátria que eles servem, já que celebram o caos quando aquilo escolheram, não foi a maioria nas urnas? Enquanto esse (dito), patriotismo hipócrita for instrumento de balburdia, só servirá para alimentar o terrorismo e o caos.

Se isso é ser patriota no Brasil, não é muito diferente dos movimentos de guerrilha/terrorista com uso da força que tanto se critica nos Movimento Sem Terra (MST), entre outros, como a invasão da esplanada ou do Capitólio são a prova disso. E pior, ter estes acontecimento chancelados por uma (dita) liderança conservadora, que cai entre nós, aparentemente só conserva os próprios interesses, (já dizia Brizola, são sempre os interÉsses), principalmente os dos filhos.

E de acordo com MPF, PF e PGR, isso tudo ocorre numa rede que ficou por quatro anos disseminando noticias falsas e não para por aí, segue causando duvidas quando a legitimidade e a lisura nas urnas. Enquanto seguimos por estes caminhos, seguiremos a passos largos para reprises que definitivamente, não vale a pena ver de novo!

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  • Data: 16/12/2023 07:12
  • Alterado:16/12/2023 19:12
  • Autor: João Pedro Mello
  • Fonte: ABCdoABC









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