MP cobra explicações da CBV por denúncia contra Carol Solberg
Atleta gritou “fora Bolsonaro” em uma entrevista pós-jogo; tratamento com seleção masculina de vôlei teria sido diferente
- Data: 11/10/2020 11:10
- Alterado: 11/10/2020 11:10
- Autor: Redação
- Fonte: GE
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O Ministério Público Federal quer que a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) expliquem a denúncia feita contra a jogadora Carol Solberg por se manifestar contra o presidente da República Jair Bolsonaro, ao final de uma partida do Circuito Nacional de Vôlei de Praia.
O órgão quer saber com clareza qual parte do regulamento a atleta de vôlei de praia teria descumprido. O MPF se baseia na lei da “livre manifestação do pensamento” para cobrar as entidades.
Carol gritou “Fora Bolsonaro” em entrevista ao vivo após conquista de medalha de bronze em etapa do Circuito Nacional de Vôlei de Praia. Acabou denunciada e corre risco de receber punição grave.
O Ministério Público questiona por que os órgãos não agiram da mesma maneira quando os atletas Wallace e Maurício Souza, em jogo da seleção masculina, fizeram com as mãos o número do então candidato à presidência da República Jair Bolsonaro.
Carol Solberg foi denunciada com base nos artigos 191 e 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O primeiro deles faz alusão ao cumprimento do regulamento da competição: “deixar de cumprir, ou dificultar o cumprimento de regulamento, geral ou especial, de competição”. E o segundo à atitude antidesportiva: “assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras deste Código à atitude antidesportiva”.
O julgamento de Carol Solberg, antes marcado para a última sexta-feira, foi adiado para a terça-feira. Responsável pelo despacho, o procurador Leandro Mitidieri cobra que o STJD forneça uma cópia do processo em até 10 dias.