Morre José Mauro, músico que foi tido como desaparecido nos anos 1970, aos 76 anos

Compositor teve seus dois álbuns relançados pela Far Out Recordings, que conseguiu contato com ele em 2021

  • Data: 17/09/2024 11:09
  • Alterado: 17/09/2024 11:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: Folhapress
Morre José Mauro, músico que foi tido como desaparecido nos anos 1970, aos 76 anos

José Mauro em 2021

Crédito:Jorge Biso/Divulgação

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O selo americano Far Out Recordings anunciou nesta segunda-feira (16) que o músico carioca José Mauro morreu aos 76 anos de pneumonia.

Reconhecido por seus dois álbuns lançados nos anos 1970, “Obnoxious” e “A Viagem das Horas”, José foi tido como desaparecido até a Far Out conseguir entrar em contato com ele em 2021.

Seus dois álbuns foram gravados em apenas uma sessão no lendário Odeon Estúdios, no Rio de Janeiro, e lançados pela Quartin Records do produtor Roberto Quartin, também responsável por “Os Afro-Sambas de Baden e Vinicius”. Músicos como Wilson das Neves e Ivan Conti, do Azymuth, participaram das gravações.

Os discos não tiveram muita repercussão e, após o músico decidir renunciar a carreira musical e a vida pública, os rumores se espalharam de que ele teria sido capturado pela ditadura ou morrido num acidente de carro. Na realidade, ele sempre esteve vivendo e trabalhando no Rio de Janeiro, como diretor teatral e professor de guitarra, até ser obrigado a parar de tocar por problemas de saúde.

Foi só após o relançamento de “Obnoxious”, em 2016, que se tornou pública a informação de que o músico estava vivo e vivia no subúrbio carioca. Depois de finalmente entrar em contato com o selo em 2021, José Mauro deu entrevistas ao The Guardian, The New York Times, e outros importantes veículos de comunicação.

A jornalista Ana Maria Bahiana, que compôs letras para os discos do músico nos anos 1970, escreveu para a Folha sobre sua relação com José Mauro em 2021. “Musicalmente, era uma descoberta para mim. Não exatamente bossa nova, a música que Zé Mauro conjurava soava próximo de folk, para mim, passando por camadas de samba, baião, ritmos afro, mas não exatamente isso – algo mais, algo além, algo misturado e apurado em uma alquimia que eu ainda não conhecia”, disse a autora.

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  • Data: 17/09/2024 11:09
  • Alterado:17/09/2024 11:09
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