Mercados Ilícitos Geram Impactos na Economia do Setor de Brinquedos em SP e na Segurança das Crianças
O mercado ilícito de brinquedos movimentou R$ 360,68 milhões ao ano no estado de São Paulo, com perda de R$ 122,47 milhões em impostos e 18.207 emprego
- Data: 11/10/2024 18:10
- Alterado: 11/10/2024 18:10
- Autor: redação
- Fonte: Fiesp
Crédito:Reprodução
Com a proximidade do Dia das Crianças, celebrado em 12 de outubro, o Anuário de Mercados Ilícitos 2024, elaborado e publicado pela Fiesp, revela dados alarmantes sobre o impacto do mercado ilegal no setor de brinquedos em São Paulo.
Em 2023, os mercados ilícitos movimentaram R$ 360,68 milhões apenas no segmento de brinquedos, representando 4,46% de todo o mercado de brinquedos. A maior parte desses produtos vem de redes criminosas transnacionais, com destaque para a importação ilegal de itens do sudeste asiático e China.
Essa cifra também gera consequências devastadoras para a economia formal. Em 2023, a comercialização de brinquedos ilegais fez com que R$ 35,08 milhões deixassem de ser gerados em renda para trabalhadores do setor, o que poderia ter criado 18.207 empregos formais. Além disso, foram perdidos R$ 122,47 milhões em impostos, montante suficiente para custear a construção de 34 escolas ou financiar a educação de 16.271 alunos. Esses números reforçam a necessidade de combate a esse mercado ilegal, que prejudica diretamente a economia e o desenvolvimento social.
Além dos prejuízos econômicos, a pirataria, falsificação e o contrabando de brinquedos colocam em risco a saúde das crianças. Produtos ilegais não passam por controle de qualidade, apresentando componentes perigosos, como peças pequenas que podem ser engolidas, metais pesados, tintas tóxicas e plásticos reciclados sem tratamento adequado, inclusive materiais hospitalares descartáveis. Essas condições podem resultar em acidentes graves e exposição a substâncias nocivas. Clara Martinolli, Gerente do Departamento de Defesa e Segurança da Fiesp, ressalta:
“O comércio de brinquedos fabricados por firmas ilícitas, que não seguem os padrões rigorosos aos quais são submetidas as empresas formais, representa uma ameaça real à segurança infantil ao colocar à venda produtos que escapam de qualquer regulação que tenha em conta a qualidade de produção e uso desses materiais, e o desconhecimento sobre esses riscos, transformam uma compra aparentemente inofensiva em um perigo iminente para as famílias.”
Conforme apontado no Anuário, esses brinquedos ilegais são fornecidos por sofisticadas redes criminosas, que se aproveitam da falta de informação e fiscalização para abastecer o mercado com produtos potencialmente perigosos. Esses brinquedos não seguem normas de segurança, expondo as crianças a materiais inflamáveis, tóxicos e prejudiciais à saúde, e muitas famílias, principalmente de baixa renda, na tentativa de presentear seus filhos, recorrem a camelôs e produtos de baixo custo, sem saber dos perigos por trás dessas aquisições.
Segundo Bárbara Argenta, Analista de Defesa e Segurança do DESEG da Fiesp, “Essas práticas ilícitas, além de impactarem negativamente a saúde e o bem-estar das crianças, reforçam a urgência de uma conscientização maior por parte dos consumidores”.
No Dia das Crianças, é importante que os consumidores reflitam sobre os riscos dos brinquedos pirateados e falsificados, que podem parecer atraentes pelo preço, mas escondem sérios riscos e geram prejuízos à economia e à segurança dos pequenos.